Baja Portalegre 500: 37 anos de história, paixão e superação no coração de Portugal
A Lenda da Baja Portalegre 500 compõe-se de 37 anos de adrenalina e aventura no Alentejo, um verdadeiro ícone do todo-o-terreno em Portugal. Conheça alguns dos números e momentos mais marcantes desta trajetória, desde os seus primórdios até se tornar uma prova de renome mundial. Uma saga escrita na lama e na poeira do Alentejo, permeada pela paixão e superação dos concorrentes que dão vida a esta competição.
A HISTÓRIA
A ideia surgiu uns anos antes, mas só em abril de 1987, José Megre colocou de pé a que é há muito a mais importante prova de TT em Portugal e uma das mais importantes do mundo. Foi com o Rali Maratona de Portalegre/Finicisa que foi dado em Portugal o tiro de partida para as competições de TT, num evento que ganhou um misticismo que extravasa a simples realização de uma prova motorizada.
O ‘Portalegre’ foi palco de inúmeras histórias de superação pessoal, emoção, drama, e infelizmente também tragédia, numa Baja que nunca parou de crescer e evoluir. É claramente a prova rainha da modalidade em Portugal e desde sempre a mais querida do público e dos pilotos. Recorde, sucintamente, o essencial da sua história de 36 anos.
HISTÓRIA DA PROVA
2023 – 37ª edição da Baja Portalegre 500: Em mais uma edição com muita chuva e lama, grande luta pelos lugares cimeiros nas diferentes categorias com João Ferreira (Mini) a vencer nos automóveis, enquanto Bruno Santos (Motos), João Vale (Quads), Hélder Rodrigues (SSV) e Domingos Cunha (Mini Baja) triunfaram nas respetivas categorias. “Uma corrida incrível, especiais fantásticas na lama e um número louco de espectadores!” disse Mattias Ekström, estreante na Baja Portalegre 500, bicampeão do DTM, campeão do Mundo de Ralicross e vencedor de etapas do Dakar, a espelhar bem o que foi mais uma edição do ‘Portalegre’.
João Ferreira e Filipe Palmeiro no Mini JCW Plus lideraram a prova nos dois setores seletivos de sábado depois dem uita luta com Nasser Al-Attiyah) e o vice-campeão do Mundo, e Yazeed Al-Rajhi). Nasser Al-Attiyah e Mathieu Baumel, que se estreavam com o Prodrive Hunter, foram penalizados em 20 minutos no setor da manhã, por terem bloqueado o Mini de João Ferreira, abrindo caminho ao segundo lugar da geral provisória de Yazeed Al-Rajhi e Timo Gottschalk (Toyota Hilux T1+).
Por sua vez, Al-Attiyah conquistou o título da Taça do Mundo FIA de Bajas em Portalegre e apelou da penalização de 20 minutos. Foram retiradas duas das infrações o que o ‘promoveu’ Al-Attiyah ao 5.º lugar final, a 4m26s do vencedor, João Ferreira.
João Dias e João Miranda (Can-Am Maverick X3) repetiram o pódio de 2022, agora no terceiro lugar, a escassos 17s da Toyota de Al-Rajhi, mas o segundo lugar entre os T3 na Baja Portalegre 500 permitiu a Armindo Araújo e Luís Ramalho sagrarem-se campeões de Portugal de TT da categoria. Armindo Araújo e Luís Ramalho foram quartos, com o top 5 completo com mais um Can-Am da categoria T3, o de Alexandre Pinto e Bernardo Oliveira. O brasileiro Cristiano Batista, navegado por Robledo Nicoletti, levou o seu Can-Am à vitória nos T4, com Alexandre e Rui Franco a fazerem o mesmo nos T1, apesar de problemas no turbo do Mercedes 350D. Tomás Gameiro e António Saraiva triunfaram nos T2, com o Toyota LC200, e Ricardo Sousa foi o mais rápido na prova do CNTT, com um Can-Am navegado por Jorge Brandão. Sérgio Matos e Sebastião Dominguez repetiram a vitória do ano passado no Evento Nacional, com uma pickup Mercedes-Benz.
