O que mudou na nova F1?

Por a 2 Maio 2022 15:15

O discurso típico dos engenheiros no início das épocas é que se deve esperar três ou quatro corridas para entender as tendências das performances dos carros. Assim, esperamos quatro corridas e fizemos o balanço do que foi o começo desta nova era.

2021 na F1 foi memorável em todos os sentidos. A luta pelo título foi eletrizante, as lutas no meio da tabela foram espetaculares, tivemos polémica, drama, momentos de brilhantismo… Tivemos a F1 em todo o seu esplendor. 2022 era encarado de forma diferente. O fim apoteótico da segunda “fase” da era turbo híbrida ficou para a história mas este ano tivemos o início de um novo capítulo. Depois de três anos de estudo e desenvolvimento por parte da F1, os novos regulamentos viram a luz do dia. Carros mais simples, com uma aerodinâmica menos complexa, com mais importância nos fundos dos carros, novos motores com a introdução de um combustível com 10% de etanol sustentável. Quase tudo mudou na F1, numa espécie recomeço a partir do zero.

Não estaríamos a ser verdadeiros se não admitíssemos que encaramos esta nova era com uma boa dose de esperança, mas também com algum ceticismo. Falou-se numa F1 à imagem da Indy, com carros todos iguais, muitos engenheiros se queixaram da falta de liberdade para explorar novas soluções, o peso extra dos carros levou muitos a torcer o nariz. A chegada do mês de fevereiro trouxe em igual dose entusiasmo e receio. Daria a F1 mais um passo ao lado? Felizmente, ficamos agradavelmente surpreendidos com o que vimos. Carros bonitos, com soluções distintas e todas elas interessantes. A primeira amostra deixou água na boca e os primeiros testes revelaram uma fiabilidade assinalável e carros que, apesar do peso que não conseguem disfarçar, com uma presença positiva em pista. Se a amostra foi boa, as primeiras corridas trataram de confirmar o que todos desejavam… a F1 mudou, mas a mudança foi boa, trouxe mais espetáculo e alterou o xadrez. A ordem estabelecida desde 2014 foi virada do avesso e o Grande Circo ganhou um novo ar. Depois das quatro primeiras corridas, podemos dizer que gostamos desta nova F1.

Novos carros, melhores corridas

O objetivo destes novos carros era permitirem mais e melhores perseguições. Diminuindo a quantidade de “ar sujo” que os carros criavam e aumentando a tolerância dos pneus, tornar-se-ia mais fácil para os pilotos aproximarem-se dos adversários e atacar durante mais tempo, proporcionando assim lutas mais emocionantes. Depois de quatro corridas, podemos dizer que o objetivo foi cumprido. Os novos carros criam apoio aerodinâmico de forma diferente e as mudanças permitem aos pilotos atacarem durante mais tempo, sem a necessidade de recuar para arrefecer os pneus, como acontecia no passado. Nas quatro corridas, todas elas em pistas de características diferentes, foi notório que as lutas beneficiaram com a nova filosofia aerodinâmica. O DRS continua a ser importante para apimentar o espetáculo e não parece que a sua eliminação aconteça em breve, como chegou a ser veiculado antes do arranque desta época, mas temos visto lutas mais intensas por todo o pelotão e tudo graças à nova filosofia. Mas esta nova filosofia trouxe desafios diferentes, alguns dos quais são responsáveis pela ordem atual.

Porpoising, a nova dor de cabeça

O porposing (golfinhamento, bamboleio, oscilações etc) foi a novidade deste ano, um termo já usado nos anos 70/80, quando o efeito solo era moda, e que regressou este ano. Com o efeito Venturi mais pronunciado nestes carros, o fundo cria muito mais força descendente. Acontece que nas retas, o fundo cria o máximo de downforce (dada a velocidade), o que empurra o carro contra o asfalto. Mas esse movimento faz com que o fluxo de ar no fundo do carro seja interrompido momentaneamente, o que faz o carro “levantar”, para logo a seguir ser novamente “puxado” contra o asfalto, quando o fluxo de ar volta a criar downforce. Daí as oscilações que temos visto em pista. Este fenómeno acabou por ser chave neste arranque de época, pois quem conseguiu lidar melhor com ele, ganhou logo vantagem e quem procura ainda soluções está a ficar irremediavelmente para trás. A nova era trouxe carros muito diferentes, soluções únicas a cada carro, mas as diferenças entre as equipas esbateram-se um pouco, como era desejado. Mas podemos dizer que, nesta fase, o Porpoising é o grande responsável pela nova ordem no pelotão.

