F1: Limite orçamental faz-se sentir cada vez mais
A questão do limite orçamental começa a fazer-se sentir cada vez mais. Era sabido que seria necessário algum tempo para que as medidas aplicadas começassem a produzir efeitos visíveis e, ao terceiro ano de limite, começamos a entender a importância que têm.
No ano passado, o caso Red Bull, que excedeu o limite e foi penalizada por isso, mostrou que o rigor será aplicado na fiscalização. Apesar dos atrasos e de toda a polémica num sistema ainda verde e a precisar de afinações, no final, o limite orçamental cumpriu o seu papel. A Red Bull foi multada e cumpre uma penalização desportiva (redução do tempo de uso do túnel de vento, com efeitos que poderão ser maiores do que o que se espera atualmente).
No ano passado e este ano, vimos algumas equipas a sentirem dificuldades, também motivadas pelo limite orçamental. A Mercedes é o caso mais flagrante. Com a aposta num conceito inovador, mas que insiste em não produzir resultados, a equipa corre agora o risco de ver a época 2023 ir por água abaixo, sem orçamento para poder produzir um carro novo, o que aconteceria com relativa facilidade no passado. Assim, quem faz um mau trabalho é penalizado e não pode apenas atirar sacos de dinheiro ao problema até que ele se resolva. Quem fez um bom trabalho, colhe os frutos disso, sem receio de que o maior poder financeiro de outras equipas ofusquem os seus méritos.
Assim, a Mercedes corre o risco de ter de lutar apenas pelo top 3 durante esta época, pois o limite orçamental impede (ou torna muito difícil) que desenvolva um carro novo. Pode argumentar-se que com esse limite as equipas não podem emendar erros e que a competitividade fica em causa. Do que vimos até agora, a Red Bull parece encaminhar-se para uma época tranquila. Mas, por outro lado, há alguma justiça. As equipas desenvolveram os carros com um limite definido. Quem fez um bom trabalho recebe os louros disso, quem fez um mau trabalho é penalizado. A médio prazo, isto poderá diminuir as diferenças entre equipas, poderá tornar o campeonato mais renhido. O que vemos são ainda dores de crescimento de um conceito que tem permitido à F1 florescer como nunca. Desta vez “calhou a fava” à Mercedes. Mas com este limite e com o sistema de atribuição de tempo no túnel de vento, que dá menos a quem conseguiu melhores resultados, a possibilidade de uma equipa fugir e não mais ser apanhada, criando um domínio à imagem do que fez a Mercedes reduz-se drasticamente. E isso é bom para a competição. Apesar da vantagem que a Red Bull tem nesta fase, que é considerável, a vantagem não se vai transformar numa parede intransponível, pois o orçamento da equipa também é limitado e o tempo no túnel de vento é menor. 2023 até pode acabar por ser uma colheita menos saborosa, mas não retirará a esperança real de que 2024 possa ser melhor.
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E pensar que a McLaren, Senna era o piloto, num GP do Brasil, acho que 1993, trouxe 6 carros para a prova: carro do ano, titular e reserva, e parece que dois carros do ano anterior, além de vários motores. Foi o ano que a equipe deixou de usar motores Honda e passou a usar os da FORD, que eram inferiores aos usados pela então Benetton.
Limite orçamentário, ninguém pensava nisso.