2022 – Triunfo histórico de João Ferreira/David Monteiro (Mini), venceram a Baja Portalegre 500. Fruto de uma magistral atuação, a dupla campeã de Portugal e Europeia de Todo o Terreno junta a estas duas competições o triunfo na clássica de Portalegre. Com surpresa só para quem não seguiu a prova, João Dias/João Miranda (Can Am X3) e Luís Portela de Morais/Tomás Dantas Neves (OT3), terminaram no pódio…
Desde o triunfo de Ricardo Porém em 2017 que não vencia um português, foi desta: João Ferreira e David Monteiro, no Mini JCW Rally estrearam-se a vencer na clássica lusa, isto depois de um fantástico duelo nas pistas, com os não menos sensacionais João Dias/João Miranda (Can Am X3).
Este evento voltou a ter como protagonistas na luta pelo triunfo várias equipas portuguesas. Apesar do domínio inicial de Yazeed Al Rajhi/Dirk Von Zitzewitz (Toyota Hilux), foram os pilotos portugueses que acabaram por assumir o protagonismo, numa corrida que teve uma novidade importante e algo surpreendente: dois T3 no pódio.
Já se sabia que com as condições certas, e em determinadas circunstâncias, de piso, meteorologia, tipologia de percurso e fundamentalmente, quando bem guiados, os T2 (SSV) podem fazer mossa aos ‘poderosos’ T1, e foi exatamente isso que aconteceu.
Já tinha sucedido com o triunfo de Alexandre Ré no Algarve, ninguém se teria admirado se João Dias já tivesse ganho alguma prova, por exemplo na Baja Oeste, tão bem que guia o seu Can Am. Em Portalegre, a ‘coisa’ esteve muito perto de acontecer.
O derradeiro dia de prova começou com Yazeed Al-Rajhi a dilatar a vantagem que já trazia do dia anterior, com João Ferreira a manter a pressão à entrada do decisivo SS, mas aí uma surpresa aconteceu. Chuva muito forte, com períodos de granizo, tornou os pisos muito mais difíceis para os T1, e bem mais leves, foram os SSV T3 que passaram a impor o ritmo. Armindo Araújo chegou a ser o piloto mais rápido em prova e o seu colega de equipa na Santag, João Dias, campeão nacional da categoria, passou então a ser o mais sério candidato à vitória, que seria a primeira de um T3 na Taça do Mundo. Esteve mesmo muito perto de acontecer.
Só que duas coisas aconteceram: a parte final do percurso estava muito mais seca, e era rápida. Com isso, João Ferreira deu tudo o que tinha no Mini e recuperou os segundos que precisava para vencer.
No mesmo contexto, Luís Portela de Morais/Tomás Dantas Neves, colocaram o seu OT3 no pódio. Dois T3 no pódio de Portalegre, dois carros que custam uma fração dos T1. Para já nem falar dos T1+. Esta é a beleza do desporto automóvel, mas há pilotos dos T1 com as orelhas a arder…
2021 – Uma Baja marcada essencialmente pela chuva motivou os quase 400 concorrentes a uma competição baseada na superação. No final, este foi um ano de primeiras vitórias, mas também de estabelecer novos recordes: Krzysztof Holowczyc subiu ao topo do pódio pela terceira vez em Autos; António Maio pela sétima em Motos; já Luís Fernandes, em Quads, e Gonçalo Guerreiro, em SSV, conquistaram a primeira vitória da carreira na edição deste ano. É igualmente importante o destaque para os títulos da Taça do Mundo FIA de Bajas Cross-Country, conquistados pelos irmãos portugueses Alexandre e Pedro Ré (Categoria T4), assim como por Bianchi Prata (Veteranos/Moto). Em mais um ano histórico, a 35ª Baja Portalegre 500 reforçou novamente o seu prestígio e a sua dimensão internacional enquanto uma das mais desafiantes provas do mundo.
