Estreia dos Grupo A não impediu Markku Alen de somar a quinta vitória do seu percurso no Rali de Portugal, que com a ajuda de um avião estabeleceu na altura um novo recorde na prova
Com a interdição dos Grupos B, a partir de 1987, o expoente máxÂimo passou a ser o Grupo A, com carros baseados nos modelos de série e metade da potência dos seus antecesÂsores. A segurança deste desporto começou a ser olhada com outro rigor, no que toca à construção dos bólides, mas sobretudo no que à colocação dos espectadores diz resÂpeito.
Mantendo-se à frente da comissão orÂganizadora, César Torres passou o testemuÂnho a Luis Salles Grade na direção da prova. Previsivelmente, as estradas de Sintra, local de lutas épicas e desfechos memoráveis, foram abandonadas, sendo substituÃdas por uma clasÂsificativa no Autódromo do Estoril, cujo venceÂdor seria um jovem chamado Carlos Sainz.
Ao volante de um Ford Sierra, o piloto madrileno protagonizaria nos anos seguintes uma notávÂel ascensão e as florestas portuguesas nunca mais foram as mesmas. Milhares de adeptos esÂpanhóis começaram a atravessar anualmente a fronteira, emoldurando as estradas do Alto Minho ao centro do paÃs, para ver o seu Ãdolo.
Este foi o ano em que Jean Ragnotti, conduzindo um Renault 11 Turbo de duas rodas motrizes, fez tremer a favorita Lancia. Markku Alen, o lÃder à entrada da última etapa, vinha perdendo temÂpo para o francês, já que o seu Delta HF 4WD acusava problemas de amortecedores e a marca italiana esgotara o stock.
A solução passou por mandar virem amortecedores de Itália, que cheÂgaram de avião, mesmo a tempo de equipar o carro do finlandês antes da demolidora ronda de Arganil e numa altura em que apenas quatro segundos o separavam de Ragnotti. A vitória chegou de avião! Alen estabelecia assim o reÂcorde de cinco vitórias num rali em que Joaquim Santos, em Ford Sierra, foi o melhor português.