Fórmula 1, Teste Bahrein: Poucas conclusões após 3 dias em pista
O Circuito Internacional do Bahrein acolheu os três últimos dias de teste de pré-temporada da Fórmula 1. Se no anterior teste em Barcelona foi difícil tirar alguma conclusão, no Bahrein não foi mais fácil, mas Ferrari e Red Bull parecem estar em melhor situação que a Mercedes.
As equipas analisaram todos os dados recolhidos em Barcelona e trabalharam muito nas fábricas durante as duas semanas que passaram entre esse teste e o do Bahrein. Algumas optaram por trazer atualizações para os seus monolugares, como foi o caso da Mercedes que surpreendeu quase toda a gente com a sua interpretação radical do novo e restrito regulamento técnico para esta época. Aquilo que foi apelidado de conceito “Sidepod 0”, deu muito que falar logo no primeiro dia do teste e levantam ainda algumas dúvidas aos adversários sobre a legalidade de algumas das alterações no Mercedes W13.
Ainda antes do início dos trabalhos no Bahrein, a Haas teve de resolver questões que afetaram o normal funcionamento da equipa, numa altura crucial e exigente da época. A equipa terminou as relações contratuais com Nikita Mazepin, o piloto russo que iria para a segunda época na Fórmula 1, e com o patrocinador principal, de origem russa, que financiava fortemente a estrutura de Gene Haas. A questão do piloto foi resolvida no dia anterior ao início dos trabalhos em pista, com o anúncio de Kevin Magnussen para o lugar vago. O dinamarquês competia na resistência e regressou à Fórmula 1 depois de ter perdido o lugar na própria Haas, no final da época de 2020. Pietro Fittipaldi, piloto de reserva da equipa, foi mantido nessa função e esteve aos comandos do VF-22, o monolugar da equipa norte-americana, na sessão da tarde do primeiro dia de teste.
A segunda questão que abalou a equipa, teve origem em complicações técnicas no avião que deveria levar todo o material da equipa para o circuito do Bahrein. O avião ficou no chão dois dias e atrasou o envio dos dois monolugares – que seguiram já para a primeira prova do ano que se realiza no mesmo circuito do teste – e do restante material e, em vez de ter chegado na segunda-feira aquele país do médio oriente, como aconteceu com as restantes equipas, chegou apenas na terça-feira à noite, obrigando a Haas a não estar presente na sessão da manhã do primeiro dia. A equipa foi autorizada a compensar as 4 horas perdidas de teste, com uma hora extra no final do segundo dia, três horas no último dia (uma antes da pista abrir para as restantes equipas e duas depois do final dos trabalhos).
Conceito arrojado
Já referimos, a Mercedes apresentou no Bahrein a versão B do W13 e como se esperava, os flancos foram dramaticamente reduzidos. As entradas de ar laterais são diminutas, dando um ar estranho ao carro. É um desenho completamente diferente e que, a revelar-se performante como foi adiantado por algumas fontes, pode dar vantagem à Mercedes no primeiro terço de época. Os rumores dizem que esta versão do carro é, em teoria (olhando aos tempos por volta nos simuladores), um segundo mais rápido que a primeira versão do W13. Para as equipas usarem soluções semelhantes, terão de fazer um trabalho profundo, o que em termos orçamentais não é fácil. O conceito “Sidepod 0” está pensado para maximizar o fluxo de ar na carroçaria, potenciando ainda mais o efeito solo por baixo do carro.
As atualizações do Mercedes são tão profundas que surpreenderam Ross Brawn,o responsável técnico da Fórmula 1 e um dos “cérebros” do novo regulamento técnico para este ano. “Não antecipamos o conceito da Mercedes”, afirmou Brawn ainda no primeiro dia do teste do Bahrein. “É um conceito extremo que teremos de analisar para ver se está de acordo com o espírito do regulamento. Tentamos fechar dezenas de hipóteses nos regulamentos, mas a inovação na F1 é mesmo assim. Temos de analisar o conceito da Mercedes e entender se está de acordo com o que queremos para este regulamento. As equipas sabem que o regulamento pode ser mudado durante a época com 80% dos votos a favor das equipas e todos sabem disso, como tal o regulamento pode ser mudado se virmos que é necessário para garantirmos que mantemos o rumo que definimos. Quando uma equipa apresenta inovação e novidade não deve ser imediatamente penalizada. Vai haver muita discussão pois a FIA pode analisar e considerar que a ideia é legal, mas uma equipa surgir com outro ponto de vista que faz o regulador entender que afinal está para lá da legalidade. Ainda assim, é bom ver que um conjunto de regulamentos que todos diziam que era demasiado restritivo estar a criar tantas soluções diferentes.”
Mattia Binotto, chefe de equipa da Ferrari, tem a opinião que o Mercedes W13 não seja ilegal, entanto apontou os espelhos como um aspeto que tem de ser analisado.
