Super Fórmula: Uma nova opção, enquanto não chega a F1

Por a 12 Dezembro 2023 14:27

Os lugares na F1 escasseiam cada vez mais. Não teremos qualquer mudança na grelha de 2023 para 2024, o que implica que os jovens campeões têm de encontrar outras soluções para as suas carreiras. E a competição japonesa Super Fórmula tem-se revelado uma boa opção.

A história da Super Fórmula remonta a  1973 quando foi criada o All-Japan Formula 2000 Championship, primeira competição de topo de monolugares do Japão. O campeonato foi evoluindo ao longo do tempo até se tornar na Formula Nippon Championship que em 2013 se transformou na Super Fórmula.

Se com a Formula Nippon, a competição começou a ganhar interesse a nível internacional, com a Super Fórmula esse interesse aumentou. E nomes como Stoffel Vandoorne, Pierre Gasly, Felix Rosenqvist, Álex Palou, Patricio O’Ward, Dan Ticktum, entre outros, começaram a mostrar o potencial da Super Fórmula como uma boa opção para os pilotos que saem da F2 e não têm ainda lugar na F1. Em 2024, será Theo Pourchaire a competir no campeonato nipónico de monolugares.

O carro usado tem algumas semelhanças com os F2. O chassis, o SF23, igual para todos os pilotos, é fornecido pela Dallara, com um peso total a rondar o 670 kg e uma potência (com motores Honda ou Toyota) acima dos 550 Cv. Um carro de F2 tem 755 kg e uma potência de 620 CV. Se compararmos os tempos entre um F1 e um F2 vemos que há, em média, uma diferença de 10 a 13 segundos. Comparando o melhor tempo de um F1 em Suzuka (2023) e o melhor tempo em Super Fórmula na mesma pista no mesmo ano, a diferença ronda os 7 segundos. Comparar tempos com apenas uma pista é curto, mas é uma pequena amostra das diferenças.

Liam Lawson, que competiu este ano na Super Fórmula e que fez algumas corridas pela Alpha Tauri, falou das diferenças entre Super Fórmula e F2:

“É muito diferente e é um grande passo em relação à Fórmula 2. A sensação é muito semelhante à de conduzir um carro de Fórmula 1. A forma como a potência é servida é diferente. É um pouco mais suave neste carro, e eu diria que é mais agradável, uma sensação melhor com a forma como a potência entra. Comparando os carros, o carro de Super Fórmula é muito afirmativo, especialmente nas secções de alta velocidade. Assim que se vira, é muito reativo, sem atrasos.”

No entanto, em 2022, Nobuharu Matsushita disse que vencer na Super Fórmula era mais fácil do que vencer na F2:

“Não quero dizer que a Super Formula é fácil, claro que é muito difícil, mas ganhar uma corrida na F2 é mais difícil de certeza”, disse o piloto da B-Max Racing na altura. “Toda a gente é mais agressiva e, pessoalmente, para mim foi uma coisa maior.”

O campeonato acontece apenas no Japão num calendário que em 2024 terá nove jornadas, passando por cinco pistas: Autopolis, Suzuka, Motegi, Fuji e Sugo.

Comparações à parte, a Super Fórmula tem-se revelado um bom campeonato para os jovens pilotos mostrarem o seu talento. É talvez um trunfo que a competição pode aproveitar mais, sendo ainda claramente um campeonato virado para dentro. Mas Geoff Lees o primeiro piloto “forasteiro” a vencer na competição japonesa (1983), mostrou que o sucesso não é apenas para os homens da casa. Nomes como Ralf Schumacher, Pedro de la Rosa, Tom Coronel, Benoît Tréluyer, Loïc Duval, João Paulo de Oliveira, André Lotterer e Nick Cassidy mostraram que é possível ser campeão mesmo não tendo a mesma experiência nas pistas japonesas quanto os pilotos locais. Os Super Fórmula são mais uma opção para as jovens estrelas do futuro, apesar da menor exposição, enquanto a oportunidade na F1 não surge.

Foto: Dutch Photo Agency / Red Bull Content Pool

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