F1, Esteban Ocon: Problema ou solução para a Alpine
Esteban Ocon já chegou a ser visto como um dos mais promissores jovens da sua geração. O piloto francês da Alpine tem o seu lugar garantido, mas será que a equipa deve olhar com desconfiança para Ocon e como lida com os seus colegas de equipa?
Em 2016, Esteban Ocon entrou para o mundo da F1, pela porta da Manor, que representou por nove corridas. O piloto apoiado pela Mercedes foi campeão da GP3 em 2015 e em 2016 mudou-se para o DTM onde fez dez corridas. Rio Haryanto perdeu o lugar na Manor e Ocon surgiu como o seu substituto. Impressionou nas primeiras corridas e no ano seguinte mudou-se para a Force India, aproveitando a mudança de Nico Hulkenberg para a Renault. Ocon encontrou Sergio Pérez como colega de equipa e começou a mostrar um andamento muito semelhante ao do experiente mexicano. Na sua segunda época na F1 foi oitavo, com 87 pontos, com apenas menos 13 pontos do que Pérez que terminou em sétimo. Na época seguinte as diferenças entre ambos aumentaram, com vantagem ainda para Pérez. Mas o que se salientou mais foi a relação crispada entre ambos. Os casos e choques em pista foram-se sucedendo a um ritmo pouco aconselhável, mas acabou por ser dispensado quando a Force India se transformou em Racing Point, perdendo o lugar para Lance Stroll.
Ficou um ano encostado, como piloto de reserva da Mercedes e regressou em 2020 para a Renault onde foi colega de equipa de Daniel Ricciardo, numa convivência pacífica. Veio 2021 e chegou Fernando Alonso, regressado da sua licença sabática. O primeiro ano correu bem e havia um respeito claro entre os dois pilotos, mas no segundo ano as coisas mudaram drasticamente e o que era uma relação amigável transformou-se numa rivalidade algo azeda, mais explícita do lado de Alonso.
Ou seja, nas duas vezes em que fez mais do que uma época com o mesmo colega de equipa, Ocon acabou por ter problemas de “vizinhança”.
Otmar Szafnauer afirmou recentemente ao autosport.com que “ele provavelmente precisa de fazer melhores julgamentos quando os seus companheiros de equipa estão ao seu lado, em pista, porque não se ganha na primeira volta,seja com o companheiro de equipa ou não”, disse ele sobre o Ocon. “E se forem agressivos contra um concorrente, e ambos baterem, ambos perdem. Se forem agressivos contra o companheiro de equipa, e ambos batem, adivinhem quem perde? ” Questionado se isso tinha sido esclarecido com Ocon, Szafnauer acrescentou: “Foi. Se precisarmos de lembretes, terei todo o gosto em lembrá-lo”.
Assim, parece que Ocon pode ser mesmo um problema na Alpine, mais agora com a entrada de Gasly, também jovem e ambicioso. O historial entre eles no passado pode ser o catalisador para uma convivência menos positiva, apesar de ambos jurarem que são águas passadas. Ocon, apesar de uma postura aparentemente amigável, parece ter tendência para criar anticorpos com os seus colegas. Foi assim com Pérez e Alonso, que não o conheciam de outras andanças. Como será com Gasly?
Manter um piloto assim pode parecer contraproducente, mas Szafnauer parece estar agradado com as prestações do francês:
“Ele está definitivamente mais maduro”, disse o americano. “Ele tem um melhor entendimento. Penso que o que realmente me agrada em Esteban é que, sob pressão, ele não comete erros. Já o vi quando ganhou contra [Sebastian] Vettel. Ele não cometeu um erro. Ele colocou bem o seu carro, conduzindo nos seus espelhos, nem um único erro, para conseguir a vitória. Penso que foi ainda mais impressionante para mim em condições húmidas, em Suzuka, numa pista nada fácil de pilotar, com Lewis atrás de si, num carro mais rápido o tempo todo, e conseguiu terminar à sua frente. Para mim isso é impressionante. Portanto, ele amadureceu, melhorou a partir daí. E ele é rápido. Poderá melhorar? Sim, vamos trabalhar para o tornar melhor em algumas áreas”.
A Alpine parece acreditar no potencial de Ocon e ver nele a solução para o futuro da equipa. Será que Ocon vai confirmar isso?
