Rali dos Açores volta a ficar fora do CPR: calendário deve manter-se igual…

Em declarações à Antena 1 Açores, Ni Amorim, Presidente da FPAK revelou que o Rali dos Açores não fará parte do calendário do Campeonato de Portugal de Ralis de 2024. As razões prendem-se não só por um mau relatório do Observador da FPAK, bem como pela Associação Portuguesa de Pilotos de Ralis, que terão sugerido à FPAK que a prova açoriana não integrasse o campeonato.

Na verdade, a inclusão do Rali dos Açores no calendário de 2024 do CPR seria sempre complicada, pois há já algum tempo que a estrutura de quatro provas em cada tipo de piso é assumida como sendo a fórmula perfeita. Para além disso, quem sairia? O Rali Serras de Fafe deve perder o Europeu de Ralis mas deve voltar a abrir a competição. Depois do Rali do Algarve ter entrado em 2023, não faria qualquer sentido sair em 2024, ainda que a prova deste ano não tenha sido perfeita, pois segundo sabemos o acordo é para dois anos. O Rali Terras d’Aboboreira é um palco perfeito para uma prova que encaixa antes do Rali de Portugal, pois os seus troços costumam ter muitos quilómetros onde também passa o Rali de Portugal e por isso vários estrangeiros têm aproveitado para disputar a prova do Clube Automóvel de Amarante, ganhando com isso os adeptos que podem ver mais e melhores pilotos para lá da caravana nacional, e por fim o Rali de Portugal que é de longe o mais mediático e o que mais retorno dá às equipas, apesar da dureza e dos custos da prova para a caravana nacional.

Na fase de asfalto, o Rali de Lisboa foi candidato, mas ainda não deverá ser em 2024 que entra, se bem que isso irá suceder mais cedo ou mais tarde, tendo em conta a evolução que a prova tem sofrido desde 2021. Deverá manter-se como Taça de Portugal de Ralis, tal como sucedeu com bom êxito este ano, em que contou com oito RC2, e mais de seis dezenas de inscritos, estando em 2024 previsto ir à Serra de Sintra e ter uma super especial no Estoril.

Em 2022, a generalidade dos pilotos tinha ficado um pouco desagradada com o Rali de Castelo Branco, essencialmente devido à falta de público, mas este ano a Escuderia Castelo Branco meteu mãos à obra, e colocou de pé uma prova fantástica, em que arriscaram com o troço que fechou o rali, com vários quilómetros dentro da cidade de Castelo Branco, com a prova a terminar no coração da cidade perante uma incrível multidão, e também de uma grande festa. Foi um sucesso, pelo que a prova deverá manter-se em 2024.

O Rali da Água teve este ano azar com a meteorologia, mas tem sido uma prova que herdou uma forte herança, do mítico Alto Tâmega, e que tem estado à altura duma competição como o CPR tendo ali ficado decidido o título de 2022. O Rali da Madeira é outro dos pontos altos do ano, nem merece discussão por todos os motivos e mais alguns e o Rali Vidreiro soube estar à altura da decisão do título deste ano, com um programa inigualável em termos mediáticos, com transmissão em direto de troços e a presença da Sport TV in loco com comentadores próprios para a decisão do título, que passou quase na totalidade no seu Canal ‘Motores’.

Portanto, como se percebe, o calendário deve ser o mesmo, o que terá de ser, obviamente, confirmado pela FPAK a seu tempo.

De resto, Ni Amorim, disse à antena 1 Açores que a prova açoriana “foi avaliada e as notas foram péssimas. Obviamente que eu não posso tirar um rali que está com a nota boa, para meter um que está com uma nota péssima”.

Ni Amorim criticou também as declarações de Rui Moniz, presidente do Grupo Desportivo Comercial que disse ter a garantia do próprio presidente da FPAK que a prova iria integrar novamente o calendário do Campeonato de Portugal: “isto tem que acabar de vez esta narrativa que o Sr. Rui Moniz faz, à volta do Rali dos Açores. Eu tive uma reunião com o Sr. Rui Moniz e com outros representantes do clube e disse-lhe que gostaria imenso que o Rali dos Açores fizesse parte integrante do Campeonato Portugal de Ralis, é uma aspiração justa, legítima, e logo a seguir o Sr. Moniz diz que está assumido que a prova está no calendário de 23. Tem que retificar os erros que estão plasmados nos relatórios, eles saberão muito bem onde é que estão os seus problemas”, disse Ni Amorim, que acrescentou ainda “já houve a reunião da Associação Portuguesa de Pilotos de Ralis que não querem vir aos açores no próximo ano pelo documento que me apresentaram. A decisão é da FPAK, a responsabilidade é da FPAK, mas se existem estas associações são para serem ouvidas e para levar também linha de conta aquilo que pensam”, disse Ni Amorim.