2020 – Um ano totalmente atípico, com a pandemia global de Covid-19 a ditar muitas limitações e obrigações, entre elas a proibição de público, que acatou e não marcou presença pela primeira vez, a necessidade de um teste negativo a todos os intervenientes, e ainda um temporal muito forte que provocou significativos cortes na distância total da prova dado o estado do piso. Em termos desportivos, Bernhard Ten Brinke foi o mais forte nos Carros com a Toyota Hilux Overdrive. Nas motos, Sebastian Bühler fez o hattrick, uma vez mais com outra montada. Desta feita com uma Hero 450 Rally. Um resultado que lhe valeu a vitória na Taça do Mundo da FIM. Nos Quads, a saída de Roberto Borrego para os SSV (onde foi terceiro), deixou a porta aberta para a vitória de Ruben Alexandre (Yamaha YZF 450R). O concretizar de um sonho para o jovem de 20 anos natural do Crato.
Nos SSV triunfo para João Dias (Can-Am Maverick X3), que assim conquistou o título Nacional e a Taça do Mundo da FIM. Os outros títulos decididos foram os nacionais dos Carros, com Miguel Barbosa a conquistar a oitava coroa da carreira, e o das Motos, com António Maio a levar a melhor.
2019 – Numa prova decisiva, Orlando Terranova triunfou com o Mini JCW Rally e, com isso, garantiu a conquista da Taça do Mundo de Bajas da FIA. Nas motos, Sebastian Bühler bisou, desta feita com uma Husqvarna FC 450, enquanto nos Quads o triunfo sorria, pela oitava vez, a Roberto Borrego. O piloto do Yamaha YZF 450R bateu o seu próprio recorde ao totalizar oito vitórias, as últimas cinco consecutivas, elevando um pouco mais a fasquia para quem o quiser superar em termos de triunfos em qualquer uma das categorias que fazem parte da prova. Nos SSV, novo ano, novo vencedor, com Pedro Carvalho e André Guerreiro, em Can-Am Maverick X3, a levarem a melhor.
2018 – Um ano em que Nani Roma regressou à mítica prova alentejana para se estrear a vencer nos carros, aos comandos de um Mini JCW Rally, no que foi a derradeira preparação para mais uma participação do espanhol no Dakar. Nas Motos, também um vencedor estreante, com Sebastian Bühler a subir ao mais alto do pódio com a Yamaha. Enquanto isso, nos Quads, Roberto Borrego assinava a quarta vitória consecutiva na prova, e a sétima da carreira para se tornar no piloto mais bem sucedido de sempre em Portalegre. Nos SSV, que alinharam na Baja Portalegre 500 pela segunda vez após a criação da categoria em 2017, vitória para Marco Pereira e Eurico Adão, com um Can-Am Maverick X3).
2017 – Se a edição anterior da Baja Portalegre 500 tinha sido marcada por feitos históricos, a prova de 2017 não foi diferente, com vários pilotos a estabelecerem registos recorde na competição do Automóvel Club de Portugal. Ricardo Porém voltou a vencer nos Auto, tornando-se no primeiro a assinar quatro vitórias consecutivas na Baja, batendo um recorde que já havia estabelecido no ano anterior. A isso o piloto de Leiria juntou ainda a conquista do título de Campeão Nacional de TT. Nas Motos a vitória foi para António Maio, que assim entrou para o “Clube dos Seis”, ao lado de Mário Patrão e de Roberto Borrego, que também conquistou o sexto triunfo na Baja entre os Quads, o segundo “hat-trick” do piloto. Nos SSV estreia auspiciosa de Ruben Faria, que levou de vencida a corrida.
