Fórmula E, Berlim: Nick Cassidy conquista brilhante vitória. Félix da Costa quinto
Depois de uma manhã molhada, com uma qualificação afetada pela chuva, o circuito de Tempelhof apresentou-se seca para a derradeira corrida do fim de semana. Os homens da ABT Cupra largavam das primeiras posições, mas sem a “bênção” da chuva, seriam alvos fáceis. A corrida acabou por ser muito estratégica, com muitas trocas de posições, mas no final, sorriu a Nick Cassidy.
Tivemos um momento caricato antes do arranque da prova, com uma invasão de pista por parte de protestantes, o que adiou o arranque da prova.
Depois de uma largada ordeira e sem grandes mudanças, as primeiras voltas foram feitas de forma muito conservadora, sem grandes ataques cerrados. O ritmo era controlado, com os pilotos a gerirem a energia desde cedo. As idas à zona de ativação do Attack Mode aconteceram logo na terceira volta, o que motivou mudanças na ordem.
Great start from the ABT pair! 🤩@SABIC #BerlinEPrix
— ABB FIA Formula E World Championship (@FIAFormulaE) April 23, 2023
Os pilotos da ABT Cupra começaram bem a corrida e mantiveram-se na liderança até as passagens pelo Attack Mode, que baralharam as contas. António Félix da Costa era sétimo na volta 7, depois de ter largado de décimo. Três voltas depois e à boleia das trocas por ativação do Attack Mode, AFC era já terceiro, atrás de Pascal Wehrlein, com Nico Muller na liderança, numa altura que o homem da pole, Robin Frijns era 12º.
Wehrlein assumiu a liderança na volta 11, com Muller e AFC no top 3, com os Porsche ainda sem terem usado o Attack Mode. Duas voltas depois, André Lotterer apareceu parado em pista, com a asa dianteira danificada, numa altura em que as lutas começavam a aquecer. Ninguém queria liderar o pelotão para não ficar prejudicado por criar um cone de aspiração para os outros (o que foi uma constante durante a prova), mas foi mesmo Sebastien Buemi a assumir o primeiro lugar, seguido de Wehrlein e Félix da Costa. O português ativou o seu AM pela segunda vez na volta 16 e caiu para quarto, mas estava ainda na luta pela vitória.
Sam Bird e Edo Mortara tiveram de regressar às boxes para trocar de asa dianteiras, com as lutas no meio do pelotão a serem cada vez mais ferozes.
Na volta 20, Wehrlein regressou à liderança da corrida, seguido de AFC e Vergne, com Nick Cassidy (que largou de oitavo) e Jake Dennis no top 5. Uma volta depois, era Vergne na frente, com os Porsche a cederem a liderança, sem lutar muito. A asa dianteira de Buemi cedeu, depois de um toque e a corrida do piloto suíço ficou irremediavelmente comprometida.
Buemi has dropped all the way down the order following contact with Dennis, dislodging his front wing ⬇️
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— ABB FIA Formula E World Championship (@FIAFormulaE) April 23, 2023
As jogadas estratégicas sucediam-se e pilotos que estavam foram do top 5 apareciam a lutar pela liderança, com trocas sucessivas, com o primeiro lugar a ser o menos desejado nesta fase da corrida. Wehrlein e AFC passaram da liderança para quinto e sexto. Nick Cassidy decidiu que o melhor lugar para estar era na frente e instalou-se no primeiro posto pouco depois do meio da corrida.
Na volta 26. Felix da Costa começava o seu ataque final, passando de sexto para quarto, deixando o seu colega de equipa para trás. O português era terceiro na volta 30, mas Vergne tratou de regressar ao top 3, numa luta renhida. Cassidy mantinha-se na frente, com Dennis por perto e não parecia muito confiante que a sua posição o ia beneficiar no final, mas geria a corrida com mestria. A cinco voltas do fim, Félix da Costa não evitou um toque com Evans e perdeu algum tempo para a frente, com esta dupla a ficar agora mais longe do pódio.
Na frente, o top 3 estabilizou e Cassidy, que liderou durante quase meia corrida, conseguiu manter-se na frente sem permitir que Dennis se aproximasse. O piloto da Avalanche Andretti foi segundo, com Vergne a ficar com último lugar do pódio. Seguiram-se Evans e Félix da Costa.
You shall not pass! 🙅⛔️ @SABIC #BerlinEPrix
— ABB FIA Formula E World Championship (@FIAFormulaE) April 23, 2023
Destaques da corrida
Foi uma excelente prova de Cassidy. O piloto da Envision conseguiu fazer o que poucos achavam possível… vencer, mesmo passando grande parte da corrida na frente. Quase todos os pilotos entraram no jogo das cadeiras cedendo posições para beneficiarem do cone de aspiração, mas Cassidy manteve-se na frente e fez uma excelente gestão da corrida. Jake Dennis agarrou o segundo lugar e não quis arriscar o ataque a Cassidy, com receio de Vergne atrás de si. Depois do erro de ontem, Dennis jogou pelo seguro. Vergne foi terceiro em mais uma corrida bem executada, e Evans foi quarto, com a Jaguar a ficar um furo abaixo do que fez ontem. António Félix da Costa fez uma excelente recuperação, à imagem de ontem, mas hoje sem toques de outros para prejudicar. O português foi dos melhores na gestão da energia, mas não estava no lugar certo e no momento certo para o ataque final. Estas corridas estratégicas têm disto. Max Gunther fez novamente uma excelente corrida e conseguiu recuperar muitas posições, ficando à frente de Werlein, uma das desilusões da corrida, não tendo ritmo nem astúcia para conseguir mais. Destaque para Nico Muller que permitiu à ABT Cupra terminar no top 10 pela primeira vez este ano e Dan Ticktum que conseguiu terminar nos pontos com a NIO. A Nissan e a McLaren tiveram um fim de semana para esquecer. Sam Bird, André Lotteter, Sebastien Buemi e Edo Mortara também terminaram a corrida com um amargo de boca, vendo os colegas fazerem muito melhor.
A próxima corrida é no Mónaco, a seis de maio.
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Isto assim mais parece uma etapa da volta a França de bicicleta, do que uma prova de automóveis, ninguém quer ir para a frente do pelotão e todos se reservam para o fim da etapa. Façam provas com durações que permitam andar a fundo (mesmo tendo de regenerar), com ultrapassagens verdadeiras.
Uma corrida com menos drama, mas igualmente animada.
Só gostava de saber o que é que os palermas que invadiram a pista queriam…