F1: Fred Vasseur realça união das equipas no “caso Wolff”. Um aviso para o futuro

Por a 18 Dezembro 2023 10:09

O fim do ano na F1 ficou marcado pelo “caso Wolff” que acabou por se revelar apenas um embaração (mais um) para a FIA. O órgão federativo e o seu líder, Mohammed Ben Sulayem, têm sido alvo de muitas críticas por parte dos responsáveis das equipas e da FOM.

O caso Wolff poderá ter sido o tiro de partida para uma nova era na convivência FOM / Equipas de F1 e FIA. O anúncio da investigação fez pensar que teríamos a novela de inverno, com a FIA a tomar uma posição clara e inequívoca. Mas com as equipas a tomarem o lado dos Wolff, a acusação perdeu peso e fundamento, não restando à FIA outra solução que não abandonar a investigação, que nem sequer chegou a arrancar, pois entre os dois anúncios da Federação, distaram aproximadamente 24 horas. Os sinais de guerra aberta entre as duas partes já vêm desde o começo do “reinado” de Ben Sulayem. E poucos dias depois, surgiu um novo ataque, com o ex-presidente da FIA, Jean Todt, a apontar o dedo ao seu sucessor.

O que aconteceu no “caso Wolff” não pode deixar de ser notado com algum interesse. As equipas uniram-se em torno de um objetivo, algo raro na F1. As equipas mostraram que podem rumar todas para o mesmo lado e, quando o fazem, a FIA perde força.

Fred Vasseur, diretor da Ferrari reconheceu o embaraço da história e realçou a união das equipas:

“Penso que esta história é bastante embaraçosa para o nosso desporto”, disse Vasseur, falando em Maranello a membros seleccionados da comunicação social. “A história começou com um artigo num jornal, não sei se jornal é a palavra certa. E penso que nesta situação, quando se está a falar de um indivíduo, é preciso ter cuidado com o que se diz. A FIA precisou de 24 horas entre o [primeiro] anúncio e o segundo anúncio. Teria feito sentido usar as 24 horas antes do primeiro anúncio [para investigar], para evitar quaisquer conclusões erradas. Depois do ‘incidente’, pelo menos as equipas estavam muito unidas”, acrescentou. “A primeira conclusão para mim é que fomos capazes de atuar em conjunto e não é muito frequente que até a Red Bull apoie o Toto! E, honestamente, penso que é um bom ponto de partida para tomarmos posição e discutirmos com os outros intervenientes. Penso que é a primeira vez que as equipas mostram algo assim em conjunto.”

Este pode ser um aviso que a guerra aberta que tem existido entre a FIA e a F1 possa subir de tom, se a postura da federação sobre certos temas não mudar. Os rumores da FOM criar a sua própria competição, longe da alçada da FIA, têm surgido ciclicamente e se as equipas foram capazes de se unir em tornou de um tema, cuja a resolução acabou por ser célere, ficou a porta aberta para que as equipas voltem a fazer o mesmo noutros temas. Será que a FIA terá força suficiente daqui para a frente. Neste cenário, parece pouco provável e com a chefia enfraquecida, o equilíbrio e forças pende para a FOM e as equipas de F1.

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