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O Esteban Ocon foi também campeão da F3 Euroseries em 2014, com 17 anos. Estavam entre os seus adversários pilotos como Antonio Giovinazzi, Felix Rosenqvist, Gustavo Meneses e um certo Max Verstappen.«Criar anticorpos» é benéfico, porque os anticorpos combatem infecções virais. Nunca percebi porque raio é que «criar anticorpos» se tornou numa expressão pejorativa.Otmar Szafnauer é romeno-americano.Este artigo, além da falta de rigor já apontada, parece demonstrar alguma animosidade contra o Ocon. Será por ter afrontado o herói oficial do autosport.pt e ter terminado à frente dele no campeonato? Provavelmente não, e este rancor é todo por o Ocon ser… Ler mais »
Otmar Szafnauer é americano e não há falta de rigor nenhuma ao dizê-lo. Quanto ao Ócon, tudo o que se escreva sobre ele é pouco para retratar a forma agressiva como pilota – especialmente quando tem um companheiro ao lado. Não há mal nenhum em fazer julgamentos, desde que sejam sustentados. O autor do AS baseia-se no que viu e tem direito a fazer o seu juízo de valor. Pessoalmente acreditei e desejei que o Ócon tivesse muito sucesso, em contraponto ao Verstappen – porque achava o belgo-neerlandês (para usar os teus purismos 😉 ) excessivamente agressivo e não gosto… Ler mais »
Excelente comentário. Como sempre.
Muitíssimo bem escrito!
Cumprimentos
V. Excelência gosta muito de referir que foi Ocon quem deu a única vitória à Alpine, muito bem!
Então agora pergunto também: quem é que deu a única vitória à McLaren nestes últimos dois anos? Ups…
Cumprimentos
Que chorrilho de parvoíces…(mais um). Alonso vive rent free nessa tua cabecinha de hater…p.s. Não fosse Alonso a “travar” Ham durante várias voltas não estavas aí a falar na “única vitória da Alpine”…
Ocon não é um problema para a Alpine, assim como não foi na Force India. O que importa são os pontos que os pilotos são capazes de acumular ao longo da temporada, e nesse aspecto, o Ocon é uma aposta sólida. Também sabemos que o Ocon tem alguma dificuldade em lidar com a derrota, isso poderá ser um defeito, mas eu prefiro acreditar que é uma virtude. Se a chefia da Alpine for competente, se tiver a capacidade para fazer com que ele entenda exactamente qual é o seu papel dentro equipa, se conseguir entender e trabalhar o seu piloto… Ler mais »
Poucos são os pilotos que não são agressivos, ou puxam os limites com os colegas de equipa. É certo que nem todos fazem faísca, mas existe luta, seja dentro, ou fora de pista. O Ocon provou o seu valor fora da F1, mas como ele muitos outros mostraram e até muito mais (Grosjean e o Hulk), mas dentro do circo e com os anos que já leva, está muito longe do potencial pretendido. É um piloto competente, rápido Q.B., mas está longe de um Norris, Russell, Leclerc e em muitos aspectos, atrás do Sainz (apenas mencionar NÃO campeões). Terá em… Ler mais »
…
Vamos ver quando a equipa precisar que Ocon ceda a posição em pista a Gasly…
Cumprimentos
A agressividade de Ocon apenas relembro o que dizem quando é Max: “it´s hard racing!”. 😉 hahahaha
Ocon é um bom piloto, mas está um patamar abaixo dos melhores, ainda assim creio que é melhor e definitivamente mais combativo que Gasly. Sobre a sua vitória na Hungria, é preciso relembrar o enorme papel que Alonso teve nessa corrida. O tempo Ham perdeu em luta com o espanhol foi crucial na vitória do francês, tendo esse facto sido reconhecido pelo próprio Ocon após a corrida, ainda assim, tem que haver sempre um idiota que por ignorância/ódio ao espanhol se esqueça desse facto…
Na minha humilde opinião é mais problema que solução. Ocon tem-se revelado inferior ao potencial que demonstrava em mais tenra Idade. Depois a exacerbada defesa de posição que faz quando é contra colegas de equipa em contraponto com o desleixo que revela quando é contra adversários não lhe é nada benéfico (ainda este ano para se defender de Alonso foi demasiado agressivo e enquanto isso dois adversários da sua equipa passavam por ele sem ele parecer querer saber, é mau demais). Se há comportamentos que ocon revela que possam ser tolerados a predestinados, e usando apenas um exemplo por equipa… Ler mais »