2016 – Foi um ano histórico para a Baja Portalegre 500 que, além de celebrar a 30ª edição, viu Ricardo Porém tornar-se no primeiro piloto na história da prova do Automóvel Club de Portugal a garantir o terceiro triunfo consecutivo, enquanto Nuno Matos levou a melhor no Campeonato Nacional de TT com o terceiro lugar na prova. Entre as duas rodas, vitória para Luís Oliveira, que bisou no mais alto do pódio, enquanto a coroa de louros do Nacional de TT foi para António Maio. Um terceiro título sofrido para o piloto, que fez quase todo o último sector com a clavícula esquerda fraturada, consequência de queda que sofreu 10 km após a partida. No Quads Roberto Borrego também fez história ao vencer pela quinta vez, um recorde na categoria. Já nos UTV/Buggy, a vitória coube a João Silva e Marco Silva depois de terem sido apenas 17º no Prólogo.
2015 – Ricardo Porém repetiu o triunfo na Baja Portalegre 500, mas desta feita o ceptro foi para Miguel Barbosa, que com a segunda posição assegurou o sétimo título absoluto da carreira. No mais baixo do pódio ficou João Ramos. Nas duas rodas o triunfo foi para Luís Oliveira, que colocou ponto final em 11 anos de triunfos repartidos em exclusivo entre António Maio (5 vitórias) e Mário Patrão (6). Nos Quads Roberto Borrego terminou três anos de jejum em Portalegre ao assegurar a quarta vitória da carreira na prova do ACP, enquanto João Dias levou a melhor nos UTV, com Daniel Russo a vencer nos Buggy.
2014 – Em 2014 a vitória na Baja Portalegre 500 valeu o título nacional de TT a Ricardo Porém, isto depois de quatro pilotos terem passado pela liderança ao longo da prova. Só no último SS é que Porém conseguiu saltar para a frente, passando o seu principal adversário, Miguel Barbosa, que acabou em 4º. Nas motos, a vitória foi para Mário Patrão, que assim garantiu o título nacional. Nos UTV o triunfo ficou a cargo de João Lopes, enquanto Ricardo Carvalho foi o melhor entre os Quads e Bruno Martins foi o grande vencedor nos Buggy.
2013 – A 27ª edição da clássica alentejana foi totalmente dominada por equipas polacas. Krysztof Holowczyc, em Mini All4 Racing, venceu pela segunda vez em Portalegre e conquistou a Taça FIA de Bajas. O seu compatriota, Martin Kaczmarski, em carro igual e navegado pelo português, Filipe Palmeiro, ficou em segundo. Neste ano a chuva não apareceu mas não foi por isso que as equipas não sentiram as dificuldades tradicionais desta prova. Pedro Grancha foi imune a problemas e acabou como melhor português, no último lugar do pódio. Nas motos, a triunfo de Mário Patrão foi renhido como nunca. O piloto sagrou-se campeão nacional com um triunfo garantido pela diferença de apenas um segundo para António Maio. Pedro Afonso fechou o pódio. Nos quads, André Carita foi o mais forte e nos UTV Buggys Nuno Tavares estreou-se a vencer.
2012 – Emoções fortes até ao cair do pano, com o checo Miroslav Zapletal a disparar da terceira posição que ocupava aquando da passagem pelo último ponto de controlo para a liderança da prova. Zapletal anulou os quase 13 minutos de atraso para ganhar com 34 segundos de vantagem sobre Rui Sousa, com Boris Gadasin a cair de primeiro para terceiro. Nas motas a glória foi para António Maio, com Mário Patrão a terminar a mais de oito minutos e Hélder Rodrigues a fechar o pódio. Nos Quads, vitória de Roberto Borrego, seguido de Rui Cascalho e André Mendes.
2011 – Mais de 600 participantes nas comemorações das Bodas de Prata da competição. Depois de um verdadeiro recital no último SS, Filipe Campos impôs-se nos automóveis, batendo Helder Oliveira por 2m41s e Miguel Barbosa por 2m53s. Com este resultado Filipe Campos tornou-se assim no recordista de vitórias na mais mítica das provas nacionais de todo-o-terreno. António Maio impôs-se nas motos, Roberto Borrego nos quads, Jorge Monteiro nos UTV e os irmãos Porelo nos Buggy.