Uma nova ordem, com tons de vermelho e azul

Se durante oito épocas consecutivas a Mercedes conquistou o título de construtores e dominou a F1, em 2022 podemos dizer que o fim do seu reinado chegou. A Mercedes tem sofrido sobremaneira com o porpoising e o seu monolugar radical, com flancos reduzidos, não está a ser competitivo como os engenheiros tinham idealizado, precisamente por causa do Porpoising. Em teoria, os pontões reduzidos dariam à Mercedes uma vantagem competitiva significativa, mas na prática o Porpoising deitou por terra as esperanças dos Flechas de Prata. Para piorar a situação, a Mercedes deixou de ter a melhor unidade motriz, e a mudança para o combustível E10 deixou a Mercedes como a terceira força, depois de oito épocas a fornecer a melhor unidade motriz. Sofreu com isso a Mercedes, assim como as suas clientes (McLaren, Aston Martin e Williams). A Mercedes é agora a terceira força do grid, mais perto da McLaren do que das equipas de topo. E sem soluções à vista, 2022 pode ser mesmo o ano em que perdem a coroa, para se focarem em 2023. O ponto de não retorno está cada vez mais próximo e a decisão terá de ser tomada o quanto antes. Mas se a Mercedes não conseguiu antecipar esses problemas, a Ferrari e a Red Bull fizeram um trabalho espantoso e são agora as referências.

Começando pela Ferrari, a Scuderia operou uma recuperação tremenda e depois do caso de 2019 da sua unidade motriz para lá da legalidade, conseguiu recuperar em dois anos uma diferença tremenda. O segredo do sucesso da Ferrari neste arranque de época tem um nome… Mattia Binotto. O diretor da Scuderia foi mantido mesmo durante a fase negra de 2020, em que a equipa fez o pior resultado desde 1980. Mas foi essa estabilidade que permitiu à Scuderia focar-se a 100% no projeto de 2022. E aqui, dois elementos chave surgem: a unidade motriz e o chassis. A unidade motriz teve de ser completamente repensada e a Ferrari tinha de recuperar o que perdeu em 2019, além de tentar aproximar-se da Mercedes e Honda. Fez isso de forma brilhante e foi provavelmente a estrutura que melhor soube interpretar os desafios da introdução de uma maior percentagem de etanol. A Ferrari terá neste momento a melhor unidade motriz da F1 e esse é um trunfo considerável, que foi usado durante muitos anos pela Mercedes. Do lado do chassis, a Ferrari fez uma opção arrojada, tal como tinha feito em 2017, quando Binotto se tornou diretor técnico e deu aos engenheiros liberdade para arriscar e pensar fora da caixa. Foi o que a Ferrari fez este ano e apresentou aquele que se tornou no mais completo monolugar da atualidade. A Ferrari está de volta e é claramente candidata ao título.

A Red Bull também fez um grande trabalho. Apresentou o que se tornou no segundo melhor chassis deste ano, com uma filosofia completamente diferente da Ferrari. No entanto, os resultados em pista são similares e as diferenças entre as equipas são curtas. Adrian Newey e a sua equipa voltaram a criar um grande carro mas, ao contrário da Ferrari, é uma fera mais complicada de domar. Com uma janela operacional muito mais restrita que a Ferrari, a Red Bull apresentou algumas dificuldades em certas condições e mais que isso, o motor Red Bull / Honda, apesar de potente, tem-se revelado pouco fiável. A fiabilidade tem sido o maior calcanhar de Aquiles da equipa austríaca e as desistências no Bahrein e na Austrália custaram pontos importantes. No entanto, os desenvolvimentos que irão ser implementados ao longo do ano serão cruciais e a luta pelo título irá pender para a equipa que melhor trabalhar os upgrades ao longo da época e nesse capítulo a Red Bull já mostrou no passado que é muito forte. Os candidatos ao título estão encontrados. O duelo Ferrari vs Red Bull irá animar o resto da época.

Segundo pelotão ainda mais compacto

Se as contas no topo da tabela são agora muito diferentes do ano passado, no meio da tabela também vimos mudanças. A Mercedes foi despromovida a este grupo, como já explicado, e terá este ano de lutar contra a McLaren. A equipa britânica esperava dar um passo em frente em 2022 e aproximar-se mais do topo da tabela. Os primeiros sinais foram animadores e até se chegou a dizer que a equipa de Woking tinha criado um monolugar ao nível do da Ferrari. O teste no Bahrein acabou com esse rótulo e problemas nos travões (sobreaquecimento) obrigaram a equipa a repensar aquela área do carro e com isso perdeu-se performance. A primeira corrida do ano foi francamente má para a equipa, mas desde então os sinais positivos têm-se sucedido. A McLaren tem, passo a passo, melhorado e este ano já festejou um pódio, algo impensável depois da primeira prova. Assim, apesar dos altos e baixos, a McLaren está mais ou menos na mesma posição em que se encontrava no ano passado.