“Como Toto [Wolff, responsável da Mercedes] disse, tiveram de passar por um processo fixo com a FIA. Também ficaria surpreendido se fizeram algo ilegal. Estou surpreendido com os retrovisores. Acho isso bastante surpreendente. É algo que não estamos à espera. Penso que, no espírito [dos regulamentos] é algo que precisa de ser abordado para o futuro”, afirmou Binotto, acrescentando que: “devem estar lá apenas para olhar para trás. Penso que a forma como trataram e conceberam o seu carro, certamente que existe um propósito aerodinâmico significativo nos próprios retrovisores. É algo que precisamos de parar para o futuro, sem dúvida, porque o risco é que todas as equipas comecem a desenhar retrovisores, que parecem naves espaciais e não creio que seja isso que procuramos na Fórmula 1”.
Enquanto as atenções estavam voltadas para a Mercedes e os novos flancos, ou melhor, a falta deles, a Red Bull continuou a utilizar a mesma versão do RB18 que usou em Barcelona, mas as atualizações foram implementadas apenas no sábado, e para além de alterarem o aspeto visual do carro, melhoram o seu desempenho. Se isso significa que o Red Bull está mais forte que o Mercedes, temos de esperar pela competição a “sério”, porque existe uma forte probabilidade dos “flechas prateados” estarem a esconder parte do seu jogo.
Ferrari manteve o bom desempenho
Pierre Gasly (AlphaTauri) foi o piloto mais rápido no final do primeiro dia de teste, mas a Ferrari liderou durante 7 horas e meia entre as oito de duração dos trabalhos em pista. Gasly tratou de fazer o melhor tempo, aproveitando as borrachas mais macias para se destacar e registar a sua marca de 1:33.902s.
Alguns pilotos tiveram problemas nas travagens, sobressaindo-se Sebastian Vettel (Aston Martin) e Lando Norris (McLaren) que esteve os três dias em pista, depois de Daniel Ricciardo ter testado positivo para a covid-19 e ter permanecido em isolamento.
A Ferrari esteve sempre no topo da tabela de tempos, enquanto a McLaren e a Alpine passaram muito tempo nas boxes e fizeram poucas voltas. A McLaren apresentou problemas nos travões do MCL36, que prejudicou o programa delineado para os três dias no Bahrein. A equipa espera por novas peças vindas da sua fábrica, que deverão solucionar esta questão, mas apenas na sessão da tarde do último dia, é que Lando Norris conseguiu permanecer em pista efetuando um bom número de voltas. Sobre os problemas no carro, Norris tem dificuldades em acreditar numa rápida solução. “Penso que hoje [quinta-feira] tivemos apenas problemas com os travões. Tão simples como isso. O problema exato, não tenho muita certeza, mas sim, com estas temperaturas, não nos permitiram fazer muitas voltas, pelo menos. Coisas que estamos a tentar resolver para os próximos dias. Não vai ser uma solução fácil, por isso vamos ver o que podemos fazer, mas toda a gente está a trabalhar arduamente para arranjar alguma coisa”, afirmou o piloto, acrescentando que “não é algo assim tão fácil de corrigir. Por isso, vamos chegar a compromissos e coisas aqui e ali para nos permitir fazer mais voltas, com certeza. Os rapazes já estão a trabalhar nisso, por isso não tenho muita certeza – estava apenas a pilotar o carro, mas sim, muito trabalho para fazer.”
O Williams FW44 também permaneceu algum tempo dentro da box na primeira tarde.
Na última hora do dia, o ritmo aumentou e foi quando Gasly registou o seu melhor tempo, com Carlos Sainz (Ferrari) a fazer o segundo melhor tempo pouco depois.
Muitas paragens no segundo dia
O segundo dia de trabalhos no Bahrein ficou marcado pelas muitas paragens da sessão, principalmente durante a manhã. O caso mais grave foi o incêndio do Williams FW44. Nicholas Latifi teve de saltar prontamente do carro após um princípio de incêndio na traseira, por sobreaquecimento dos travões traseiros. O piloto canadiano esteve apenas 9 voltas em pista e esta situação obrigou a equipa a dar por terminado o dia em pista, com muito trabalho para os mecânicos dentro da box.
Ainda durante a manhã, Sebastian Vettel teve de parar por precaução o Aston Martin AMR22 logo após uma saída do pitlane, depois de ter sentido uma estranha vibração no monolugar. A equipa recuperou o carro e o piloto alemão ainda pôde regressar à pista. A Haas também teve de terminar mais cedo nas primeiras 4 horas do dia, para analisar um problema no sistema de escape do VF-22.
A terminar a sessão da manhã do segundo dia, o Alfa Romeo C42 teve problemas hidráulicos e Valtteri Bottas teve de parar o monolugar fora de pista, que segundo o piloto finlandês mostra “bons progressos desde o primeiro teste [em Barcelona]. Penso que estamos a ir na direção certa”.