2010 – Kryzstof Holowczyc, na Taça FIA de Bajas, e Filipe Campos, no Campeonato Nacional, acabaram por ser os pilotos com maiores motivos para festejar no final da 24ª edição da Baja BP Ultimate Portalegre 500, corrida sob difíceis condições atmosféricas, com a chuva a tornar a tarefa dos concorrentes ainda mais dura. O polaco juntou ainda a vitória na prova, garantindo o seu primeiro sucesso em Portugal. Nas motos venceu António Maio.
2009 – No final de dois dias de intensa competição na planície alentejana, Filipe Campos foi o piloto com mais razões para sorrir, já que venceu pela quarta vez a Baja de Portalegre, ajudando a confirmar a X-Raid GmBh como vencedora do campeonato por equipas, juntando-lhe o terceiro título nacional, uma vitória que dedicou a José Megre: “ele faz muito falta” Miguel Barbosa foi segundo e alcançou o seu sexto pódio em Portalegre, mas falhou o quarto título. A luta pelo lugar mais baixo do pódio acabou por ser um dos grandes motivos de interesse, com Ricardo Leal dos Santos a bater Hélder Oliveira por apenas dois segundos. Mário Patrão (moto) em Portalegre.
2008 – Numa prova sem grandes surpresas, exceção feita à chuva do primeiro dia, domínio esperado de Stéphane Peterhansel e do novo Mitsubishi Racing Lancer, que foi estreia mundial em Portalegre. Num pódio monopolizado pelos Diesel, Filipe Campos bateu Miguel Barbosa no curioso duelo entre os dois BMW X3. Vitoriosos também, António Maio (motos) e Rui Mendes (quad), numa prova onde à partida alinharam 90 autos, 87 motos e 57 quads.
2007 – Numa prova disputada sem chuva e com muito pó, destaque para a terceira vitória de Miguel Barbosa, desta vez ao volante de um BMW X5, terminando com mais 11 minutos de vantagem sobre João Ramos (Toyota Rav4), segundo após a desclassificação de Rui Sousa (Isuzu), facto que permitiu a Luis Costa (Toyota) ascender ao pódio e a Leal dos Santos (Mitsubishi) chegar a 4º. Após três anos de domínio estrangeiro, os portugueses regressaram às vitórias em Portalegre, assegurando os quatro primeiros lugares. Domínio de António Maio e Vítor Santos nas motos e Quads, respetivamente.
2006 – Primeira vitória para um espanhol e terceira consecutiva para um piloto estrangeiro, depois do catalão Marc Blazquez aproveitar um furo de Miguel Barbosa para assumir a liderança. No aguardado duelo ibérico, Marc Blazquez superiorizou-se ao favorito Miguel Barbosa, numa prova onde a Nissan monopolizou os quatro primeiros lugares da geral e conquistou ainda o título do Agrupamento T2. Nas motos, vencedor das duas últimas edições, Mário Patrão confirmou o seu favoritismo.
2005 – Com a presença das equipas oficiais da VW (Carlos Sainz, Bruno Saby, Jutta Kleinschmidt e Mark Miller) e da Mitsubishi (Hiroshi Masuoka e Luc Alphand), a Baja Anta da Serra 500/Portalegre foi disputada sobre péssimas condições meteorológicas com Luc Alphand a remeter os VW Race-Touareg para segundo plano. Miguel Barbosa confirmou o título Absoluto, numa prova em que João Ramos foi o melhor português. Armindo Araújo chegou a passar pelo comando da prova. Nas motos a vitória foi para Mário Patrão. Nos quads o triunfo pertenceu a Rui Fernandes.
2004 – A presença de Colin Mcrae, numa Pick Up inscrita pela equipa oficial da Nissan, trouxe a Portalegre mais de 250 mil espectadores. Apesar da excelente réplica oferecida por Carlos Sousa, o Campeão do Mundo de Ralis em 1995 venceu na estreia, logo na estreia mundial da PickUp oficial; já Rui Sousa, garantiu o título absoluto que lhe fugiu de forma dramática um ano antes, roubando ainda o ceptro de Marcas à Mitsubishi. Nas motos, a primeira de três vitórias consecutivas para Mário Patrão.