Quem melhorou significativamente foi a Alfa Romeo. Depois de um 2019 entusiasmante, graças a um tal de Charles Leclerc, parecia que a Alfa Romeo iria começar uma caminhada interessante, mas os dois anos seguintes foram recheados de fracassos. No entanto, a equipa criou para 2022 um monolugar muito competitivo e a entrada de Valtteri Bottas trouxe um novo impulso. As primeiras impressões foram mistas e a velocidade do carro era travada pela fraca fiabilidade. Nas quatro primeiras corridas do ano, a Alfa encontrou soluções para a fiabilidade e tem melhorado a performance. São agora a quinta melhor equipa da atualidade, em igualdade com a Alpine.

A equipa francesa vem de mais uma reestruturação, com o plano a médio prazo, mas desta vez parece que a equipa fez um bom trabalho. Depois de ter andado quase três épocas com o mesmo chassis, os franceses apresentaram um carro interessante que, nas mãos de Fernando Alonso, tem mostrado potencial. Os resultados não têm sido bons, por falta de fiabilidade e algum azar à mistura, mas a Alpine tem este ano condições para se bater pelo top 5 e, com algumas melhorias, talvez até pensar em algo mais. A luta Alfa Romeo vs Alpine será interessante de seguir ao longo do ano e se a McLaren irá lutar contra a Mercedes pelo terceiro lugar e a Alfa deverá lutar com a Alpine pelo quinto posto.

Outra boa surpresa foi a Haas que depois de dois anos no fundo da tabela, voltou a ter motivos para sorrir. Com um monolugar interessante (que tem levantado algumas suspeitas, sendo apelidado de Ferrari branco, pela possibilidade de troca de ideias com a Ferrari), a Haas deu um salto qualitativo importante e pode lutar agora pelo sexto posto, que deverá disputar com a Alpha Tauri, que não mostrou ainda o que se esperava da equipa. Depois do sexto lugar no ano passado, a equipa parece ter perdido um pouco de “gás” e a evolução que se esperava este ano não aconteceu, ficando a ideia de estagnação.

No fundo da tabela temos neste momento a Aston Martin e a Williams. São as grandes desilusões desta época. Ambas apresentaram carros fracos e se no caso da Williams, temos provavelmente o pior carro da grelha, o Aston Martin, apesar das soluções interessantes, sofre com o porpoising que afeta severamente o carro da equipa de Silverstone. No início do ano surgiram rumores de que as equipa estavam a pensar uma versão B do carro, dada a pouca competitividade, mas enquanto o problema das oscilações não for resolvido, não valerá a pena tentar um monolugar quase novo.

Resumindo, destaque para a Ferrari e Red Bull que são neste momento as referências. A McLaren desiludiu mas deu sinais de recuperação, a Alfa Romeo é uma das boas surpresas do ano, tal como a Haas e a Alpine também pode ser incluída no lote de equipas que melhoraram. Sem grandes melhorias ficou a Williams,ainda no fundo da tabela e Alpha Tauri e com nota claramente negativa temos a Mercedes e as Aston Martin, as grandes desilusões.

Um novo duelo pelo título

Se nas contas do campeonato por equipas há muitas mudanças, estas são ainda mais vincadas no campeonato de pilotos. Depois de uma luta para a história entre Lewis Hamilton e Max Verstappen, 2022 dá-nos um duelo há muito aguardado. Verstappen mantém-se como protagonista, mas desta vez tem do outro lado um adversário que conhece de outros tempos. Charles Leclerc tem finalmente uma máquina capaz de lutar por vitórias e títulos e o monegasco tem aproveitado a oportunidade. São as duas estrelas deste ano. A luta pelo título deverá ser discutida entre estes dois talentos e parecem ser os pilotos em melhor forma neste começo de época. Verstappen terá uma ligeira vantagem sobre Leclerc neste momento. Apesar de ter pago caro pela falta de fiabilidade do seu carro, deu um passo importante este ano e apresenta uma serenidade quase nunca vista no neerlandês. A conquista do título no ano passado serenou-lhe (ligeiramente) o ímpeto e está num momento de forma assinalável. Leclerc é um talento provavelmente tão grande quanto Verstappen, mas em Imola claudicou e mostrou fragilidades. Quem leva a melhor? Impossível dizer pois Leclerc tem neste momento vantagem pontual e um carro aparentemente superior, mas Verstappen tem a experiência do ano passado e uma postura mais adequada.

