A melhor forma de a Alfa Romeo se manter na F1: com a Red Bull…
A Alfa Romeo termina este ano a sua parceria com a Sauber, tendo a marca italiana um longo historial no desporto automóvel, espera-se que possa continuar com um programa desportivo global. Mas quais serão as suas opções?
Com a entrada progressiva da Audi na formação de Hinwil, do qual a contratação de Andreas Seidl é uma expressão visível, o espaço do construtor de Arese reduz-se substancialmente, tendo Jean-Philippe Imparato decidido terminar ao acordo com a estrutura helvética no final do ano.
Tanto o francês como Carlos Tavares, o CEO da Stellantis, apontaram que a Alfa Romeo teria um programa desportivo de acordo com os seus pergaminhos.
Tendo isto em conta, olhando para os certames mundiais capazes de interessar à marca de Arese, pode-se identificar o Campeonato do Muno de Fórmula 1, o Campeonato do Mundo de Endurance, e as 24 Horas de Le Mans, o Campeonato do Mundo de Ralis e o Campeonato do Mundo de Fórmula E.
Se for para manter o construtor italiano num grande palco, serão estas opções que Imparato e Tavares tem sobre a mesa.
A competição dedicada a monolugares eléctricos poderia ser uma possibilidade, mas a Stellantis já lá tem duas marcas – a DS e a Maserati.
Colocar outro emblema do grupo talvez não faça muito sentido, muito embora pudesse haver uma partilha de componentes, o que tornaria o projecto mais barato. No entanto, na melhor das hipóteses, a Stellantis teria uma marca vitoriosa e outras duas perdedoras, o que não faz muito sentido.
O Campeonato do Mundo de Ralis, muito embora a Alfa Romeo tenha tido algumas aventuras na categoria, não se coaduna com a imagem que é pretendida para a marca – premium. Para além disso, as provas de estrada não gozam hoje da popularidade de outros tempos, sendo ainda inexistente em alguns dos mercados em que a Stellantis pretende ver o construtor italiano singrar – Estados Unidos da América e China.
Fazer uma entrada nos Ralis seria completamente despropositado para a Alfa Romeo, até porque nenhuma das suas concorrentes está em competição – perder para a Toyota, Hyundai ou Ford num palco global não seria benéfico.
Regressar ao Campeonato do Mundo de Endurance, onde já fez história, e procurar voltar a vencer as 24 Horas de Le Mans, seria um palco de interesse, uma vez que se bateria com marcas como a Ferrari, Porsche, Lamborghini, BMW, etc, o que a ajudaria a colocar-se como emblema de prestígio.
No entanto, aqui a Stellantis tem já uma marca em compita – a Peugeot.
O Grupo Volkswagen não tem pejo em colocar mais que uma das suas marcas no mesmo campeonato, mesmo na Fórmula 1 o plano ainda é ter a Audi e a Porsche, por seu lado o conglomerado dirigido por Tavares tem a Maserati e a DS na Fórmula E, mostrando que também não é completamente avesso a ter construtores a enfrentar-se. Portanto, se a Alfa Romeo seguisse as pisadas da Peugeot não seria nada de anormal.
No entanto, a continuidade na categoria máxima poderia ser a opção perfeita para a marca de Arese, se aproveitasse a oportunidade que esta em cima da mesa – caso ainda esteja.
Com a debacle que foi a tentativa da Porsche em entrar na Fórmula 1 através da Red Bull, a estrutura de Milton Keynes terá uma unidade de potência pronta para ser rebaptizada com o nome de um grande construtor.
Nas últimas semanas tem surgido rumores que apontam para que a Ford ingresse na categoria máxima do desporto automóvel precisamente através da Red Bull, pagando para que o seu nome baptizasse os V6 turbo híbridos de Milton Keynes, mas estes têm sido amplamente desmentidos pelos homens da estrutura de bandeira austríaca.
Esta poderia ser a melhor forma de Imparato e Tavares manterem a Alfa Romeo na Fórmula 1.
Evidentemente, este custo seria superior ao que hoje a marca de Arese despende com a Sauber para que a equipa tenha o seu nome – cerca de cem milhões de euros – mas hoje emblema paga para participar, não tendo a veleidade de vencer corridas, quanto mais campeonatos.
Ao investir para ficar com o ‘naming’ dos motores da Red Bull, a Alfa Romeo estaria em condições de se bater por triunfos e ceptros, jogando de igual para igual com a Mercedes, Ferrari, Audi e Alpine.
Com a sua saída da Sauber para abrir espaço para o construtor de Ingolstadt, esta seria uma forma de a marca de Arese sair por cima.