GP São Paulo, F1: Vitória dominadora de Max Verstappen
Max Verstappen conquistou a 52ª vitória da carreira ao triunfar de forma soberana o Grande Prémio de São Paulo, perdendo apenas a liderança por um par de voltas depois da sua segunda paragem para troca de pneus. O neerlandês terminou a prova em Interlagos com 8.277s de vantagem para Lando Norris, que alcançou o segundo posto depois de uma boa partida da corrida – a primeira de duas, depois da bandeira vermelha que marcou o início da prova – passando do sexto posto da grelha de partida diretamente, para a vice-liderança.
Sem conseguir atacar Max Verstappen no primeiro arranque da corrida de 71 voltas, devido ao acidente que envolveu Alexander Albon e Kevin Magnussen antes da curva 1 e ao consequente período de Safety Car e suspensão sob bandeira vermelha, Lando Norris teve de defender esta posição na segunda partida, do ataque momentâneo de Lewis Hamilton. Depois de não ter conseguido a manobra ao seu compatriota, Hamilton perdeu a posição para Fernando Alonso e a partir daí teve uma corrida a perder mais lugares, até terminar em oitavo.
Por seu turno, Fernando Alonso passou a rodar no terceiro posto, tendo que suar para o levar até à última passagem pela linha de meta, uma vez que Sergio Pérez tentou tudo para chegar ao último lugar do pódio. Os dois batalharam bastante, mas Alonso conquistou o nono pódio em Interlagos após ter passado 0.053s à frente de Pérez, depois do piloto mexicano o ter ultrapassado na volta 70 e o espanhol ter recuperado o terceiro lugar e aguentado essa posição até ao final da volta 71.
Longe desta batalha pelo terceiro lugar ficou Lance Stroll, confirmando a boa corrida da Aston Martin em São Paulo, Carlos Sainz, com problemas na caixa de velocidades na fase final do Grande Prémio e Pierre Gasly. Depois da posição ocupada por Lewis Hamilton, o único piloto Mercedes a terminar a prova, Yuki Tsunoda somou mais pontos importantes para a AlphaTauri com o nono posto. Esteban Ocon, que usou uma estratégia alternativa de 3 paragens, fechou o top 10 e os lugares pontuáveis.
Ficaram de fora da prova brasileira Charles Leclerc, ainda na volta de formação, Alexander Albon e Kevin Magnussen nos primeiros metros, além dos dois pilotos da Alfa Romeo – Zhou Guanyu primeiro e depois Valtteri Bottas – antes de George Russell.
Foi uma corrida sem muita história em relação aos dois da frente, mas com muito para contar no que diz respeito ao restante pelotão.
Como tudo aconteceu:
Quando as mantas de aquecimento dos pneus foram retiradas, foi possível perceber que todos os pilotos tinham pneus macios montados nos seus monolugares, exceto Logan Sargeant em 19º, que arrancou com o composto de borracha médio.
Charles Leclerc, ainda na volta de formação e depois de perder o sistema hidráulico, ficou sem forma de controlar o Ferrari SF-23, batendo com alguma violência nas barreiras do circuito brasileiro, ficando logo fora de corrida. Sem precisar de reparação das barreiras e com o piloto a conseguir levar o monolugar italiano até uma das saídas de emergência, a direção de corrida não suspendeu a partida, iniciando a prova sem qualquer repetição do procedimento. No entanto, não viria a ser uma partida sem incidentes.
Poucos metros depois da partida da corrida do Grande Prémio de São Paulo, um acidente obrigou à entrada do Safety Car. Alexander Albon e Kevin Magnussen ficaram logo fora de corrida na curva 1, depois um toque entre o Haas de Nico Hülkenberg no Williams do tailandês, que depois de perder o controlo, bateu no segundo monolugar norte-americano antes travagem para a primeira curva. Enquanto estes dois pilotos eram recolhidos pelo carro médico e outras viaturas de assistência, os AlphaTauri AT04 de Daniel Ricciardo e o McLaren MCL60 de Oscar Piastri, também apareciam com danos motivados pelo incidente. O monolugar italiano levou com um pneu que ficou solto do acidente na asa traseira e o de Woking foi ainda tocado por Magnussen na reta da meta.
