GP de Itália de F1/2º Pelotão: Lando Norris marca a diferença para Daniel Ricciardo
Lando Norris impôs-se na luta do segundo pelotão, no Grande Prémio de Itália, mas o que mais sobressaiu foi a falta de competitividade de Daniel Ricciardo no circuito onde o ano passado venceu, justificando a escolha da McLaren em o substituir.
Esperava-se em Monza mais um duelo entre a Alpine e a equipa de Woking, as protagonistas na luta pelo quarto lugar do Campeonato de Construtores e, depois de ter sofrido pesadas derrotas na Bélgica e na Holanda, aguardava-se que os homens da formação inglesa pudessem reagir, até porque este era o traçado onde tinham conquistado o ano passado uma dobradinha – a única da temporada.
Com inúmeros pilotos a serem penalizados por troca de componentes das respetivas unidades de potência, poderia ser possível encontrar pilotos destas duas equipas em lugares pouco habituais, o que acabou por acontecer com os homens da McLaren, com Norris a assegurar o terceiro posto e Ricciardo o quarto, beneficiando das penalizações de Max Verstappen, Carlos Sainz e Lewis Hamilton.
Do lado da Alpine, o A22 não se mostrava muito competitivo em configuração de qualificação e, para além disso, Fernando Alonso via ser-lhe retirada a sua única volta na Q3 por ter violado os limites da pista e arrancava de sexto, ao passo que Esteban Ocon era eliminado logo na Q2, tendo a equipa decidido montar-lhe uma nova unidade de potência, o que atirava para décimo quarto posto na grelha de partida.
A primeira vantagem era da McLaren, mas no seio desta, uma vez mais, Ricciardo perdia muito tempo para o seu colega de equipa, mais de três décimos.
Ainda assim, a equipa de Woking perspetivava um bom domingo, em que poderia recuperar muitos pontos a Alpine, que tinha apenas um carro entre os dez primeiros.
No arranque, a formação inglesa sofreria um ligeiro revés, uma vez que Norris, partia muito mal devido a uma questão técnica, caindo para sexto, liderando Ricciardo um longo comboio de DRS, com Pierre Gasly nas suas costas.
Uma vez mais, o australiano, apesar de conseguir manter o francês no seu escape, mostrava dificuldades, não conseguindo destacar-se do Alpha Tauri, muito embora o seu McLaren tivesse um potencial mais elevado.
Até à sua paragem nas boxes, na décima nona volta, nunca conseguiu descer do segundo 1m27 alto.
No entanto, quando Norris ficou sem o seu colega à sua frente, Gasly parara na décima oitava passagem pela meta, este rapidamente mostrou um andamento muito superior, rodando no segundo 1m27 baixo e descendo consistentemente ao 1m26.
Apesar de ter pneus mais gastos, ainda que com o depósito mais leve, o inglês conseguia ganhar cerca de 0,7s por volta aos tempos que o seu colega de equipa marcara até à paragem deste.
O australiano montou pneus duros aquando da sua passagem pelas boxes, que não eram os mais indicados, mas ainda assim, com borrachas novas, mal conseguia acompanhar o andamento de Norris, que tinha ao seu dispor os médios com que tinha iniciado a corrida e com mais dezanove voltas.
Num Segundo Pelotão tão competitivo, em que cada décimo pode significar diversas posições, um ‘delta competitivo’ tão grande é a diferença entre uma equipa ter um dos seus pilotos logo atrás dos homens das ‘Três Grandes’ e outro fora dos pontos.
Desta feita, e fruto das circunstâncias, Daniel Ricciardo parecia caminhar para um sólido oitavo posto, ainda que a mais de dezasseis segundos do seu colega de equipa, beneficiando do abandono de Alonso, com problemas de pressão da água do motor, e das dificuldades de Esteban Ocon em progredir no pelotão.
No entanto, a sorte nada quis com o australiano, que a seis voltas da bandeira de xadrez parava em pista com problemas na unidade de potência Mercedes do seu McLaren, o que provocou a entrada em pista do Safety-Car, tendo este se mantido em ação até à última volta.
Num dia em que a formação de Woking estava um passo à frente da sua rival, Andreas Seidl via um dos seus carros abandonar, resumindo à recuperação da sua equipa a apenas seis pontos relativamente à Alpine, graças a Norris, que, sem os problemas do arranque, que o deixou condicionado pelo andamento do seu colega de equipa, poderia ter aproveitado os problemas de Sérgio Pérez para terminar em sexto e vez de sétimo.
Nyck de Vries merece uma menção honrosa por ter terminado a sua prova de Fórmula 1 no nono posto, assegurando dois pontos para a Williams.
O holandês, que realizou a primeira sessão de treinos-livres no lugar de Sebastian Vettel, na Aston Martin, foi chamado de emergência para substituir Alex Albon, que sofreu uma apendicite na manhã de sábado.
O Campeão do Mundo de Fórmula E não enjeitou a possibilidade e terminou dentro dos pontos, atrás de Pierre Gasly e à frente de Guanyu Zhou, fazendo numa corrida, aquilo que Nicholas Latifi ainda não conseguiu em dezasseis.