GP da Grã-Bretanha de F1: Filme da corrida: 1ª vitória na carreira de Carlos Sainz
Grande corrida que valeu essencialmente pelas últimas 10 voltas, depois do Safety Car ter vindo para a pista na sequência do abandono de Esteban Ocon (Alpine). O pelotão juntou-se e com Carlos Sainz (Ferrari) a passar Charles Leclerc (Ferrari), aproveitando depois as lutas atrás de si para se distanciar.
Mais atrás, Sergio Pérez (Red Bull) envolveu-se numa luta absolutamente fantástica com Lewis Hamilton (Mercedes) e Charles Leclerc (Ferrari), com todos a passarem-se uns aos outros várias vezes, em momentos absolutamente inesquecíveis, num dos pontos altos das corridas de Fórmula 1 em muito tempo.
Nas últimas duas voltas as coisas acalmaram um pouco com Sainz a vencer na frente de Pérez e Hamilton, com Leclerc a ser o ‘derrotado’ desta luta. A Haas colocou os seus dois carros nos pontos e Mick Schumacher pontuou pela primeira vez na F1.
Recordando o filme de toda a corrida, esta começou logo com um grave acidente na curva 1, que envolveu Zhou Guanyu, que saiu de pista para a gravilha a alta velocidade depois de capotar. No incidente estiveram envolvidos Alex Albon, George Russell, Esteban Ocon, Yuki Tsunoda, em momentos e zonas distintas da pista, ainda que todos até à primeira curva.
O carro médico foi enviado para a pista, inicialmente com alguma preocupação pelo estado de saúde do piloto chinês da Alfa Romeo, mas felizmente nada de aparentemente muito grave se terá passado com o piloto que se manteve consciente em todos os momentos.
Aproveitando a confusão, manifestantes conseguiram passar rede de proteção de Silverstone, já numa altura em que a corrida estava já sob bandeira vermelha após o acidente de Zhou Guanyu. A polícia e os marshals agiram rapidamente no local. A FIA forneceu uma atualização sobre os manifestantes que entram em pista: “confirmamos que, após a bandeira vermelha, várias pessoas tentaram entrar em pista. Estas pessoas foram imediatamente afastadas e o assunto está agora a ser tratado pelas autoridades locais”.
Voltando ao acidente da 1ª curva, este envolveu vários pilotos, em situações distintas, que acabaram por resultar em batidas de vários monolugares. Alex Albon (Williams) e Guany Zhou (Alfa Romeo) foram levados para o centro médico. Ambos estavam conscientes e depois de avaliados no centro médico, a FIA revelou que o piloto chinês, que sofreu um um acidente muito aparatoso, capotando a alta velocidade depois de ter sido tocado pelo Mercedes de George Russell (que por sua vez tinha sido tocado por Pierre Gasly) não tinha fraturas, e estava bem, tendo em conta a gravidade do acidente.
Zhou tinha arrancado em nono, foi tocado por trás antes da primeira curva, tendo em conta a velocidade que já levava o carro capotou até se imobilizar entre a rede que protege as bancadas e a barreira de pneus. A corrida foi imediatamente parada, os Marshall e equipas médicas socorreram rapidamente Zhou, que foi extraído do carro e levado para o centro médico da pista.
Foi Pierre Gasly que causou o acidente, ao dar um toque na roda traseira esquerda do Mercedes depois de ter ficado ensanduichado entre o Alfa Romeo à sua esquerda e o Mercedes de George Russell à direita, tocou neste último o Mercedes entrou em pião e tocou no Alfa Romeo de Zhou à sua esquerda, que capotou indo de ‘rojo’ até apanhar a gravilha ‘saltando depois a barreira de pneus, batendo na rede e ficando entalado entre os pneus e a rede. George Russell que ficou fora de pista na zona da escapatória correu para o Alfa Romeo acidentado, regressando pouco depois e aí terá percebido de imediato que nada de grave se passava com o piloto chinês. Mais atrás, outros incidentes. O Williams de Alex Albon foi atingido por trás pelo Aston Martin de Sebastian Vettel, e logo de seguido o Williams foi batido por outros com Yuki Tsunoda e Esteban Ocon a serem apanhados também, batendo e sendo batidos.
Curiosamente e apesar do acidente de Zhou ter sido mais aparatoso, Alex Albon teve mesmo que ser levado para o hospital de Coventry para exame de precaução, enquanto Zhou teve alta dos médicos no centro médico do circuito.
