F1: Ross Brawn gostaria de alguém “mais competitivo” no outro Red Bull a desafiar Verstappen

Por a 11 Novembro 2023 13:53

O domínio de Max Verstappen não parece agradar o lado comercial da Fórmula 1 e mesmo em termos competitivos, a competição tem vindo a perder interesse para uma grande franja de novos seguidores, muitos que começaram a assistir às provas do mundial motivadas pelas séries documentais e pela discussão do título de 2021. 

No entanto, qualquer série quer agarrar o espectador e lutas como a que assistimos em 2021, entre Max Verstappen e Lewis Hamilton até à última volta do último Grande Prémio da temporada, acontecem de longe a longe. Desde as últimas décadas do século XX que a Fórmula 1 tem tido eras de domínio de uma equipa ou um piloto, havendo no meio lutas muito interessantes. Não quer isto dizer que se trata de uma disciplina pouco interessante do ponto de vista competitivo. Mas um cenário assim pode interessar pouco aos mais recentes fãs.

Tem havido muita discussão sobre se a Fórmula 1 e FIA devem criar condições para que possam surgir equipas e pilotos que desafiem Verstappen e a Red Bull, podendo ‘congelar’ o desenvolvimento da equipa de Milton Keynes ou possibilitar aos adversários uma evolução mais rápida. Qualquer das posições pode ser vista como artificial, havendo quem defenda que nenhum destes cenários vai de acordo com o espírito da competição desportiva. Vale a pena arriscar? Caberá aos detentores dos direitos comerciais e à FIA essa decisão e quer criem essas condições ou mantenham tudo como está, estarão sempre na mira das críticas. 

No entanto, há uma outra possibilidade na opinião do antigo responsável da F1 e chefe de equipa que liderou a Brawn GP ao título mundial, Ross Brawn, que mesmo que não retire a Red Bull do topo da classificação, pode tornar a competição mais ‘interessante’. Substituir Sergio Pérez por um piloto mais competitivo que possa desafiar Max Verstappen. Em entrevista ao podcast TalkSport, Brawn explicou que “o que eu quero ver, francamente, é alguém mais competitivo no outro carro [da Red Bull] porque, infelizmente, o Sergio não está a fazer muita concorrência ao Max”, acrescentando ainda que “quando se tem um carro dominante, se pudermos ter alguém no outro carro que lhes esteja a dar trabalho, melhor. Pensamos em Rosberg e Hamilton, que foi um grande ano e um ano em que a Mercedes estava a dominar”.

Acontece que, o responsável da Red Bull, Christian Horner, não partilha desta opinião, explicando que a mentalidade do neerlandês, tricampeão do Mundo de Fórmula 1, é muito forte e difícil de ser abalada. “Acho que ser companheiro de equipa do Max Verstappen é provavelmente o trabalho mais difícil”, disse Horner ainda em Austin, no início da jornada de três provas consecutivas que terminou em São Paulo no fim de semana passado. “Está a operar a um nível tão elevado e é implacável. Por isso, a aptidão mental de que precisamos para lidar com isso sempre que vemos um dado, é do tipo ‘como é que ele fez isto?. É preciso ter uma certa força de carácter para conseguir lidar com isso”.

Ainda para mais, Horner sabe identificar o momento durante a temporada em que Pérez perdeu a hipótese de lutar pelo título com o seu companheiro de equipa. “Acho que houve um momento decisivo este ano, que foi provavelmente em Miami, onde o Checo tinha, se quiserem assim, a baliza aberta. Tinha vencido duas corridas, no Azerbaijão e na Arábia Saudita, e dava para ver que sua confiança estava alta. E penso que o Max ganhou aquela corrida [em Miami], tendo sido apanhado por uma bandeira vermelha na qualificação, partindo em nono [com Pérez a sair da pole position], e assumiu a liderança com um período de tempo muito curto [para o final]. Penso que mentalmente foi uma situação bastante brutal para o Checo lidar. E depois, ainda por cima, veio o Mónaco na corrida seguinte, e depois as coisas complicaram-se. Acho que o Max é simplesmente incansável. A partir daí, fez grandes resultados em todas as corridas”. 

Enquanto um dos responsáveis pelo regulamento técnico em vigor desde 2022 considera que o companheiro de equipa de Max Verstappen não é competitivo o suficiente para lhe fazer frente, o líder da equipa vê nos dois pilotos capazes, mas um com uma mentalidade vencedora superior ao segundo. 

Ross Brawn, que defendeu que o regulamento técnico iria dar um novo fôlego à Fórmula 1, salientou ainda que a Red Bull, embora tenha o domínio de momento, veremos a encurtar com o tempo”, acreditando que entre o final desta temporada e o início da próxima, as equipas adversárias farão um bom trabalho de desenvolvimento, podendo dar mais luta à estrutura austríaca.

Foto: Mark Thompson/Getty Image/Red Bull Content Pool

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