O regresso de Robert Kubica foi há 10 anos…
Esta semana o desporto automóvel, e os ralis em particular, perderam um dos seus heróis, Craig Breen, mas há precisamente 10 anos, por esta altura, era Robert Kubica que se preparava para regressar e disputar o Europeu de Ralis e o WRC2 ao volante de um Citroën DS3 RRC, isto depois de dois anos de recuperação de um terrível acidente que esteve muito perto de lhe roubar a vida.
Já se falava, inclusivamente da possibilidade de regressar à F1, e como bem sabemos, isso aconteceu mesmo, com a Williams, em 2019.
Após o seu grave acidente em fevereiro de 2011 no Rally di Andora, onde sofreu graves lesões no braço, mão e perna direita, sua carreira na Fórmula 1 e não só, foi interrompida.
Em 2013, mudou-se para os ralis, conquistando algumas vitórias impressionantes. Em 2017, fez seu retorno à Fórmula 1 como piloto de testes e reserva da Renault enquanto competia nos GT, incluindo as 24 Horas de Le Mans.
Em 2019, Kubica regressou à Fórmula 1, com a Williams. No entanto, ele teve um desempenho abaixo do esperado em comparação com seu companheiro de equipe, George Russell, e não conseguiu marcar nenhum ponto durante a temporada. Em 2020, Kubica deixou a Williams e foi para a Alfa Romeo como piloto de testes e reserva, as ainda assim fez dois Grandes Prémios.
Já em 2013 dizia “ainda acredito que possa voltar (à F1). Não é um sonho. Mas neste momento ainda tenho limitações na condução de monolugares, embora não tanto quanto pareça”. Ainda em 2012, de fora viu a vitória de Kimi Raikkonen em Abu Dhabi com a Lotus: “Sim, preferia mil vezes estar lá do que aqui (nos ralis), mas não posso estar na grelha. Não posso fazer nada. O acidente aconteceu e a vida continua. Sinto-me sortudo por poder conduzir, sobretudo carros de competição competitivos”, dizia.
No entanto, reconhecia que “os ralis têm-me ajudado a não pensar na F1 e na vida antes do acidente”. Além disso, e quanto à sua progressiva recuperação, o piloto contou que “dia após dia, rali após rali e teste após teste sinto cada vez menos limitações e o meu objetivo é um dia vir a conduzir como deve de ser”.
Isto prova que apesar da desgraça recente, por vezes a vida ‘devolve’ muito do que se perdeu. Robert Kubica é um bom caso de superação, não haverá muitos que depois do que lhe sucedeu lutassem tanto e conseguissem nove anos depois, regressar à F1. Como sempre disse: “se não podes ter aquilo que queres, então queres aquilo que tens”…