Responsáveis do Circuito Internacional de Vila Real: “Não desistimos”

Por a 4 Julho 2023 10:54

O 52º Circuito Internacional de Vila Real vai decorrer sem a presença de qualquer competição internacional, mas os responsáveis pela organização desta prova da velocidade nacional, único evento em Portugal fora dos Autódromos do Algarve e Estoril, asseguram que o cancelamento recente da prova de 6 Horas de Vila Real (promovida pela Creventic) se tratou apenas de um percalço e que continuam de mangas arregaçadas para a realização da edição deste ano e das próximas.

Foi realizada na passada segunda-feira uma conferência de imprensa, para dar conta dos últimos desenvolvimentos do evento, que fica agora reservado para as competições nacionais (Campeonato de Portugal de Velocidade, de Clássicos, 1300, Legends e Super Legends), e que contou com a presença dos dois promotores lusos – ANPAC e Race Ready – assim como Ni Amorim, Presidente da FPAK, acompanhados pela organização tripartida local, Rui Santos (presidente do Município), José Silva, (presidente da Associação Promotora do Circuito Internacional de Vila Real) e Jorge Almeida (presidente do Clube Automóvel de Vila Real). A conferência contou ainda Gerrie Willems, coordenador técnico da Creventic.

José Silva começou por confirmar que a prova do promotor das 24H Series, a Creventic, não se realizará em sequências dos poucos pilotos e equipas inscritos para a prova extra-campeonato das 6 Horas de Vila Real, como o AutoSport noticiou na passada sexta-feira, fazendo um apanhado geral das dificuldades com que a APCIVR se deparou para receber uma prova internacional. Segundo o responsável da APCIVR, após o fim do WTCR – competição que tinha reformulado contratualmente a vontade de regressar ao CIVR – foram feitos contactos com vários promotores, inclusivamente, assinando-se um contrato com a ITR, empresa responsável pelo DTM, que infelizmente, também veio a fechar e a passar os direitos comerciais da competição para a ADAC.

Os vila-realenses tentaram que o acordo fosse aceite pelo ADAC e a prova incluída no calendário da competição de GT alemã, mas tal não foi possível, havendo apenas a possibilidade da realização em outubro, algo que é impensável para a organização local. O responsável da APCIVR assegurou que o promotor do FIA ETCR, taça do mundo de carros de turismo elétricos, o mesmo do extinto WTCC e WTCR, quis trazer esta prova para Vila Real, assim como corrida de suporte, o novo TCR World Tour, pelo custo de 100 mil euros de ‘fee’. Assim que o ETCR também foi suspenso pela FIA, os organizadores puseram em marcha um novo plano, que passava por trazer a nova competição, um pouco quase como herdeira do WTCR, a Vila Real, já com outro promotor envolvido nas negociações. A proposta do promotor, segundo revelado por José Silva, foi o pagamento de 500 mil euros apenas pelo TCR World Tour, um valor “fora de causa”.

Foi assim que surgiu a Creventic, cujo interesse em competir em Vila Real não é novo. José Silva garantiu que este promotor continua interessado em passar pelo circuito transmontano no futuro, sendo o mesmo assegurado por Gerri Willems, que acrescentou não se tratar de um cancelamento, mas sim “de um adiamento”.

Sem querer confirmar, após a questão levantada pelo AutoSport na conferência, se podia a prova de Vila Real fazer parte do calendário oficial da Creventic para a próxima temporada, José Silva disse apenas que a APCIVR está aberta ao diálogo com qualquer promotor internacional, não fechando a porta à possibilidade do DTM ou de qualquer outra competição.

O presidente do município de Vila Real afirmou que “apesar do que aconteceu, este ano foi um ano bom para o Circuito Internacional de Vila Real, porque reforçamos as condições de segurança e pavimentamos uma parte significativa [do traçado] daquilo que é da responsabilidade do município [parte do circuito original que é agora utilizado, é da responsabilidade da Infraestruturas de Portugal, S.A, antiga Estradas de Portugal]”. Assegurando que “não vamos parar”, Rui Santos explicou que continuarão a trabalhar para adicionar uma prova internacional às nacionais que estarão sempre no âmago do CIVR. “É uma grande marca da região, é uma grande marca do Norte e é uma grande marca do país, que merece ter os melhores protagonistas, porque tem um excelente público que tem uma enorme paixão”, disse o presidente do município antes de afirmar perentoriamente que “nós não desistimos”.

O presidente da FPAK, apesar do contratempo com o cancelamento da prova internacional, diz-se satisfeito pelo evento poder contar com os campeonatos da velocidade nacional. Os responsáveis das competições nacionais presentes na edição deste ano, José Fafiães pela ANPAC e Diogo Ferrão pela Race Ready, deram conta da muita participação dos pilotos e equipas para a ronda de Vila Real, estando pelo menos 17 carros presentes na grelha do CPV, que ainda não encerrou o período de inscrições, havendo a expectativa, nas quatro competições sob alçada da Associação Nacional de Pilotos de Automóveis Clássicos, que se juntem uma centena de carros nas grelhas.

Apesar de não estar a competir, Tiago Monteiro, através de uma mensagem vídeo que foi partilhada na conferência de imprensa, anunciou a sua presença no fim de semana de 15 e 16 de julho em Vila Real, não sendo ainda certo que participe em qualquer uma das competições.

Foto: Micael G. Liberato

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canam
canam
1 ano atrás

Antes da construção do autódromo do Estoril há 52 anos , o circuito internacional de Vila Real, nomeadamente a prova final de 500 kms para os grupos 3,4 e 5, GTs e Protótipos, era o maximo da velocidade em Portugal ,com transmissão televisiva em direto, coisa rara nessa altura, onde só os GPs de Espanha e do Mónaco e as 24 horas de Le Mans,recebiam igual tratamento.
Apenas o Rally TAP rivalizava com ele em termos do impacto.

Last edited 1 ano atrás by Canam
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