2003 – O que parecia impensável à partida para a derradeira e decisiva prova do calendário aconteceu: quando precisava apenas de somar dois pontos para se sagrar Campeão Nacional Absoluto, Rui Sousa deitou tudo a perder, ao ficar preso num mar de lama, entregando o título de bandeja a Miguel Barbosa, o incontestado vencedor da Baja Anta da Serra 500/Portalegre. No fundo, a jornada do Clube Aventura fez jus à tradição, mostrando-se implacável para uns e decisiva para os que nunca baixaram os braços. Nas motos, vencedor inédito, com o primeiro triunfo de Sandro Marcos.
2002 – Depois de ter comandado mais de dois terços da prova, Rui Sousa voltou a não ter sorte, abandonando já perto do fim. Miguel Barbosa herdou assim uma vitória que teve sempre ‘em mira’, garantindo por isso a conquista do vice-campeonato. Luís Dias salvou a honra da Nissan, ao ser segundo, à frente do azarado Filipe Campos. Desta forma, Miguel Barbosa e Miguel Ramalho, triunfaram pela primeira vez em Portalegre e conquistaram o vice-campeonato. Nas motos, Luís Serra venceu e garantiu o título, repetindo o triunfo de
2000, após final dramático de Paulo Gonçalves e Hélder Rodrigues, que caiu quando liderava.
2001 – Depois de no campeonato nem tudo lhe correr de feição, em Portalegre a história voltou a ser bem diferente! Apesar da excelente réplica oferecida por Carlos Sousa e pelas duas Navara oficiais, Filipe Campos voltou a “abrir o livro”, demonstrando porque era considerado um dos mais completos pilotos do pelotão nacional. Houve várias trocas de líderes e quatro grandes protagonistas, representando as três formações oficiais, Nissan, Mitsubishi e Toyota, com cada uma a ter o seu ‘momento’. Filipe Campos venceu em Portalegre pela terceira vez, apesar de um ‘encontro imediato’ com uma árvore. Hélder Oliveira triunfou entre os T1, depois de uma notável recuperação, em que ultrapassou mais de 50 viaturas. Nas motos o triunfo foi para Paulo Gonçalves, que venceu na estreia.
2000 –Depois de um jejum que já durava há algum tempo, Rui Sousa e Carlos Silva confirmaram o favoritismo que lhes era apontado e venceram a Baja Porta da Ravessa 500, numa prova que marcou o regresso da Nissan aos triunfos. Santos Godinho foi segundo, contribuindo para a dobradinha da Nissan em Portalegre. A prova ficou ainda marcada pela participação da dupla Paulo Camacho, jornalista da SIC e Domingos Castro, que alcançaram o oitavo lugar da geral. Nas motos, Luis Serra conseguiu o desejado triunfo na prova. Paulo Barbosa tornou-se no primeiro vencedor da categoria Quad.
1999 – A Adega Cooperativa do Redondo é o novo patrocinador principal da prova, que passa a designar-se Baja Porta da Ravessa/500 Portalegre. O Clube Aventura abandona o esquema tradicional de prova em linha, passando a prova a dividir-se em dois Sectores Selectivos com uma neutralização pelo meio; João Vassalo e Edgar Condenso estiveram imparáveis aos comandos do Mitsubishi Pajero, apesar de se terem perdido duas vezes. Nota interessante foi a participação de Adruzilo Lopes, numa Peugeot Scooter Trekker. Nas motos, o triunfo foi para Ruben Faria.
