Todo-o-Terreno: devem os SSV ser ‘travados’?

Por a 2 Novembro 2022 09:21

Não foi um nem dois os concorrentes dos T1 que ‘torceram o nariz’ ao facto de dois T3 (SSV), terem ficado no pódio da Baja de Portalegre 500. Em determinando ponto da prova,

Armindo Araújo chegou a ser o piloto mais rápido no Setor Seletivo 3, e o seu colega de equipa na Santag, João Dias, campeão nacional da categoria, passou então a ser o mais sério candidato à vitória, que eventualmente seria a primeira de um T3 na Taça do Mundo. Esteve mesmo muito perto de acontecer.

Só que duas coisas aconteceram: a parte final do percurso estava muito mais seca, e era rápida. Com isso, João Ferreira deu tudo o que tinha no Mini e recuperou os segundos que precisava para vencer.

No mesmo contexto, Luís Portela de Morais/Tomás Dantas Neves, colocaram o seu OT3 no pódio. Dois T3 no pódio de Portalegre, dois carros que custam uma fração dos T1. Para já nem falar dos T1+.

Como se percebe, algo deste calibre leva a que se crie ainda mais ‘elan’ com os SSV, pois são cada vez mais máquinas apetecíveis pela relação custo/performance que denotam.

Por cerca de 145 mil euros, pilotos e equipas têm acesso a um veículo rápido, ágil e tecnicamente evoluído, apenas limitado (pelo regulamento) a uma velocidade máxima de 135 km/h.

Um pormenor importante para os pilotos que recorrem a estes SSV para discutir os melhores lugares com os mais potentes e mais caros carros da categoria T1. Mas isso não impediu os bons pilotos de terem estado muito perto de colocar um SSV no topo, terminando com dois T3 no pódio de uma prova da Taça do Mundo.

Claro que exceções podem sempre suceder, esta foi uma exceção, mas a verdade é que ninguém se admirou muito, pois sendo verdade que depende sempre dos percursos escolhidos pelas organizações e da meteorologia (com piso seco seriam muito mais difícil aos SSV fazerem estas classificações, mas com chuva e lama as probabilidade aumentam significativamente, e Portalegre tem muitas vezes chuva e lama), mas a verdade é que a tendência é surgir cada vez mais estes veículos nas melhores posições, tal como provaram João Dias, Luís Portela de Morais e Armindo Araújo, Cristiano Batista, Mashari Althefiri, Tomasz Bialkowski, ou mesmo Alexandre Ré e Pedro Carvalho.

Com 160 cv de potência extraídos de um motor de 1.000 cc turbo-comprimido, os 1.050 kg de peso permitem aos pilotos mais credenciados lutarem pelo triunfo com os T1, como já tinha acontecido em 2021, quando Alexandre Ré subiu ao lugar mais alto do pódio na Baja de Loulé.

Por tudo isto, não é estranhar que em Portalegre se tivesse registado a participação de nada menos do que 120 Side-by-Side Vehicles!

Neste contexto, já existe quem entenda que os T3/T4 devem ser ainda mais ‘penalizados’, tendo mesmo sido dado como exemplo que a FIA nunca permitiria que a Fórmula 2 andasse mais que um Fórmula 1…

Isto no Dakar nunca aconteceria tendo em conta que o simples limite da velocidade máxima facilmente o impede, mas em Bajas a questão é muito diferente, pois o simples facto de poder haver traçados que no seu conjunto “abram portas” a que bons pilotos batam os T1, isso leva a situações como a que se viu em Portalegre. Já aconteceu no CPTT e cada vez está mais perto de suceder mais vezes…

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