Está o WRC a ‘perder’ provas clássicas a mais? Ou há que ‘follow the money’?
Em declarações ao Dirtfish, Elfyn Evans mostrou-se preocupado com o facto de algumas provas ‘clássicas’ estarem a perder o seu lugar no WRC, enquanto o Promotor tenta encontrar um equilíbrio entre as várias componentes do ‘negócio’.
O espetáculo propriamente dito, dado pelas equipas e pilotos, entretenimento geral, ‘value for money’, retorno que a competição dá às marcas envolvidas, e valor global da competição como um todo.
O calendário de 2023 recupera provas como o México e o Chile, mas deixa de fora a Argentina, Espanha e Grã-Bretanha, e Evans assegura que a sua preocupação não tem só a ver com a ausência do Rali da Grã-Bretanha (mas também), mas essencialmente por causa das provas ‘clássicas’ como refere: “tem havido cortes e mudanças, é verdade que o promotor e a FIA fizeram um bom trabalho em manter o WRC a funcionar com o covid, mas penso que temos de ter cuidado com algumas das provas clássicas”, disse o galês que assegura perceber “o lado comercial” e que “precisamos de trazer eventos novos e bem financiados”, provavelmente referindo-se à Arábia Saudita, mas “não esqueçamos os clássicos. Lugares onde o desporto é desejado, lugares como a Argentina deveriam estar no campeonato”.
Esse é um exemplo que dá. E fala, claro, no Rali da Grã-Bretanha: “Não quero parecer que só estou a falar da Grã-Bretanha, há ainda muita gente que lhe faz confusão o WRC não terminar com o RAC…”
Mas afinal, que provas ‘clássicas’ não estão no WRC? Que provas não pode o WRC ‘dispensar’? Não nos parece que faça sentido um WRC sem o Rali de Monte Carlo, Finlândia,
Portugal, sem egoísmos, está entre as preferidas, é preciso um rali de inverno, Ártico ou Suécia, é necessário, a Acrópole/Grécia está no calendário, o Safari e a Nova Zelândia também, mas a Catalunha não vai estar em 2023, e se esta falta não é dramática, já o Rali da Grã-Bretanha faz falta ao WRC.
Pessoalmente, também acho que a Córsega faria todo o sentido, mas esta é apenas uma preferência pessoal.
A Argentina merece estar no calendário, e todos nós gostamos muito mais do ‘antigo’ San Remo do que o ‘atual’ Rally da Sardenha, ou Costa Esmeralda, se preferir.
Os ‘Clássicos’ estão aqui todos, depois disso há provas que tiveram ou têm boas presenças no WRC, Austrália, Sardenha, Alemanha, México, que regressa, Costa do Marfim duvidamos que seja possível voltar, Turquia, Chipre, provas semelhantes à Grécia em termos de dureza, o Japão vamos ver, como corre.
No meio disto tudo, acho que seria fundamental encontrar uma boa prova nos EUA e na China, e quem sabe descobrir outras localizações para o WRC, porque não, por exemplo, o Brasil regressar? Por aqui se vê a dificuldade do Promotor em colocar de pé um calendário, tantas e tão boas provas existem. E depois há a parte comercial, quem tem ou não dinheiro, quem aparece com ‘contentores’ dele, como a Arábia Saudita, tudo isto conta, tudo isto é fado…