Paralelamente e aproveitando a confusão, a polícia teve de evitar que vários manifestantes invadissem a pista, logo após a bandeira vermelha ter sido mostrada.
Recordando o que se passou inicialmente, Verstappen começou a corrida com pneus macios mas Sainz, Leclerc, Perez, Hamilton, Norris e Alonso arrancaram todos com médios. Russell, em oitavo, começou a corrida com pneus duros. Mais atrás, Latifi, Magnussen, Vettel e Schumacher escolheram todos pneus macios, enquanto o resto dos pilotos começaram com médios.
Após o arranque, Max Verstappen saiu melhor aproveitando os pneus macios montados no Red Bull e deixou Carlos Sainz no segundo lugar. Quem também arrancou muito bem foi Lewis Hamilton que ultrapassou facilmente Charles Leclerc nos primeiros metros.
O grande problema foi mais atrás no pelotão. Um toque de Pierre Gasly no Mercedes de Russell originou uma saída de pista muito feia do Alfa Romeo de Zhou Guanyu, que foi a raspar com o halo no chão até ficar parado na escapatória da curva 1. O acidente ainda envolveu Alexander Albon, Yuki Tsunoda e Esteban Ocon. Pelas repetições foi possível perceber que um toque de Sebastian Vettel enviou Albon contra as proteções de Silverstone.
A corrida reiniciou-se cerca de meia hora depois, Sainz voltou a arrancar da pole position mas desta feita segurou a liderança do pelotão, numa luta intensa entre os seis primeiros, com principais protagonistas Max Verstappen e Charles Leclerc.
Com o espanhol na frente da corrida, Verstappen era segundo, Leclerc – que entretanto tinha conseguido defender-se ainda dos ataques de Sergio Pérez – o mexicano da Red Bull, que tinha o seu monolugar com alguns danos após essa “batalha”, e Lando Norris à frente de Lewis Hamilton, que também não teve um arranque tão bom quanto o primeiro. Pierre Gasly era o sétimo, seguido de Fernando Alonso, Yuki Tsunoda e Esteban Ocon fechava o top 10.
Pérez teve de parar para trocar de asa e regressou à pista na última posição, no mesmo momento em que Hamilton ultrapassou Norris, ascendendo ao quarto posto e Alonso fez o mesmo a Gasly.
Carlos Sainz estabeleceu o tempo mais rápido quando procurava aumentar a distância que o separava para Verstappen, mas o neerlandês, que tinha trocado os pneus macios pelos médios durante a bandeira vermelha, não permitia que o adversário se afastasse muito.
Um erro do piloto espanhol na volta 10, saindo muito largo em Becketts e perdendo a trajetória, permitiu a ultrapassagem de Verstappen, passando o neerlandês a liderar o pelotão, agora com os dois Ferrari na sua perseguição. Na mesma altura, os dois AlphaTauri tocaram e fizeram pião.
Carlos Sainz recuperou a liderança da corrida depois de Max Verstappen ter passado com alguma violência por cima de um corretor, que terá causado um furo e obrigou o piloto a parar na box, não sem antes ter sido obrigado a abrandar na reta interior de Silverstone.
Após o regresso à pista, Verstappen pediu à equipa para analisar os dados porque sentia que o carro não estava nas melhores condições.
O seu engenheiro de corrida respondeu-lhe que seria apenas um dano na carroçaria, que não deveria causar qualquer problema grave, mas que causava um decréscimo de performance.
Yuki Tsunoda sofreu uma penalização de 5 segundos pelo contacto com o seu companheiro de equipa.
Carlos Sainz foi entretanto pressionado por Charles Leclerc, que estava em distância de DRS para o companheiro de equipa. O ritmo de Sainz era mais baixo do que Leclerc, quando Lewis Hamilton, que seguia no terceiro lugar, começou a encurtar terreno para os dois Ferrari.
Na volta 21 Carlos Sainz parou na box, deixando a liderança entregue a Charles Leclerc que tinha 2.4s de vantagem sobre Lewis Hamilton. O espanhol da Ferrari regressou à pista no terceiro lugar e com pneus duros.
Valtteri Bottas voltou a ter problemas no Alfa Romeo C42 e foi obrigado a abandonar a corrida.
Já na volta 23, Max Verstappen voltou a parar para trocar de pneus, substituindo os médios pelo composto duro e quando regressou à pista teve algumas dificuldades em colocar temperatura, perdendo o sétimo posto para Sebastian Vettel.