Do outro lado das garagens temos cenários antagónicos. Se na Red Bull, Sergio Pérez melhorou em relação a 2021 e parece ser agora mais capaz de acompanhar Verstappen, Carlos Sainz começou mal o ano e está praticamente arredado da luta pelo título. Sainz foi acumulando erros e azares nas primeiras corridas e deixou escapar o seu colega de equipa. Sentiu-se que o espanhol não soube lidar com a pressão de ter um carro capaz de o fazer vencer. Juntou-se a isso alguma infelicidade e o resultado é o rótulo ainda não oficial de segundo piloto para este ano, pois a Ferrari terá de apostar tudo em Leclerc para poder lutar pelo título. Já Pérez parece cómodo no seu papel. Sabe que Verstappen é a estrela e joga as suas cartas com inteligência. Não se impõe na equipa, vai mostrando a sua valia sem agitar demasiado as águas. Está mais adaptado à equipa e já teve momentos em que foi até superior a Verstappen este ano, algo impensável há 12 meses. Esta dupla terá um papel fulcral na luta pelo título e neste arranque, de forma surpreendente, é Pérez que está melhor.

Fernando Alonso (ESP) Alpine F1 Team A522. Australian Grand Prix, Friday 8th April 2022. Albert Park, Melbourne, Australia.

Top 5 com novos candidatos

A luta pelo top 5 dos pilotos está, neste momento, entregue a Lando Norris e George Russell. Norris mantém a bitola exibicional do ano passado. Apesar de um fim de época mais cinzento, o jovem britânico foi um dos melhores e este ano mantém a forma, apesar do carro novo. Tem sido novamente a referência na McLaren e o bom resultado em Imola aproximou-o do topo. Não deverá ser este ano que vai lutar por vitórias ainda, mas parece determinado em comprovar o seu tremendo valor. Já George Russell está a ter um começo de sonho na Mercedes. Só não é melhor porque os Flechas de Prata não estão num bom momento. Mas Russell confirmou nas quatro primeiras corridas tudo o que se esperava dele. Na primeira prova do ano ficou a sensação que o nervosismo da estreia pode ter influenciado o resultado. Mas desde então Russell tem sido a referência da equipa e encostou a um canto um irreconhecível Lewis Hamilton. Mais ainda, apesar do bom começo, não se tem colocado em bicos de pés e tem apostado numa postura modesta de quem quer aprender com o heptacampeão, evitando atritos desnecessários. Russell é muito bom dentro e fora de pista. A prova está à vista.

E se na Mercedes e McLaren temos dois jovens a destacarem-se, do outro lado das garagens temos dois pilotos experientes à procura da melhor forma. Daniel Ricciardo entrou no ano passado na McLaren e ficou muito longe do que se esperava (apesar da vitória em Imola). 2022 deveria ser o ano em que “Danny Ric” voltava às boas prestações mas a COVID 19 tramou-lhe uma semana de testes e começou logo em desvantagem. Está melhor do que no ano passado, mais próximo de Norris, mas ainda longe do que já o vimos fazer. Lewis Hamilton está numa posição similar. Depois da desilusão do título no ano passado, tem sofrido mais com as exigências do novo carro. Nota-se que procura ainda respostas para se adaptar à nova máquina, mas enquanto isso, Russell vai brilhando. É a pior fase e o pior arranque de época da carreira de Hamilton desde 2009 e não está a conseguir reverter o mau momento da Mercedes.

Segundo pelotão ao rubro

As lutas no segundo pelotão são sempre animadas e este ano têm um novo protagonista. Valtteri Bottas saiu da Mercedes, assumiu o desafio da Alfa Romeo e está radiante com a opção tomada. Passou de número 2 a estrela da equipa e com isso a sua forma tem melhorado. É um Bottas mais sorridente fora de pista e mais afoito dentro dela. O finalandês tem-se revelado numa aposta mais que acertada por parte da Alfa que ganhou um chefe de fila diferente do que era Kimi Raikkonen e as vantagens estão à vista. O bom trabalho dos engenheiros encontra feedback nas boas prestações de Bottas no que pode ser o começo de uma bonita história. Quem também está a começar a sua história na F1 é o colega de equipa de Bottas, Zhou Guanyu, com uma estreia auspiciosa. Não mostrou laivos de brilhantismo nas primeiras corridas, mas destaca-se o primeiro ponto conquistado na sua estreia e um começo limpo, com poucos erros.

