F1: Citadinos voltam a ser moda (Sondagem)
Os circuitos citadinos são especiais. A exigência é ainda maior neste tipo de pistas, uma vez que não há espaço para grandes escapatórias e cada erro é pago nas proteções. Diz-se que os citadinos são verdadeiros testes aos pilotos e a F1 parece estar a voltar a entrar nessa moda.
Não é preciso recuar muito tempo no passado para vermos que as escolhas das pistas para o calendário da F1 não passavam forçosamente por circuitos citadinos. Os riscos que isso implicava eram por vezes receados e os projetos das novas pistas tornavam-se mais aliciantes. Agora temos várias infraestruturas pelo mundo fora que foram abandonadas ou esquecidas pela F1, depois dos investimentos avultados, para receber meia-dúzia de provas, se tanto.
Mas a F1 começa agora a percorrer um caminho interessante. O número de circuitos citadinos têm aumentado e em 2022, ano do regresso à normalidade, após dois anos de pandemia, vimos essa tendência de forma mais vincada. A F1 começa a olhar para os citadinos como uma boa fórmula para o seu negócio. Se olharmos para os últimos dez, o número de traçados citadinos por época era de quatro (2012 a 2014), subindo para cinco (2016 a 2019). Num calendário que tinha uma média de 20 provas por ano, tínhamos 20 a 25% de pistas citadinas por ano. Na época 2022, tivemos 7 traçados deste género. Passamos para mais de 30% da época a ser feita em traçados citadinos. Em 2023, a contagem subiu para oito com a entrada de Miami. Ou seja, a percentagem de circuito citadinos subiu (aproxima-se dos 40%) e poderá subir ainda mais, com as recentes notícias da entrada de Madrid no calendário.
Esta tendência não pode ser negligenciada e pode indicar que a F1 entende que os citadinos são bons para o espetáculo. A Fórmula E trouxe um conceito diferente e em vez de obrigar as pessoas a ir às pistas, nem sempre localizadas perto dos grandes centros, levou as pistas às pessoas. O impacto que qualquer competição automóvel provoca ao vivo é incomparavelmente maior do que na TV. E com os traçados citadinos, as pessoas são transportadas para uma nova dimensão. As ruas que normalmente percorrem a 50 km/h, são feitas a 150 km/h, o que é um choque para os sentidos. E é esse choque que traz mais magia à competição e conquista novos adeptos. Assim, não seria de espantar que a F1 esteja a tentar, à sua maneira, replicar um pouco o que a Fórmula E faz.
Claro que isso implica desafios logísticos e a montagem de um citadino é complexa, por vezes demorada e nem sempre agrada a todos, com a vida dos habitantes a ficar afetada com os preparativos. As limitações podem tomar proporções exacerbadas, como vimos no GP de Las Vegas, em que uma falha na pista e um horário demasiado ambicioso acabaram por manchar o arranque da festa. Mas a maioria dos fãs de corridas admite que os citadinos são sempre especiais, os pilotos gostam da adrenalina e o espetáculo ganha mais cor ainda. Não admira que a F1 esteja a apostar mais neste tipo de pista.
Mas Max Verstappen poderá ter iniciado uma tendência. O piloto da Red Bull mostrou-se pouco contente com esta nova moda dos citadinos e afirmou que apenas em traçados permanentes estes carros podem mostrar o que realmente valem. E já há alguns fãs que mostram algum descontentamento com o facto do número de citadinos ameaçar crescer ainda mais.
O que é melhor para o espetáculo? Citadinos ou traçados permanentes? Será que a F1 ganha com esta nova abordagem? O que acha o leitor sobre esta tendência?
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Tanto texto para não dizer nada. Desde 1996 (data de entrada de Albert Park) entraram os seguintes circuitos citadinos: Singapura e Valencia em 2008, Sochi 2014, Baku 2016 e agora a rajada de Jeddah, Miami e Las Vegas. Se Singapura e Baku sempre deram boas corrias, o mesmo não se pode dizer do horrível Valência, de Sochi (que já tinha o destino traçado por troca com Igora Drive) ou mesmo de Jeddah (é só até ao dia até que aconteça um acidente grave). A estes poderíamos juntar Abu Dhabi porque de circuito permanente tem quase nada, assim como outros tilkodromos… Ler mais »
A F1 deveria privilegiar circuitos permanentes e nunca aceitar citadinos em países onde existam circuitos permanentes. Mónaco e Singapura à parte, porque são, praticamente, cidades-estado, todos os outros países têm espaço para construir um circuito, permanente, de raiz. Para mim, além dos dois que citei, só Baku deveria continuar.
Concordo!!! mas mesmo assim tirava Baku.