Será que já nasceu o próximo piloto português que terá um programa a tempo inteiro no WRC?
Os tempos em que, mais ou menos regularmente, as várias provas do Campeonato do Mundo de Ralis contavam com a presença de pilotos portugueses, já lá vão, há muito.
Francisco Romãozinho, em Citroën GS 1220, foi pioneiro a correr no WRC numa prova fora de Portugal, no Rali de Marrocos de 1973.
Entre os que realizaram mais provas, Carlos Torres, estreava-se no rali da Acrópole de 1977 participando também em 1978 e 1980 e ainda na Costa do Marfim 1979 e Brasil 1981.
Anos mais tarde, em 1995, caberia a Rui Madeira e Nuno Rodrigues da Silva ser a dupla que verdadeiramente abriu as portas do WRC, tendo estado muito perto, em 1997, de um programa aos mais alto nível no Mundial de Ralis.
Sagraram-se Campeões do Mundo do Agrupamento de Produção, na altura Taça FIA de Grupo N, vencendo, no ano seguinte, o TAP/Rali de Portugal, mas numa altura em que pontuava apenas para a Fórmula 2, ano em que fizeram cinco provas do WRC com um Toyota Celica GT Four, tendo corrido no ano seguinte com um subaru Impreza 555. Foi nessa altura que ‘morreu’ a hipótese de um programa completo, mas em 1998 ainda fizeram mais cinco provas no WRC.
Tudo isto, numa altura em que uma ‘tal’ de Renault 4L, pelas mãos de António Pinto dos Santos, ‘roubou’ as atenções da imprensa de cada país por si visitado!
Com Adruzilo Lopes a contar com uma “mão cheia” de participações além-fronteiras – onde se inclui um famoso Rali da Catalunha em que François Delecour pediu para guiar o 306 do português, por considerar o seu andamento demasiado bom… -, Miguel Campos estreou-se em 2000, também em Espanha, com um positivo quarto lugar no Grupo N. Em 2002, as cores nacionais regressaram ao Mundial de 2002, de novo na Catalunha, com as duplas Miguel Campos/Carlos Magalhães e Rui Madeira/Fernando Prata, respetivamente, ao volante do Peugeot 206 WRC e do Ford Focus WRC.
Miguel Campos, voltaria algum tempo depois, nos ralis de Monte Carlo e Chipre de 2004, Ricardo Teodósio fez um ‘one off’ com o seu Mitsubishi no Rali da Finlândia de 2006.
O primeiro dos 49 ralis no WRC de Armindo Araújo, foi em 2007, na Suécia. É de longe o piloto português com mais ralis no WRC, numa carreira que o levou a dois títulos Mundiais de Produção em 2009 e 2010, bem como depois ao projeto com a equipa oficial da Mini em 2011 e 2012.
Bernardo Sousa é o segundo piloto português com mais provas no WRC, 42, tendo começado a sua aventura fora de Portugal um ano depois de Armindo Araújo, em 2008, também no Rali da Suécia.
Todos os primeiros três anos o fez com um carro diferente, Mitsubishi Lancer evo IX em 2008, Fiat Abarth Grande Punto S2000 em 2009; Ford Fiesta S2000 em 2010, ano em que foi Campeão Nacional de Ralis, repetindo o carro em 2011. Teve bons resultados, venceu no SWRC na Jordânia 2011.
Teve um interregno, só voltou em 2014, já no WRC2, com o Ford Fiesta RRC, foi 5º em Portugal e na Polónia, 2º na Alsácia, mas depois as suas participações foram sendo cada vez menos numerosas.
Em 2016 ainda tentou dar um passo atrás com o Drive Dmack Trophy, no penúltimo troço liderava em Portugal, mas saiu de estrada em Fafe.
Com esse troféu poderia ter ganho um prémio que o relançaria, mas não foi isso que sucedeu.
Desde aí para cá, presenças portuguesas no WRC, são muito esporádicas, Diogo Salvi fez duas provas na Turquia, e pouco mais…
Rui Madeira, tem 28 provas no WRC, Paulo Freire, 17, para além do Rali de Portugal fez seis vezes o Rali da Catalunha, João Fernando Ramos, 18, também seis vezes o Rali da Catalunha, Pedro Meireles, 12, sempre no Rali de Portugal, as mesmas que Jorge Ortigão, António Pinto dos Santos, Manuel Rolo e Joaquim Santos, por exemplo.
António Coutinho tem 11 e em 1993 lutou pelo triunfo na Produção. Ferreira da Cunha, também tem 11.
Como se percebe, para um país que gosta tanto de ralis, não tem havido muitos pilotos com oportunidades de brilhar no WRC. Os poucos que tivemos, são bons e têm bons palmarés.
Será que já nasceu o próximo piloto português que terá um programa a tempo inteiro no WRC?
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Nasceu de certeza… o problema é que em Portugal os Ralis são um desporto elitista, para quem tem muito dinheiro. Quem não tem tenta arranjar patrocínios para correr, mas empresas só apostam no futebol. Se a culpa é só das empresas? Não, as empresas apostam onde conseguem ter retorno e nesse ponto entra a nossa comunicação social, que maltrata tudo o que não sejam os 3 “grandes da bola”, e só quer saber do desporto automóvel quando há um acidente. Depois também temos o problema da federação, que vê os atletas como fonte de rendimentos monetários e não como atletas.… Ler mais »