1998 – Filipe Campos vence pela primeira vez em Portalegre e sagra-se Campeão Nacional Absoluto com a estreante equipa oficial da Toyota. A prova teve momentos únicos. Depois duma azar no prólogo, com uma roda a sair da jante devido a um furo, a dupla Rui Sousa/Carlos Silva terminou em segundo apenas a 33s do vencedor. Santos Godinho foi protagonista, liderou, mas atrasou-se devido ao… acelerador. Nas motos o triunfo foi para Ruben Faria, depois da assistência de Luis Serra se ter enganado em meio litro de combustível…
1997 – A prova passa a ter a designação de Baja Galp 500 Portalegre, numa edição em que só se disputaram 182 km, fruto das más condições atmosféricas que se fizeram sentir. A prova foi fértil em surpresas, pois sobre o Alentejo abateu-se a tempestade do século que obrigou a organização a reformular por completo o traçado, na véspera da prova à noite. Nem tratores andavam com aquela lama. Santos Godinho, no SG Proto venceu a ‘curta’ prova e Santinho Medes assegurou o título nacional. Nas Motos, Miguel Farrajota venceu finalmente a prova “que lhe faltava”.
1996 –O título nacional de TT foi para João Vassalo mas o triunfo em Portalegre ficou nas mãos de Filipe Campos, que depois duma temporada azarada conseguiu finalmente a vitória absoluta que há muito perseguia. Não faltou emoção quanto ao vencedor, houve três líderes distintos durante a corrida, com Nuno Fontes, piloto revelação da temporada, a terminar em segundo garantindo o triunfo na categoria T3. Nas motos, Paulo Marques ‘ofereceu’ a vitória ao francês Alain Perez, que se tornou no segundo piloto estrangeiro a vencer a Baja na categoria de Motos.
1995 – Quero, posso e ganho, titulou o AutoSport, naquele que foi o primeiro triunfo de Joaquim Garcia, com o título nacional a ir para Carlos Sousa. O piloto do Renault Safrane T3 dominou por completo a prova terminando com mais de vinte minutos de avanço para Luis Sousa, em Nissan PickUp. Apesar de ser uma prova internacional para as motos desde o primeiro ano, só nesta edição acontece a primeira vitória de um piloto estrangeiro, por intermédio de Richard Sainct.
1994 – João Vassalo oferece à Mitsubishi o seu primeiro triunfo em Portalegre, após bater a Nissan de Francisco Esperto. “Prova infernal da vitória a Vassalo” titulou o Autosport. Seis comandantes e uma disputa ao segundo pelo título de Campeão Nacional que passou durante a prova pelos três possíveis vencedores, com o Vassalo a conseguir o triunfo e o campeonato, apenas nos quilómetros finais da Sagres 500. Quanto às motos, o ‘Marquês’ mostrou porque deve ser Rei, com Paulo Marques a vencer e a conquistar o título nacional de raides.
1993 – Tomaz Mello Breyner tornou-se no primeiro piloto a somar duas vitórias na categoria Auto., repetindo o triunfo do ano anterior, com o piloto a dominar por completo a prova, tendo apenas que controlar o andamento de Carlos Sousa, que esteve azarado em Portalegre, pois ficou sem gasolina a 9 quilómetro do fim da prova, ‘trocando’ um segundo, por um 12º lugar. Nas motos, Carlos Crespo derrotou os favoritos. Numa prova que ficou enlutada pela morte de Armindo Ribeiro.
1992 –Na 6ª Baja/Cerveja Sagres 500 Portalegre, não houve surpresas quanto aos vencedores, com António Lopes a tornar-se no primeiro piloto, desde que a categoria de motos passou a ser feita por um piloto apenas, a vencer a prova por três vezes. Nos autos, o triunfo foi para Tomás Mello Breyner e Jaime Baptista, com a Nissan Pickup da Trident/Repsol, depois duma luta fratricida com Inverno Amaral, seu colega de equipa, aproveitando também a desistência de Tucha.