Do lado da Alpha Tauri temos um cenário semelhante ao do ano passado, com Pierre Gasly a ser o melhor piloto da equipa, com a diferença que Yuki Tsunoda parece um pouco mais maduro e tranquilo. Isso beneficia o japonês que tem este ano a “corda ao pescoço” e se não mostrar qualidade corre o risco de sair. Mas para já é um Yuki 2.0, menos dado ao erro, mais sereno e mais capaz de mostrar toda a sua velocidade.

Na Alpine também há muitas semelhanças com o ano passado. Fernando Alonso continua a ser a estrela da equipa, enquanto Esteban Ocon parece ter perdido algum gás. É verdade que o francês está à frente de Alonso na tabela classificativa, mas esses números são enganadores, pois o espanhol tem tido uma dose tremenda de azar. Em ritmo puro tem sido muito melhor que Ocon e parece que a tendência é para manter. Alonso está a gostar dos novos carros e parece interessado em continuar na F1. Com a forma que tem mostrado, tem argumentos para ficar.

A Haas sofreu no início da época com a saída de Nikita Mazepin, mas há males que vêm por bem. Kevin Magnussen regressou e em boa hora, pois assumiu-se logo como o patrão da equipa. O seu talento e experiência fizeram-se notar logo na primeira prova e a sua entrada foi um upgrade inquestionável. Tem sido um dos pilotos que mais se tem destacado, não só pelos resultados positivos, mas também pela sua capacidade de ser competitivo desde o começo, mesmo sem preparação. Já Mick Schumacher tem desiludido. Esperava-se mais do jovem alemão e os erros que tem cometido não são um bom sinal. Tem agora a oportunidade de crescer mais com Magnussen, mas precisa mostrar muito mais.

Por fim temos as duplas das duas piores equipas da atualidade. Lance Stroll mantém a mesma bitola exibicional do ano passado na Aston Martin, sem comprometer muito, mas também sem encantar, enquanto Sebastian Vettel falhou o arranque da época por causa da COVID 19, teve uma primeira corrida para esquecer e uma segunda prova muito positiva. A dúvida está se o alemão vai querer continuar na F1 com um carro tão fraco, mas a Aston Martin pode e deve querer manter Vettel.

Por fim a Williams onde temos uma das desilusões e uma das boas surpresas. Nicholas Latifi está em apuros e a sua adaptação ao novo carro tem sido desastrosa. As suas prestações têm sido fracas e a par com Schumacher é o único piloto que ainda não pontuou este ano. Do outro lado está um brilhante Alex Albon. Mesmo depois de um ano parado está a mostrar qualidade e é já a referência da equipa. De tal forma que a saída de Latifi já começa a ser equacionada e Albon apenas em quatro corridas já mais que justificou a aposta.

Por fim destacar que se aproxima um momento importante da época. Em Barcelona a maioria das equipas vai implementar grandes pacotes de melhorias que poderão mudar o cenário atual. Os carros têm ainda muito potencial a desvendar, há muito peso a ser retirado dos monolugares e há mais performance a ser debloqueada. O cenário atual é o referido mas depois de Barcelona poderemos ver algumas mudanças. Não serão profundas mas podem mudar o equlibrio vigente. A batalha das melhorisa será fundamental este ano na definição da ordem final. As equipas que forem mais eficientes poderão terminar melhor. Mas a F1 está boa e recomenda-se. Para já temos motivos para sorrir.

Notas AutoSport (0-10) – Equipas

Ferrari 9
Red Bull 9
Mercedes 6
McLaren 7
Alfa Romeo 8
Alpine 7
Alpha Tauri 6
Haas 8
Aston Martin 4
Williams 4

Notas AutoSport (0-10) – Pilotos

Charles Leclerc 8
Max Verstappen 9
Sergio Pérez 8
Carlos Sainz 6
Lando Norris 8
Daniel Ricciardo 6
George Russell 8
Lewis Hamilton 5
Valtteri Bottas 8
Zhou Guanyu 7
Fernando Alonso 8
Esteban Ocon 6
Pierre Gasly 7
Yuki Tsunoda 7
Kevin Magnussen 8
Mick Schumacher 4
Sebastian Vettel 7
Lance Stroll 6
Alex Albon 8
Nicholas Latifi 4
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