F1: Voltam as queixas à Pirelli, que vai mudar os pneus pela ‘enésima’ vez…
Não há muito tempo, um ex-piloto de Fórmula 1 disse em entrevista que quando corria podia atacar do princípio ao fim porque os pneus não se desgastavam. Hoje em dia a Pirelli “passa a vida” a ouvir críticas dos pilotos e das equipas quanto ao que os seus pneus fazem.
Recuando no tempo, a F1 andava ‘chata’ em pista e os seus responsáveis entenderam que era necessário criar fatores diferenciados, e entre várias ideias, uma delas o DRS, pediram à Pirelli pneus de diversos compostos para que o fator estratégia nas corridas de F1 passasse a ter muito mais importância do que tinha na altura e a verdade é que as corridas mudaram muito com a introdução desse fator.
Os anos passam, e se há algo que se mantém imutável são as críticas dos pilotos ao desgaste dos pneus.
A Pirelli várias vezes já atuou sobre a construção dos seus pneus, depois de situações em que foi aprendendo com o que sucedia em pista e com o feedback dos pilotos e equipas, mas a verdade é que pelos vistos os pilotos nunca estão contentes.
Aqui vale a pena fazer um parêntesis, pois se a Pirelli desenvolvesse um pneu ‘indestrutível’ as equipas e os pilotos haveriam de descobrir uma forma dos ‘destruir’, levando a afinação dos seus carros até esse limite. É disso que a F1 é feita, da procura incessante de andar mais rápido na procura do que todos querem, vencer. Mas os pneus serão sempre o elo mais fraco desta equação.
Se agora não gostam por uns motivos, no passado foi por outros e garantimos que os pilotos vão sempre encontrar razões para criticar tudo à sua volta, menos a eles próprios. Veja-se o que aqui e ali, todos eles conseguem fazer em termos de gestão, quando eles e a equipa acertam na estratégia certa e o piloto é capaz de cumprir à risca o que estava no papel.
Ouvir o que Fernando Alonso disse relativamente à sua luta com Sergio Perez no Brasil foi uma ode ao que um bom piloto tem que fazer para alcançar o seu objetivo. Gerir tudo o que tem nas mãos, inclusivamente os pneus. Foi o que fez e levou a água ao seu moinho… Mas para a maioria é sempre mais fácil criticar os pneus.
Agora, a Pirelli, único fornecedor de pneus da F1, está a desenvolver um pneu inovador que deverá ser lançado em 2025. É uma resposta a um novo coro de queixas de pilotos e equipas relativamente ao desempenho dos pneus, exacerbado pelos recentes acontecimentos em Interlagos. A corrida evidenciou o problema da grave degradação dos pneus, provocando um protesto dos concorrentes pela sua incapacidade de manter as velocidades máximas de corrida sem comprometer a integridade dos pneus.
Respondendo às preocupações, o chefe da Pirelli, Mario Isola, reconheceu o feedback crítico e enfatizou o compromisso da empresa com a inovação. É a resposta ‘política’ do costume: “Estamos a analisar a relação entre o desgaste dos pneus e a dinâmica em pista”, afirmou Isola. “O nosso objetivo é conceber um pneu que se desgaste de uma forma que complemente as corridas”.
Max Verstappen, entre outros, expressou as suas frustrações após o Brasil, lamentando a impossibilidade de levar o carro aos seus limites sob as restrições atuais. Esse sentimento é partilhado entre os pilotos está a impulsionar a Pirelli na procura de uma solução equilibrada.
Provavelmente, em 2025, os pilotos e as equipas estão a criticar outra coisa qualquer. Está-lhes no sangue.
Mario Isola diz, no entanto, o óbvio. Foi pedido à Pirelli que desenvolva pneus para que exista estratégia inerente às corridas e a eliminação do desgaste dos pneus, que como é lógico é perfeitamente possível, iria acabar com a estratégia. Se for essa a opção, tudo bem, mas então porquê pediram à Pirelli pneus de vários compostos?
“Um pneu que não se degrada eliminaria a complexidade estratégica das corridas, podendo levar a Grandes Prémios monótonos e sem grandes acontecimentos. O desgaste dos pneus é o catalisador de grande parte da ação em pista”, disse Isola que reforça ser delicado o equilíbrio entre durabilidade e estratégia.
O objetivo da Pirelli é atingir esse equilíbrio ideal, criando um pneu que atenue o desgaste excessivo e, ao mesmo tempo, mantenha a diversidade estratégica com potenciais corridas com várias paragens. Sem um desgaste variado dos pneus, a F1 arrisca o regresso das ‘procissões’: “Precisamos de manter o elemento de competição que as diferentes taxas de desgaste podem proporcionar”, insistiu Isola, que mais uma vez vai tentar chegar mais perto dos desejos das equipas e pilotos.
Porque é que a FIA manteve estes inúteis em vez da Bridgestone?
Constou que este novo contrato com a Pirelli será o último, vindo depois a Bridgestone. Mas será diferente, não haverá queixas? Não nos podemos esquecer que foi a FIA que pediu à Pirelli pneus que se desgastassem.
A Pirelli inuteis? Interessante análise para um dos maiores construtores de pneus para o desporto automóvel de sempre. De volta ao interesse da noticia…a Pirelli têm orientações claras do que têm que fazer pelo organismo que gere a F1. Se faz sentido estas orientações ou não é outra discussão. A Bridgestone já fez saber em entrevista que com esta politica não pode aceitar ser fornecedor da F1. Quanto á Michelin e Goodyear não faço ideia se estão envolvidos no processo.