F1: McLaren quer discutir campeonato com Red Bull, Mercedes e Ferrari
Se alguém tivesse dito a Andrea Stella, depois do primeiro Grande Prémio de Fórmula 1 de 2023 no Barém, que a McLaren iria terminar no quarto posto do mundial de construtores e com mais pódios conquistados do que Ferrari, Mercedes e Aston Martin, este não acreditaria que isso fosse possível, apesar de dizer que é um otimista. Stella deixou bem claro isso logo no final da última corrida da temporada. No entanto, e depois de um dos melhores e mais agressivos desenvolvimentos de monolugar dos últimos anos na Fórmula 1, o chefe de equipa da McLaren realça que o carro de 2024 será o resultado”das pessoas que já estão na McLaren”, os mesmos que realizaram o bom trabalho durante esta temporada.
O objetivo a longo prazo da McLaren, desde a entrada de Zak Brown para a liderança da estrutura de Woking, é voltar à discussão da conquista de títulos mundiais, mas isso tem vindo a ser adiado, não mostrando a equipa o desempenho necessário para vencer frequentemente corridas. Já o fez, mas não conseguiu manter-se no topo da classificação. A vitória de Daniel Ricciardo em Monza em 2021 foi inconsequente, mesmo que Lando Norris tivesse estado muito perto de alcançar o seu primeiro triunfo na disciplina na corrida seguinte.
Na temporada deste ano, a McLaren teve quatro etapas. A primeira, no início da temporada, quando não o carro não era competitivo e os pilotos não conseguiam alcançar pontos por mérito do material que tinham à disposição. Ainda assim, garante Stella, “havia muito trabalho a ser feito em segundo plano, a redesenhar o carro, a pensar em como conseguimos evoluir a equipa para criar condições para crescer”. A segunda fase da temporada pode ser identificada na altura da introdução da atualização extremamente eficaz no GP da Áustria, seguindo-se a terceira etapa com um novo pacote em Singapura, que “era necessário, porque só com o pacote da Áustria não teríamos sido capazes de conquistar pódios como depois fizemos, na segunda metade da temporada”, realça o chefe de equipa da McLaren. Na quarta fase, garante o responsável, a equipa dedicou-se quase exclusivamente ao carro de 2024, numa fase em que algumas outras equipas continuaram a introduzir atualizações aos seus monolugares.
Por isso, “o desenvolvimento que tivemos na Áustria, o desenvolvimento em Singapura e todas as outras áreas que melhoramos e que podem ser menos visíveis, são o resultado das pessoas que já estavam na McLaren. O carro de 2024 será o resultado das pessoas que já estão na McLaren”, explicou Andrea Stella no podcast ‘Beyond the Grid’. O italiano, que passou a exercer esta função na reorganização interna que aconteceu em março passado e em que James Key, que era diretor técnico executivo, deixou a equipa, realçou o “esforço de toda a equipa na McLaren”, que “independentemente da nossa posição, andamos de mãos dadas e confiamos uns nos outros”.
Depois do bom trabalho realizado em 2023, “em 2024, veremos o que somos capazes de fazer em termos de continuar com o desenvolvimento do carro”. Stella lembrou que o túnel de vento, simulador, instalações de produção são áreas novas na McLaren, atingindo-se uma das melhorias que estavam planeadas para fazer crescer a equipa. Por isso, e depois de colocar as pessoas a trabalhar em infraestruturas que estão ao mesmo nível dos adversários, Stella admite que “queremos competir com a Red Bull, a Mercedes e a Ferrari. É uma missão assustadora e precisamos de estar bem equipados”.
Seria lindo uma luta a quatro.