Campeonato de Portugal de Perícias: Castelo Rodrigo, prova rainha das perícias

Organizados pelo Clube Escape Livre, o 23º Slalom de Castelo Rodrigo e a 3ª Grande Perícia Automóvel de Figueira Castelo Rodrigo vão animar a vila beirã nos dias 23 e 24 de julho e dar continuidade ao Campeonato de Portugal de Perícias, disciplina espetacular que encontra nestas duas rondas um dos traçados mais singulares e seguros da competição.

O Campeonato de Portugal de Perícias vai deslocar-se até às beiras para disputar as sexta e sétima rondas de um calendário que tem agendadas 14 provas. A tradicional visita a Figueira de Castelo Rodrigo fará os pilotos disputar a 23ª edição do Slalom de Castelo Rodrigo no sábado (23 de julho) à noite e dentro do Estádio Municipal. A “rainha” das perícias continua a ter um programa único que oferece aos pilotos a certeza de um percurso espetacular onde não vai faltar o apoio humano. Tudo graças à possibilidade de reunir até 5 mil pessoas em condições de total segurança e conforto. O que é de assinalar depois de em 2020 não ter havido prova e em 2021 não terem estado espetadores dentro do Estádio Municipal de Figueira de Castelo Rodrigo.

A prova arranca com a receção aos pilotos e as verificações dos carros das várias categorias. Nesse mesmo dia de sábado, a prova começa às 21 horas e serão três horas de absoluto espetáculo. Já a segunda prova do fim de semana terá as verificações na manhã de domingo e a prova a partir das 14 horas.

Recordamos que as duas provas do fim de semana de Figueira de Castelo Rodrigo têm organização do Clube Escape Livre.

E porque a tradição faz o clube da Guarda inovar a cada edição, depois da passagem pela prova de Rui Madeira com uma Ford Transit do troféu organizado pela Ford Lusitana, de Pedro Matos Chaves com um Renault Mégane Sport e de Markku Alen no lendário Fiat 131, na passagem pelo 20º aniversário da prova, agora será a vez de Marco Martins. O piloto que oferece espetáculo com o seu MG Metro Proto vai estar presente e isso é garantia de excelentes momentos.

Quer isto dizer que a ‘Rainha’ das Perícias vai voltar a ser um espetáculo dentro de um espetáculo que é o Campeonato de Portugal de Perícias (CPP). Competição que alcança em Figueira de Castelo Rodrigo o meio da temporada que, até agora, tem tido um domínio repartido entre dois pilotos. Nota, ainda, para a presença de Miguel e Pedro Vicente, pai e filho, naturais de Figueira de Castelo Rodrigo, e que vão repartir o Ford Escort e assinalar a estreia da terceira geração na prova.

Provas disputadas até agora

A primeira prova do Campeonato de Portugal de Perícias 2022, arrancou em Sever do Vouga, com vitória de Jorge Almeida, ficando no pódio António Borges e António Oliveira. Estiveram presentes 28 pilotos com o natural destaque para as participações femininas de Daniela Bastos e Fátima Ferreira. Jorge Almeida acabou por estender o seu domínio no campeonato e depois de arrancar com a vitória em Sever do Vouga, o piloto do Polo R venceu em Vila Real e São João de Tabuaço, Fundão e Valpaços.

Campeonato dominado por Jorge Almeida

Olhando para a classificação do campeonato absoluto, após cinco jornadas, Jorge Almeida tem estado a dominar com o seu VW Polo R com contestação de Luís Guedes e do seu Lotus Seven. A arbitrar esta contenda está Dino Almeida com um espetacular Honda S800 que, naturalmente, quer tentar beneficiar desta luta bipartida.

Contas feitas, Jorge Almeida tem 125 pontos, Luís Guedes 91 e Dino Almeida amealhou 83 pontos. Seguem-se, empatados com 50 pontos, Luís Sousa e António Pinto.

O Campeonato de Portugal de Perícias oferece títulos absolutos, a três grupos e a seis classes.

O grupo 1 replica a classificação absoluta com Jorge Almeida e Luís Guedes na frente seguidos por Nelson Aguiar e António Alexandre. No Grupo 2, Dino Almeida lidera na frente de Luís Sousa e António Pinto, Dário Oliveira e Rui Loureiro. Já no Grupo 3, Filipe Fortunato, Rui Loureiro e Rodrigo Lopes perfazem o pódio da categoria.

Quanto às classes, Jorge Almeida, Nelson Aguiar e António Alexandre lideram, por esta ordem, a 1A e a 1B tem como único piloto classificado Luís Guedes. Na Classe 2A, António Pinto e Rui Loureiro dominam, ao passo que na Classe 2B está na frente Dino Almeida, seguido de Luís Sousa e Dário Oliveira. Finalmente, nas classes 3A e 3B, Rui Loureiro e Rodrigo Lopes, na primeira, Filipe Fortunato, na segunda, são os pilotos classificados.

