CPR, Rali do Algarve: o confronto entre a teoria e a realidade

Por a 2 Abril 2023 09:19

Há muito que não via tanta gente zangada com o desenrolar dos acontecimentos como sucedeu ontem a meio do Rali do Algarve, quando os concorrentes chegaram à Fatacil em Lagoa, para a assistência de meio do dia.

É verdade que houve acontecimentos que complicaram muito a vida à organização, mas a questão ia muito para lá disso: o novo rali único que este ano passou a existir nos ralis portugueses presenteou-nos com um rol de situações que, no mínimo, nos devem levar a pensar se vale a pena mudar alguma coisa…

Este Rali do Algarve teve uma nuance nova e que não resultou bem. Até aqui a qualificação era feita por cerca de uma dezena de concorrentes, mas este ano isso foi alargado para três dezenas, mas as próprias circunstâncias e o desenrolar dos acontecimentos, leva-nos a concluir que a teoria até pode ter sido boa, mas na prática houve muita coisa que não faz sentido. Nós explicamos o que aconteceu neste caso particular…

Pedro Meireles foi o mais rápido na qualificação e escolheu arrancar da 20ª posição, explicando depois ao AutoSport que fez essa escolha depois de olhar para o número de RC2, pretendendo garantir que não teria carros lentos à frente para não ser eventualmente prejudicado pelo pó.

Escolheu partir de 20º, Breen escolheu logo a seguir, seguiram-se Pedro Almeida, Bernardo Sousa, Miguel Correia, Rakan al Rashed, Diogo Salvi, Lucas Simões, entre os RC2, mas Meireles sabia que muitos pilotos não queriam rodar tão atrás na estrada e escolheriam posições abaixo do seu 20º lugar.

Aí ficaram, por exemplo, Paulo Caldeira, 13º, o espanhol José Luís Peleaz, Paulo Neto, José Pedro Fontes, Paulo Meireles e Ricardo Teodósio.

Com os RC2 entre o 13º e o 27º lugar, nos primeiros 12 lugares arrancaram pilotos com Nélson Silva (Toyota Yaris Proto), Miguel Carvalho (Peugeot 206 GTI), um carr com imensos anos, Pedro Silva (Peugeot 208 Rally4), etc.

Muitos adeptos menos conhecedores devem-se ter questionado da razão dos Rally2 só aparecerem tão tarde. Será que queremos na estrada mais de uma dezena de carros bem menos competitivos até passarem os homens que rodam habitualmente na frente?

Isto teve também o condão de separar concorrentes em luta direta pelo triunfo nas duas rodas motrizes. Ernesto Cunha era quinto na estrada, Ricardo Sousa, que venceu a prova nos 2RM, 48º! Percebe-se porque aconteceu, mas os dois não lutaram de forma igual, como sucede normalmente.

É óbvio que foi uma coincidência o desfecho do rali ter sido afetado pelo facto de Miguel Correia ter sido presenteado com um tempo nominal porque não terminou a PE2 (disso falaremos noutro lado) mas para lá disso, ficou claro que já algo que não bate certo na fórmula que se estabeleceu para este ano…

As regras dos ralis portugueses mudaram, agora temos um rali único, são agora três dezenas a disputar a qualificação, mas se o ano passado tivemos concorrentes a fazer boicotes porque o seu campeonato era um “parente pobre que só serve para encher listas de inscritos” e a pedir uma ordem conjunta, neste Rali do Algarve ficou provado que vai ser quase impossível agradar a gregos e a troianos.

O ano passado tivemos concorrentes a queixarem-se de serem “mandados lá para trás e esquecidos”. Juntou-se toda a gente, agora há concorrentes a queixar-se que veem as suas provas afetadas por concorrentes muito mais lentos, outros porque competem contra adversários que têm pela frente um rali completamente diferente.

Haverá alguma vez uma solução que contente todos?

FOTO: CAA/Pedro Monserrate

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christopher-shean
christopher-shean
1 ano atrás

A solução poderá ser eliminar o “qualifying”, e a publicação da lista de inscritos corresponderá á ordem de partida baseado em determinados critérios… que poderá também não agradar a todos!

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