Ricardo Porém/Luís Marques reavivam a dupla que marcou a estreia do piloto da vencer no CPTT, em 2014. Foi na Baja terras de Alcoutim, num texto que recordamos. Na Baja TT norte de Portugal oa fupla corre desta feita num MMP Can Am Maverick X3 do agrupamento T3, e pode lutar pelos lugares da frente: “Passados nove anos e a nossa primeira vitória à geral numa prova do Campeonato Portugal Todo-o-Terreno volto a fazer equipa com o meu amigo Luís Henrique Marques. No próximo fim de semana, vamos estar à partida da Baja TT Norte de Portugal, inseridos na estrutura da MMP Competition, ao volante do novo T3 desta equipa que têm vindo a crescer ano após ano e já é uma das referências da categoria no Rali Dakar. Como sempre, vamos dar o nosso melhor, conhecer e evoluir o carro ao longo de todo o fim de semana, sempre com o foco e a ambição de lutar pela vitória. Foi assim que terminámos nas corridas que fizemos juntos”, escreveu o piloto nas suas redes sociais.
Baja Terras de Alcoutim 2014: Estreia vitoriosa de Ricardo Porém
Ricardo Porém, desta feita acompanhado por Luís Marques, estreou-se a vencer no Campeonato Nacional de TT numa prova em que a desistência muito cedo de Miguel Barbosa adiou um duelo que se antevia muito intenso…
O Nacional de Todo o Terreno está mais interessante do que nunca. Foi finalmente possível esta época reunir um bom parque de automóveis e pilotos, que estão a criar entre os adeptos do todo o terreno a ideia que a competição deste ano tem tudo para ser bem competitiva e equilibrada. Até esta temporada, Miguel Barbosa e o Racing Lancer têm-se mostrado imbatíveis, mas este ano o nível dos seus adversários cresceu muito, e caso estes possam contar com a colaboração das suas máquinas é certo que as provas vão ser bem mais equilibradas. Foi esse o caso da abertura do campeonato, o Ervideira TT, com lutas ao segundo a cada CP, e o mesmo se passou, ainda que com protagonistas distintos, em Alcoutim. Desta feita foi o Racing Lancer de Miguel Barbosa que cedeu pouco depois da partida, devido a problemas de sobreaquecimento do motor, mas a verdade é que o Campeão em título mantém incólumes todos os seus fortes argumentos, e ninguém duvida que na Baja TT Oleiros/Proença/Mação, Barbosa vai surgir forte como sempre e a lutar pelas vitórias.
Assim sendo, as ‘despesas’ da prova foram feitas por Ricardo Porém, moralizado por uma excelente vitória no Prólogo, o primeiro sinal de que Miguel Barbosa iria ter muito que fazer para vencer em Alcoutim. O jovem de Leiria entrou ao ataque e em CP1 já detinha uma margem pouco acima dos dois minutos para Rui Sousa, que se estreou neste prova com o Evoque Cattiva. Ainda que sem imprimir um ritmo de verdadeiro ataque, a experiência de Rui Sousa permitia-lhe não deixar afastar-se muito Ricardo Porém, que chegou mesmo a sair de estrada. Nesta altura, Rómulo Branco já tinha dado um forte toque com a traseira da Toyota Hilux, perdendo vários minutos e quase todas as chances de lutar pela vitória. Quem surpreendia imenso nesta fase da corrida era Nuno Tordo, terceiro da geral e líder destacado do T2, com o seu novo Mitsubishi Pajero. André Amaral ficava pelo caminho com o seu Mercedes Proto D06 o mesmo sucedendo a João Ramos – que andou muito rápido, entre os primeiros classificados – com a manete da caixa de velocidades do Toyota Rav 4 partida.
