GP do Qatar F1 – 5 histórias do paddock
No Grande Prémio do Qatar foram diversas as conversas de bastidores, tendo os temas se centrado em pilotos e equipas, desde a Aston Martin até à Audi.
Aston Martin à venda?
As performances da Aston Martin têm vindo a cair ao longo da temporada, estando agora na iminência de perder para a McLaren o quarto lugar no Campeonato de Construtores, e com a quebra das prestações de Lance Stroll o interesse de Lawrence em manter a equipa parece ter vindo a esfriar.
Segundo os rumores, o canadiano poderá estar a pensar em vender a estrutura de Silverstone, tendo como comprador a ARAMCO, a petrolífera saudita que é um dos seus patrocinadores.
A reforçar este cenário está o regresso da Aston Martin a Le Mans em 2025, com uma empresa distinta da equipa de Fórmula 1, o que permitiria a Lance Stroll continuar a sua carreira de piloto num elevado nível, mas sem a exigência da categoria máxima, onde tem vindo a ser destruído por Fernando Alonso.
O regresso da marca britânica às provas de resistência coincide com o derradeiro ano do atual ciclo regulamentar, podendo ser esse o momento em que a estrutura de Fórmula 1 mude de mãos, caso este cenário avance.
Para já Pirelli, mas Bridgestone está à espreita
A Pirelli assegurou mais um contrato de fornecimento exclusivo de pneus ao Campeonato do Mundo de Fórmula 1, com a duração até 2027 e uma opção para 2028, mas este pode ser o seu último.
A companhia italiana está na categoria máxima desde 2011 e segundo os boatos ouvidos nos bastidores está satisfeita com as suas ambições de marketing e tecnologia, estando a preparar-se para deixar o mundo dos Grandes Prémios.
A Bridgestone, que foi também uma candidata ao próximo contrato de fornecimento de pneus, terá apresentado argumentos técnicos muito fortes e está interessada em voltar à Fórmula 1 em 2028 ou 2029.
Reforma de Pérez abre a porta a Norris?
Os problemas de Sergio Pérez são cada vez mais evidentes, demonstrando dificuldades em acompanhar o ritmo do seu colega de equipa e continuando a cometer erros que o impedem de assegurar os resultados condizentes com o carro que tem à sua disposição.
A Red Bull tem vindo a expressar palavras de apoios para com o seu piloto, mas parece que a paciência de Helmut Marko e Christian Horner se está a esgotar, tendo o primeiro afirmado que a sorte do mexicano é que, neste momento, a equipa de Milto Keynes não tem ninguém disponível para o seu lugar, ao passo que inglês deixou escapar que o seu recruta está a enfraquecer a formação de bandeira austríaca face às suas rivais.
Os rumores de que Lando Norris poderá ocupar o lugar de Pérez têm vindo a crescer e há quem garanta que o inglês poderá ser o colega de equipa do seu amigo Max Verstappen já no próximo ano, se a Red Bull conseguir encontrar um acordo com a McLaren.
Uma das formas de libertar o lugar para o jovem inglês seria Dr. Marko e Horner convencerem Pérez a decidir-se por entrar na reforma, uma ideia que o mexicano já admitiu ser uma possibilidade antes de ingressar na Red Bull, no final de 2020.
Andretti continua sem simpatia no paddock
A Andretti conseguiu cumprir as exigências da FIA, tendo sido aceite por esta na sua candidatura a ser a décima primeira equipa do Campeonato do Mundo de Fórmula 1, mas tem ainda de convencer a FOM e a generalidade das equipas não estão satisfeitas e interessadas em abrir as portas à equipa americana, que tem o apoio da GM através da Cadillac.
Entre os atuais concorrentes, existe o receio de que Andretti e os seus apoiantes não tenham noção do desafio que representa ser competitivo na categoria máxima, apontando para o desejo dos americanos em operar a partir dos Estados Unidos da América como um dos indícios.
Para além disso, sublinham a falta de competitividade da equipa de IndyCar da formação dos Andretti, uma competição em que nível não se aproxima sequer do Campeonato do Mundo de Fórmula 1.
Para já, os Andretti têm se cingido ao silêncio, mas há quem garanta que, na eventualidade de a sua candidatura ser recusada pela FOM; os americanos partirão para os tribunais civis.
As dúvidas quanto à Audi
Durante o Grande Prémio do Qatar surgiram boatos que apontavam para que a Audi pudesse deixar cair o seu projeto de Fórmula 1.
Desde o momento em que foi decidido que a marca de Ingolstadt rumaria à categoria máxima a sua equipa de gestão mudou radicalmente, o que levou a que tenham surgido boatos quanto à marcha-atrás dos alemães.
No entanto, a decisão de levar a Audi à Fórmula 1 foi tomada pela direção do Grupo Volkswagen, não estando dependente da direção da sua subsidiária.
No entanto, o investimento da Audi na Sauber tem sido inexistente, o que leva a sérias dúvidas quanto à sua competitividade da equipa da marca de Ingolstadt, pelo menos, nos seus primeiros anos.
Ainda assim, existe uma justificação para essa falta de investimento, que passa pelo facto de a Audi ser apenas, presentemente, um acionista minoritário na equipa de Hinwil, assegurando uma posição dominante apenas no próximo ano.
Tudo parece garantido no que diz respeito à entrada dos alemães na Fórmula 1, mas teme-se que a sua planificação não tenha sido a mais conseguida, podendo a Audi apresentar muitas dificuldades no início da sua campanha, em 2026.
“…Entre os atuais concorrentes, existe o receio de que Andretti e os seus apoiantes não tenham noção do desafio que representa ser competitivo na categoria máxima,” Sim, sim, deve ser esse mesmo o problema dos actuais concorrentes. Para mim, o problema (e alguns ja o disseram claramente) é a diminuição do bolo financeiro que caberá a cada um, à medida que forem entrando novos concorrentes. Só ha algo que me escapa: a FOM tem mesmo capacidade legal para bloquear a entrada de novos concorrentes? duvido, mas se alguém tiver por aí dados concretos, diga.