O líder do GP britânico parou na box na volta 26, passando Lewis Hamilton para a frente do pelotão, ainda sem ter parado. Leclerc voltou à pista atrás de Carlos Sainz, no terceiro posto.
Enquanto Hamilton aumentou para 18s de vantagem sobre Sainz, Pierre Gasly parava na box para desistir depois de ter visto a bandeira preta e laranja.
Entretanto, Leclerc estava mais próximo do seu companheiro de equipa e adivinhava-se um duelo entre ambos nas voltas seguintes, com autorização recebida pela equipa.
Um pouco despercebido mas a fazer uma corrida estável dentro dos pontos, estava Nicholas Latifi.
Na volta 32, a Ferrari decidiu trocar de posições entre Sainz e Leclerc, que após subir ao segundo lugar começou a recuperar algum terreno a Lewis Hamilton, que ainda não tinha parado.
O britânico trocou de pneus na volta 34, perdendo bem mais tempo do que deveria, com Daniel Ricciardo à sua frente. A paragem não foi muito rápida e Hamilton ficou assim no terceiro lugar, com 4.1s de diferença para o vice-líder da corrida.
Lando Norris, que seguia no quarto posto e sem ainda ter parado, substituiu os “velhinhos” pneus médios por um jogo de pneus duros, assim como Fernando Alonso tinha feito na volta anterior. Estes dois pilotos
Max Verstappen continuava com problemas no RB18 e não conseguia escapar à pressão de Esteban Ocon, que era o nono classificado. O piloto francês da Alpine conseguiu a manobra de ultrapassagem sobre o campeão do mundo, mas o carro deixou mal Ocon e teve de desistir. O A522 ficou parado em pista, obrigando a um período de Safety Car.
Leclerc ficou em pista com a entrada do SC, enquanto Sainz e Hamilton entraram na box para trocar os pneus duros por macios para as últimas 12 voltas. Sergio Pérez, que era quarto classificado depois de ter parado muito cedo na corrida, aproveitou e substituiu os pneus para macios, mantendo a sua posição.
As últimas nove voltas, depois da saída do Safety foram um hino à F1.
Na volta 43, Perez passa Hamilton pelo na Curva 5. Leclerc é passado por Sainz, com o espanhol a passar para a frente do seu companheiro de equipa na Curva 6.
Na volta seguinte, Hamilton encontrou alguma temperatura nos seus pneus e aproximou-se de novo de Perez, e tentou passar em Copse, mas Perez manteve a porta fechada. Sainz distanciou-se à frente do seu companheiro de equipa, Leclerc que se tinha de haver com Perez e Hamilton.
Na volta 46 Leclerc sai largo em Luffield, Perez faz um movimento na última curva e obriga Leclerc a alargar a trajetória. Hamilton aproveita e passa ambos, passando para o segundo lugar, mas ambos os pilotos ripostam, e voltam à frente de Hamilton na Curva 3, forçando Hamilton a alargar uma trajetória. Só visto, porque contado por palavras é difícil. Um espectáculo absolutamente fantástico de ver. Alonso, tentava uma oportunidade para passar Hamilton, que na volta seguinte se aproximou novamente de Leclerc, pois Perez estava agora um segundo à frente do monegasco. Hamilton tentou tudo, mas não conseguiu passar o piloto da Ferrari, que se defendeu brilhantemente. Entretanto surgiu uma mensagem de que os Comissários Desportivos iriam investigar se Perez forçou Hamilton a alargar na Curva 3, quando o piloto da Red Bull passou para a segunda posição.
Na volta 48, Hamilton e com DRS passa Leclerc na Hangar Straight e completando a manobra por fora na Curva 15. Que corrida incrível por parte destes dois pilotos. Na volta 50 Alonso ainda tentava passar Leclerc que era 4º. Mick Schumacher rodava na oitava posição, e estava muito perto de obter os seus primeiros pontos na F1, e ao mesmo tempo pressionava… Max Verstappen.
Carlos Sainz estendia a liderança e vencia confortavelmente, na frente de Sergio Perez, enquanto Lewis Hamilton ainda tentava chegar-se ao piloto da Red Bull, fazendo a volta mais rápida da corrida na última volta. Que corrida fantástica!
Mas porque raio é que o Leclerc ficou em pista?… Os gajos da Ferrari resolveram oferecer a vitória ao Sainz, ou o Leclerc teve medo de ‘não passar no teste do balão na box’. Espero explicações, que têm de ser muito originais e detalhadas, para poderem convencer-me. E assim se perdem 13 pontos na luta pelo título.