F1 e a questão do ‘porpoising’: “encontrar uma solução sem alterar dramaticamente as regras”
Continua a falar-se da questão do ‘porpoising’ e dos seus efeitos, ao ponto da FIA ter emitido uma diretiva técnica que fala de potenciais alterações, pedindo às equipas que façam simulações no CFD. Tendo em conta que a questão afeta mais uns que outros, é importante ouvir as opiniões. Começando com Mike Elliott, diretor Técnico da Mercedes, “Penso que quando se olha para a posição em que estamos, os pilotos dizem que é desconfortável e não é seguro para eles conduzirem os carros, quando há muitos saltos. E acho que o desporto tem de lidar com isso e tem de se adaptar e mudar em consequência disso.
Penso que a dificuldade é que estes carros foram concebidos em torno de um conjunto de regras de efeito de solo, foram concebidos para tentar melhorar as ultrapassagens. E a questão é, será que se pode manter um pouco disso e afastarmo-nos dos saltos? E o diabo está nos detalhes e penso que caberá aos aerodinamicistas das várias equipas tentar resolver, juntamente com a FIA, como mudar as regras no sentido certo, mas conseguir que as equipas concordem com isso também vai ser um desafio”, disse.
Já Andreas Seidl, da McLaren, tem menos ‘crises’ que a questão do ponto de vista técnico: “do meu ponto de vista, o que me agradou muito nas últimas duas semanas foi o facto de termos tido um bom processo liderado pela FIA, tivemos um comité técnico consultivo onde os peritos se reuniram e discutiram efetivamente o caminho a seguir sob a clara liderança da FIA, o que era importante, deixaram claro que, por razões de segurança, irão implementar mudanças e a implementação de uma diretiva técnica, mas eu fiquei muito contente por cada equipa poder contribuir e para esta diretiva que chega em França. Em paralelo, também em relação à direção para o próximo ano, esse é o processo certo. Isso é o que eu também gostaria de ver. A Fórmula 1 funciona e estou bastante satisfeito com isso”, disse Seidl.
Quanto a Guenther Steiner, não quer nada radical, porque já passou meio ano, mas entende que a segurança tem que ser assegurada: “foi discutida a alteração das regras, o que penso que a maioria da equipa não quer fazer. Eles estão a trabalhar diligentemente para encontrar uma solução sem alterar dramaticamente as regras. Porque penso que, se forem alterar as regras, o que temos agora, julho, é um pouco tarde, por isso não creio que seja a forma correta de contornar isso. Acho, obviamente, que se existem algumas questões de segurança, temos de as abordar. Concordo plenamente com essa, que está a ser trabalhada.
E, como dissemos anteriormente, em França, haverá trabalho a ser desenvolvido, para ver em que ponto estamos com tudo isto. Mas para alterar drasticamente as regras ou algo do género, somos contra, porque já é bastante tarde no ano. E, obviamente, do outro lado, pode-se dizer que algumas pessoas já trabalharam com as novas regras, que são propostas. Portanto, penso que temos de ter cuidado para não estarmos a fazer algo errado. E tenho a certeza de que a FIA analisará essa questão e ouvirá toda a gente.”