A última tentativa da Audi Sport no Dakar: é agora ou nunca…
Ao cabo de três anos, o Team Audi Sport vai terminar o seu projeto do Dakar, pelo que esta edição, que arranca dentro de pouco mais de uma semana, será a derradeira hipótese para a equipa tentar vencer a prova. Com a Fórmula 1 prevista para 2026, a Audi quis encerrar os seus programas de modo a canalizar todo o dinheiro para a F1, num projeto que começa com o fornecimento de motores à Sauber.
A par do Dakar, também os projetos do DTM e GT3 serão terminados.
O projeto inicial sempre foi pensado a três anos, mas pensava-se que com o decorrer dos anos, este fosse prolongado, mas a decisão da Audi em rumar à F1, e os insucessos consecutivos da Audi no Dakar, contribuíram para este desfecho. Se estivessem a vencer, talvez o desfecho não fosse o mesmo.
A parceria com a Q Motorsport, uma equipa criada ao ‘lado’ da X-raid, de Sven Quandt, que está ligada à Mini, contou com Mattias Ekström, Stéphane Peterhansel e Carlos Sainz, as coisas até não começaram mal em 2022, o RS Q e-tron E2 foi evoluído para 2023, mas com a passagem de T1 para T1+, os Toyota e BRX da Prodrive foram mais uma vez inalcançáveis, e a Audi voltou a falhar o objetivo.
Chegou a pensar-se que a equipa não voltaria este ano, mas as regras foram mudadas, o peso do Audi baixou 100 Kg, algo há muito defendido pelos pilotos que diziam não ter hipóteses com as regras da altura. Agora, a derradeira oportunidade.
A Audi pode vencer o Dakar, mas tal como sucedeu em 2022 e 2023, não terá vida fácil.
Neste contexto, as equipas e os pilotos da Audi estão naturalmente ansiosos face aos desafios que vão encontrar em janeiro, mas o mais recente e evoluído Audi RS Q e-tron enfrenta o seu terceiro Rali Dakar.
A equipa Audi Sport otimizou meticulosamente este pioneiro protótipo para ralis de todo o terreno, que tem um grupo propulsor elétrico, uma bateria de alta tensão e um conversor de energia, como armas para enfrentar a prova mais dura do ano. As três equipas de pilotos, Mattias Ekström/Emil Bergkvist, Stéphane Peterhansel/Edouard Boulanger e Carlos Sainz/Lucas Cruz, enfrentam a tarefa mais difícil do ano com otimismo, mas também com respeito.
A Audi foi o primeiro fabricante a desenvolver um modelo da categoria T1U para o Rali Dakar. O objetivo: provar que um protótipo movido a eletricidade e de baixas emissões pode dominar um dos mais difíceis eventos de desporto motorizado do Mundo e, simultaneamente, ser competitivo. “O Audi RS Q e-tron já causou bastante agitação nas duas primeiras participações no Dakar”, diz Rolf Michl, Diretor da Audi Motorsport: “A Audi foi mais uma vez pioneira tecnológica na sua já notável história no desporto motorizado. Iniciámos uma mudança de paradigma. A combinação de uma unidade de tração elétrica e um conversor de energia alimentado por reFuel é única e muito eficiente. Sabemos o que já alcançámos. Ao mesmo tempo, estamos a olhar para o próximo Rali Dakar com respeito. Ele representa um grande desafio”. Tal como aconteceu nos últimos dois anos, a Audi conta com a equipa Q Motorsport e com o experiente chefe de equipa Sven Quandt.
Incrível como passados 3 anos, continua a ser uma nota de rodapé o facto de ter um motor de combustão interna a alimentar a tração elétrica – porque a única coisa elétrica é a tração.
Espero que este aborto tecnológico, esta locomotiva diesel-elétrica do deserto termina na obscuridade que merece, pois não vale tudo tecnologicamente para passar por ecológico.