Porém afasta-se
À entrada da segunda volta, Ricardo Porém aumentou paulatinamente a vantagem face a Rui Sousa, que chegou aos 7m30s, ficando aí a certeza que só um problema mecânico poderia retirar a vitória a Ricardo Porém, e a verdade é que o susto aconteceu mesmo, com um problema com a transmissão do BMW Proto a assustar. Nesta altura a preocupação de Rui Sousa era mais a manutenção do segundo lugar já que Rómulo Branco entrou decidido a recuperar muito do tempo perdido de manhã. E estava a levar água ao seu moinho, embora tenha, a partir de determinado momento acabado por ser um esforço infrutífero. Mas já lá vamos! Lá na frente, Porém rumava convicto para a sua primeira vitória no CNTT, obtendo um triunfo claríssimo. Fica para outras núpcias novos duelos com todos os melhores pilotos em prova, ficando já a certeza que serão provas inesquecíveis.
Por esta altura da prova, à passagem por CP2, as posições lá na frente estavam mais ou menos consolidadas, e só existia a dúvida como ficaria o pódio, à geral e no T2. Até que Nuno Tordo, que liderava o T2 destacadíssimo, capota, e vê o seu carro incendiar-se. Houve algum pânico, e aqui teve início um grande bico de obra para a organização. Alguns concorrentes passaram, outros ficaram retidos, criando-se um fosso e muita confusão. Houve concorrentes que foram neutralizados e mandados seguir para o Parque Fechado em ligação, como foi o caso do espanhol Enrique Bonafonte. Há relatos díspares, ‘ordens’ vindas sem que se saiba bem de quem, e por isso houve muita confusão. A verdade é que a questão não era fácil de resolver no imediato e como muitas vezes acontece nestes casos, há que tomar decisões, mesmo sabendo que elas podem ‘doer’ a alguns. E foi isso que aconteceu. Por exemplo, Rómulo Branco já tinha suplantado Rui Sousa e ascendido ao segundo lugar ‘virtual’, mas como a organização decidiu ‘contar’ os tempos de CP1 e atribuir em CP2 o registo de Ricardo Porém, o único piloto com que não houve sombra de confusão na pista, o piloto da Toyota, quedou-se pelo lugar mais baixo do pódio.
Já no Agrupamento T2 o problema também se colocou. Com Nuno Tordo de fora, em CP1 a ordem da classificação era Jorge Cardoso, Francisco Gil e Alexandre Franco. Este último teve problemas de transmissão logo a seguir, Francisco Gil passou pelo local do acidente e foi até ao fim da prova enquanto João Cardoso foi mandado em ligação para o Parque Fechado. No final, a vitória do T2 foi para Gil, Cardoso foi segundo e Franco, terceiro.
No T8, uma categoria em que mais do que atacar, há que ‘sobreviver’ à dureza dos percursos, a vitória foi para Fernando Cunha, que terminou com cerca de dois minutos de avanço para Rui Trindade, com o pódio da equilibrada categoria a ficar completo com Mário Raposo. Na Taça Nacional de TT, apenas duas equipas chegaram ao fim, com António Laranjeira e Joana Alves a vencerem na frente de Ricardo Nascimento e Paula Fortunato. Curiosamente, duas Senhoras como navegadoras.
Ricardo Porém não esquece o irmão Manuel: “Dedico esta vitória ao meu irmão”
Depois de muitas vezes ter mostrado grande andamento, Ricardo Porém obteve finalmente a sua primeira vitória no Campeonato Nacional de Todo o Terreno, dominando por completo a prova algarvia e ascendendo também à liderança do campeonato. O triunfo no Prólogo foi o mote dado pelo piloto de Leiria, que de imediato confessou ser esse um excelente sinal para o que viria depois: “Triunfar no prólogo deu-me muita confiança para a prova. É um resultado fantástico e estou muito feliz. Sabia que tinha ritmo para vencer e que a minha hora havia um dia de chegar. Agora quero dedicar esta vitória a muita gente mas em especial ao meu irmão Manuel, que adoraria cá estar e partilhar esta felicidade” disse Ricardo Porém que não teve, no entanto, uma vitória fácil: “Tivemos uma saída de estrada ao quilómetro 50 e reconheço que foi com alguma sorte que consegui colocar novamente o carro na pista. Já na fase final partiu-se uma transmissão e apanhei um grande susto. Tivemos que rolar com enormes cautelas para chegar ao fim. Enfim, foi uma prova dura, mas em que o esforço foi altamente compensador. Sinto-me nas nuvens e agora há que digerir a vitória!” concluiu.