A McLaren tinha colocado o monolugar do australiano dentro da garagem e avisou o piloto para desligar o carro, mas depois da bandeira vermelha, que surgiu logo depois do Safety Car estar em pista, tentou coloca-lo em pista novamente. Sucedeu-se o mesmo com o AT04 de Ricciardo.
Em termos de classificação, e com um bom arranque vindo do sexto lugar da grelha, Lando Norris foi um dos pilotos que mais posições ganhou nesse momento da corrida. Max Verstappen foi soberano na largada, mantendo a liderança, enquanto Lewis Hamilton ganhou dois postos, Esteban Ocon cinco, Yuki Tsunoda seis, tal como Valtteri Bottas e Zhou Gunayu ganhou sete lugares.
A FIA confirmou que os carros que foram objeto da resolução dos danos nas suas garagens em condições de bandeira vermelha, tinham de recomeçar a corrida a partir do pitlane e não da grelha de partida.
Na segunda largada do dia, após a bandeira vermelha, Max Verstappen saiu bem novamente, enquanto Norris foi pressionado por Hamilton, mas conseguiu defender na travagem para a curva 1. Seguiam-se Alonso, George Russell, Sergio Pérez, Lance Stroll, Carlos Sainz. O piloto espanhol da Aston Martin aproveitou a discussão entre Norris e Hamilton para ultrapassar o britânico da Mercedes, pelo terceiro lugar, na curva 4.
Ficou Norris isolado para perseguir o líder da classificação, chegando mesmo a estar roda com roda na volta 8 para tentar a manobra de ultrapassagem, mas quando chegou à zona do DRS, Verstappen já tinha uma vantagem superior a 1 segundo, evitando um novo ataque do piloto britânico da McLaren.
Com todos os carros com pneus macios depois do reinício, exceto Piastri com médios, as diferenças no meio do pelotão eram curtas. Na frente, Verstappen mantinha mais de 2 segundos à frente de Norris, enquanto o seu companheiro de equipa, Sergio Pérez pressionou fortemente George Russell, até que na volta 14 conseguiu ascender ao quinto posto da classificação. O piloto britânico começou a sentir problemas com os pneus, passando a ter Stroll ‘colado’ à sua traseira e com algumas comunicações tensas com o seu engenheiro de corrida, que ia pedindo a Russell para gerir mais as borrachas do W14.
Sem forçar a defesa no final da reta da meta, na travagem para a curva 1, Lewis Hamilton foi ultrapassado por Sergio Pérez na volta 18, tentando responder até à curva 4. Era visível a dificuldade do piloto britânico com os pneus, entrando no final dessa mesma volta na box, regressando à pista em 11º com o composto médio. O seu companheiro de equipa foi chamado na volta seguinte.
Depois de também ter parado na volta 21, Sergio Pérez foi ultrapassado por Lewis Hamilton quando estava na via de saída das boxes, voltando a ter de perseguir o adversário, estando ambos na discussão do segundo lugar do mundial. O piloto mexicano recuperou a posição a Hamilton na reta oposta, antes da curva 4, na volta 24.
Nessa mesma volta, a Alfa Romeo chamou Zhou Guanyu à box, mas não para trocar de pneus, antes para abandonar.
Fosse com pneus médios ou macios, os Mercedes mostraram muitas dificuldades. No segundo ‘stint’ com médios, Lance Stroll ultrapassou com facilidade George Russell e pouco depois, Lewis Hamilton, deixando os dois pilotos da equipa de Brackley entregues apenas a si na discussão pelo sexto posto da classificação.
Sainz conseguiu recuperar terreno para ambos os carros de Brackley, ultrapassando os dois pilotos num curto espaço de tempo, subindo ao sexto posto depois da corrida ter passado as 36 voltas.
Enquanto Sergio Pérez e Fernando Alonso estavam em discussão pelo terceiro lugar, mas à distância, uma vez que o piloto mexicano ora encurtava a diferença, ora o espanhol aumentava o ritmo e recuperava a vantagem, a Alfa Romeo perdeu o último carro que tinha em pista, com Valtteri Bottas a desistir na volta 41. Uma tarde para esquecer da equipa suíça, na mesma corrida em que Yuki Tsunoda dava sinais positivos de poder voltar a somar pontos na discussão do fundo da tabela classificativa do mundial de construtores.