As classes do Campeonato de Portugal de Perícias

Como referimos acima, há uma classificação geral absoluta e, depois, várias classes.

O Grupo 1 está dedicado aos protótipos, sendo a Classe A e B correspondente a viaturas de tração dianteira ou traseira. O Grupo 2, dedicado aos transformados, tração dianteira e traseira (Grupo A e B) e o Grupo 3 está dedicado aos originais. E aqui há uma diferença. A Classe A é para modelos de tração dianteira e Mini totalmente originais. A Classe B é para os modelos de tração traseira.

O regulamento técnico

Cada modelo de tração traseira tem direito a quatro pneus novos por prova, os tração dianteira só podem usar dois pneus novos por prova. Os pneus usados são livres.

A regulamentação dos protótipos permite grande liberdade. Com o limite nos 3.0 litros, os motores podem ser de moto, mas limitados a 600 c.c. A carroçaria pode ser alterada e o chassis pode ser tubular, sendo proibido qualquer material compósito. A suspensão também pode ser alterada.

Os Transformados podem mudar o motor e o chassis, encurtando o carro atrás do pilar B e com uma distância entre eixos mínima de 185 cm.

Em todos os modelos não é obrigatório um “rol bar”, mas é recomendado. Os pilotos devem usar capacete integral ou semi-integral e roupa não inflamável, que pode não estar homologada, mas em bom estado de conservação. As luvas são obrigatórias e o extintor também. Para 2023 estas regras vão mudar e o “roll bar” vai passar a ser obrigatório e a roupa de competição também terá de estar homologada.

Os bancos de competição são obrigatórios nos Grupos 1 e 2, no Grupo 3 podem ser usados os bancos de série.

Como é uma prova de perícia?

No que toca às provas, organizam-se em tentativas. Ou seja, cada piloto tem direito a fazer um mínimo de três tentativas para fazer o melhor tempo e o carro pode ser partilhado por mais que um concorrente.

Para se identificar cada Grupo, os veículos concorrentes do Grupo 1 (Protótipos) têm os números de competição em branco num fundo vermelho, os do Grupo 2 (Transformados) são brancos com fundo amarelo e os do Grupo 3 (Promoção Originais) em branco com fundo verde.

A classificação final é estabelecida adicionando aos tempos reais obtidos nas tentativas eventuais penalizações e traduzidas em tempo. Quem, contas feitas, tiver o menor tempo é vencedor.

Slalom de Figueira de Castelo Rodrigo: Uma história com 23 anos de sucesso

O desafio foi lançado em 1999 por Armando Lopes, presidente da Câmara Municipal de Figueira de Castelo Rodrigo, ao Clube Escape Livre: criar um evento que trouxesse pessoas ao município. O resto… é história! Arrancando com a ideia de fazer uma prova de perícia, com o auxílio nas primeiras edições do Slalom Clube de Portugal, o clube liderado por Luís Celínio gizou um evento que, chegado à 23ª edição, não parou de evoluir conquistando o epíteto de prova “Rainha das Perícias”. Por exemplo, é a única prova feita à noite dentro de um Estádio Municipal onde podem estar até 5 mil pessoas sentadas, confortáveis e, sobretudo, em absoluta segurança. As palavras de Jorge Almeida, bicampeão nacional, dizem (quase) tudo sobre a prova beira. “O Slalom de Castelo Rodrigo é incomparável no panorama das Perícias. Somos muito bem recebidos, a organização é muito competente e a envolvência com o público nomeadamente na prova do estádio é magnífica e única.” Também o atual edil de Figueira de Castelo Rodrigo, Carlos Condesso, espera que o contributo da prova “para a dinamização da economia local e para o reforço da projeção do concelho seja ainda maior. E com o Escape Livre estamos convictos de atingir este desiderato!”

Três gerações de pilotos da mesma família em Figueira de Castelo Rodrigo

Quando o Clube Escape Livre organizou a primeira edição do Slalom de Castelo Rodrigo respondendo ao desafio da edilidade local, José “Zeca” Vicente quis participar. Filho da terra, não percebia rigorosamente nada sobre as perícias, mas quis fazer parte do evento. Comprou um carro na sucata e deu nas vistas na primeira edição da prova em 1999. Anos volvidos, José Vicente levou o seu filho, Miguel Vicente, e ambos disputaram a prova. Miguel Vicente tem sido presença na prova beirã e em 2022 será a vez da terceira geração a participar na prova. Miguel Vicente vai partilhar o seu belo Ford Escort com o filho, Pedro Vicente. “Após assistir às corridas do meu pai, e logo que pude, tenho participado sempre no Slalom de Figueira. E, agora também o meu filho vai correr pela primeira vez. São três gerações nas Perícias…”. Será a estreia do jovem Pedro e, assim, a terceira geração da família Vicente vai prestigiar a 23ª edição do Slalom de Figueira de Castelo Rodrigo.