1991 –António Lopes, nas motos, tornou-se no piloto mais rápido de sempre na prova ao realizar, na altura, a média mais alta de sempre, 72 Km/h. Nos autos, a dupla Rogério Almeida/Nuno Rodrigues da Silva venceu a Baja 500 Portalegre, com Santinho Mendes a ficar apenas a 55s, isto depois de 480 Km de prova. O piloto de Abrantes arrancou uma roda da Pick no prólogo, partiu de último, ultrapassou quase toda a gente numa prova de ‘loucos’ e chegou em segundo. No final da prova, Zé Megre confessava ao AutoSport que estava “satisfeito mas cansado”, e dizia mesmo “não sei se será a última Baja que organizo”. Não foi, e ainda bem…
1990 – É nesta quarta edição – a primeira com sol da história da prova – que se atingem os máximos de 250 carros e 450 motos à partida. Nas duas rodas, a participação passa a ser só para um piloto. Duarte Guedes e Rui Choças são coroados vencedores, aos comandos de um Nissan Terrano V6, numa prova que só se começou a definir nos últimos 80 Km, com os pilotos privados da Nissan a darem tudo por tudo pelo triunfo. Tucha foi um dos protagonistas da prova, como aconteceria muitas vezes ao longo da história da Baja, liderou muito tempo, mas desistiu com problemas de motor. Nas motos, novo negócio da família Lopes com o triunfo a ir para António que bateu o primo João.
1989 – Sob o nome 500 km Cerveja Sagres Portalegre, a prova foi disputada numa única volta, num percurso de 500 km de extensão. Apenas dez por cento dos concorrentes atingem o final. O triunfo coube a Carlos e Rogério Almeida, em UMM, nos autos, com o AutoSport a titular “A malta das trincheiras vence a guerra da lama”, explicando que um ataque final deu a vitória aos gémeos Almeida. Nas motos, a vitória foi para João Lopes, que não se intimidou perante os “generais franceses”. Thierry Magnaldi gostou tanto que disse que iria voltar…Gilles Lalay foi um nome sonante derrotado pelo português.
1988 – Nesta segunda edição, o Raid Maratona Sagres 500, teve um percurso teve duas voltas sem interrupções a um circuito com 400 km. Nos automóveis, o triunfo foi para João Vassalo e Manuel Morais, com os UMM Alter Turbo a fazer o pleno no pódio, de resto, tal como no ano seguinte, enquanto António Lopes assinava o seu primeiro de quatro triunfos nas duas rodas. Vassalo venceu com apenas 26 segundos de avanço para Carlos ‘Tucha’ Barbosa e com muita polémica. Na altura o Autosport escreveu que teria havido uma pacto entre Vassalo e Tucha, que o primeiro não cumpriu: “Vassalo tentou forçar a ‘porta’ cuja trajetória pertencia a Tucha só não lhe acertando porque Deus é Grande e porque Vassalo é bom piloto”.
1987 – Realizou-se a primeira edição da prova sob o nome de Rali Maratona de Portalegre – Finicisa. Nas motos, a prova era aberta à participação de 2 pilotos, tal como na Baja da Califórnia. Com base na cidade de Portalegre, a prova decorreu num circuito de 400 km, percorrido por duas vezes e sem quaisquer interrupções. Cerca 100 carros e outras tantas motos estiveram à partida desta primeira edição, marcada por fortes chuvadas. António Bayona e José Costa, num Mitsubishi Pajero, inauguraram a lista de vencedores nos automóveis, enquanto nas motos (aberta à participação de dois pilotos) o triunfo foi para a Aprilia RX 250 de Paulo Marques e Marques Carvalho;
FACTOS
Primeiros vencedores
Autos – António Bayona / José Costa (MitushishiPajero), 1987
Motos – Paulo Marques / Marcos Carvalho (Aprilia RX 250), 1987
Quads – Paulo Barbosa (Yamaha YZF 350), 2000
UTV – António Val (Dazon1100D), 2009
Buggy – António Val / Cristina Carvalho (DazonRs-1100D), 2010
Primeiro vencedor estrangeiro
Richard Saint (Honda CR 250) – Motos, 1995
Jordi Saborit (Bombardier GS 650) – Quads, 2003
Colin McRae / Tina Thorner (Nissan PickUp) – Carros, 2004