As coisas pelo lado da Mercedes pareciam estar a piorar, depois de Pierre Gasly ter ultrapassado George Russell pelo oitavo posto, passando a ter Yuki Tsunoda a 2.3s. O piloto francês da Alpine, depois de ter deixado Russell para trás, queixou-se de um problema nos travões.
Com a possibilidade de poder ser ultrapassado por Tsunoda, Russell parou pela segunda vez na box para voltar aos pneus macios, regressando à pista no 11º posto.
Na luta pelo pódio, Pérez parou pela segunda vez na volta 48, respondendo Alonso na volta seguinte, conseguindo o piloto espanhol defender a tentativa de ‘undercut’ da Red Bull e do piloto mexicano. Mesmo assim, Sergio Pérez manteve a perseguição com os pneus macios a Fernando Alonso. Estes dois pilotos tinha à sua frente os quatro pilotos que ainda não tinham parado pela segunda vez: Max Verstappen, Lando Norris, Lance Stroll e Carlos Sainz.
A segunda paragem de Stroll foi mais lenta, com dificuldades dos mecânicos apertarem a roda dianteira direita, voltando à corrida no sexto posto, aproveitando Yuki Tsunoda para subir mais uma posição, apesar de, naquela altura, não ter efetuado nova paragem e estar em pista com pneus médios no meio de adversários com pneus macios montados nos seus monolugares. O piloto japonês parou na volta 15, a mesma de Max Verstappen, caindo para o décimo posto da classificação.
Estando a luta pelo segundo posto a concentrar quase toda a atenção desta corrida, George Russell teve de regressar ao pitlane, mas também para desistir. A corrida da Mercedes só ficaria pior se Lewis Hamilton também fosse obrigado a abandonar.
A corrida teve outro líder além de Verstappen, quando o neerlandês parou pela segunda vez e Lando Norris manteve-se em pista mais duas voltas.
A 11 voltas do final da corrida brasileira, Sergio Pérez entrava na volta o mais perto que esteve de ultrapassar Fernando Alonso até aquela altura. Os dois estiveram lado a lado na curva 1, mas não foi capaz de surpreender o seu adversário. Esta discussão continuou por mais algumas voltas, mas Alonso tratava de deixar o seu adversário longe na entrada da reta da meta para não dar qualquer ideia ao mexicano para a curva 1. No entanto, o assédio de Pérez continuou, até que na primeira curva da volta 70 este assumiu o terceiro lugar, mas por pouco tempo. Alonso não desistiu, tentou uma primeira vez na curva 4 sem sucesso, mas terminou a tarefa pouco depois. Os dois pilotos protagonizaram um dos mais melhores finais de corrida, quando entraram na reta da meta separados por poucos milésimos de segundo. Todavia, Fernando Alonso conseguiu passar à frente de Sergio Pérez, por apenas 0.053s.
Assistimos a uma das melhores provas da temporada, mesmo que na frente tudo se tivesse resolvido cedo. Houve drama, boas ultrapassagens, algumas surpresas na classificação, tanto boas como más, e uma luta renhida até ao cruzar da linha de meta pela última vez. Obrigado Interlagos!
A próxima prova é em Las Vegas.
Foto: Rudy Carezzevoli/Getty Images/Red Bull Content Pool
Palavras para quê…chama-se Fernando Alonso e deu uma autêntica Master Class de defesa hoje. Ah e parabéns ao Max e ao Lando pelas excelentes corridas. Bem vindo de volta Sérgio
Corrida menos entusiasmante do que a sprint, se exceptuarmos a luta Alonso x Perez, que valeu a corrida. Há muito tempo que não tínhamos quatro abandonos por problemas nos carros. Incluo Leclerc nesse grupo, já que foi um problema mecânico a causar o despiste. Mesmo com tantas repetições, não consegui ver como o Piastri foi envolvido no acidente da largada. Verstappen e Norris estão num grupo à parte. Os Aston Martin devem mesmo ter deitado para o lixo as actualizações, já que parecem os carros do início da época. Perez no seu melhor. Sainz a terminar a 50 segundos é… Ler mais »
O Piastri levou um toque de um Haas, quase não se vê, mas leva…