Na sessão da tarde, Lando Norris no McLaren e Esteban Ocon no Alpine, tiveram de parar em pista e obrigaram à suspensão dos trabalhos por duas vezes. Enquanto algumas equipas tiveram problemas durante o dia, a Ferrari não. Terminaram o dia com sucesso: Carlos Sainz foi o piloto mais rápido até às 16 horas, com o registo de 1:33.532s.
Lance Stroll, aos comandos do AMR22 da Aston Martin na sessão da tarde, também foi um dos pilotos mais rápidos do dia, aguentando-se no segundo posto da tabela de tempos até à última meia hora dos carros em pista, tendo sido ultrapassado por Max Verstappen (Red Bull). O campeão em título esteve todo o dia em pista e quase não se deu por ele, que é como quem diz, não teve problemas e rodou bastante em Sakhir.
No entanto, Kevin Magnussen (Haas) acabou por assinar o melhor tempo do segundo dia de teste de pré-temporada no Bahrein. O dinamarquês, sozinho em pista depois de todos os carros terem dado por terminado o dia, bateu o tempo que pertencia a Carlos Sainz com o crono de 1:33.207s com pneus C4. Um regresso em cheio.
RB18 com novos flancos
No último dia do teste do Bahrein, a Red Bull abriu as portas da sua garagem e mostrou a versão melhorada do RB18, com novas peças, onde se destacam os novos flancos. Sergio Pérez fez logo a volta mais rápida na sua primeira tentativa, o que deixou a equipa muito satisfeita e permaneceu no topo da tabela de tempos até à paragem para almoço, depois de uma manhã produtiva e sem incidentes.
O RB18 da Red Bull esteve muito forte no último dia de teste de pré-temporada no Bahrein e depois de Sergio Perez foi a vez de Max Verstappen, que melhorou o registo do companheiro de equipa nas primeiras voltas à pista durante o período da tarde. Charles Leclerc (Ferrari) ainda esteve na liderança da tabela de tempos durante algum tempo, mas com pneus macios e já próximo do final da sessão, Verstappen impôs-se neste particular, registando o tempo de 1:31.720s.
A McLaren conseguiu na sessão da tarde, efetuar bastantes voltas, não tendo um tempo muito rápido, mas o objetivo era conseguir rodar bastante em pista, depois do MCL36 ter apresentado problemas ao nível dos travões. Um pequeno passo em frente para a equipa de Woking.
Valtteri Bottas (Alfa Romeo) voltou a ficar parado em pista, como tinha acontecido no dia anterior, obrigando à única suspensão da sessão da tarde. Pelas imagens pareceu ser um problema na caixa de velocidades do C42. Como aconteceu muito perto do final da sessão, o finlandês não voltou a sair para a pista.
Fernando Alonso (Alpine), que terminou a sessão no terceiro lugar da tabela de tempos, foi um dos pilotos com mais voltas efetuadas ao traçado de Sakhir (122), apenas batido por Nicholas Latifi (Williams) com 124 voltas.
A Mercedes esconde o jogo?
Vários elementos da Mercedes deram a Ferrari como a equipa em melhor plano na preparação para a nova época, como foi o caso de Lewis Hamilton que admitiu que Ferrari e Red Bull estão um pouco melhores que a Mercedes, com vantagem para o carro italiano, tendo chegado a dizer que se o primeiro Grande Prémio da época fosse no fim de semana do teste do Bahrein, os dois F1-75 terminariam nos dois primeiros lugares. “Pelo que pude ver, a Ferrari terminava provavelmente com 1-2, e depois talvez o Red Bull”.
O britânico salientou o efeito oscilatório (porpoising) que ainda se sente no W13. “Está ventoso e o vento mudou bastante, mas no geral foi duro. O efeito oscilatório foi um pouco pior, então estamos apenas a trabalhar em muitos cenários diferentes, tentando descobrir como aguentar a força descendente e não as oscilações como vimos no último teste e como vimos aqui. Todos estão num barco semelhante. Alguns conseguiram contornar de uma forma melhor, mas é difícil lá fora. [A pista] Tem ondulações, é escorregadia, há areia, de manhã é demasiado quente, e à tarde, é rajadas de vento”.
Também o companheiro de Lewis Hamilton, George Russell afirmou que a Ferrari seria a mais forte em pistas com pouca carga de combustível. Carlos Sainz, piloto da Ferrar, respondeu ao comentário de Russell, dizendo que “é típico da Mercedes, é típico de George, exageram no desempenho dos outros e depois vêm para a primeira corrida e rebentam com os adversários”. O piloto espanhol acrescentou que “se fosse o primeiro ano que o fizessem, talvez acreditasse neles, mas já o fazem há cinco ou seis anos e continuam a surpreender-nos na primeira corrida. Como podem imaginar não acredito muito”.
As equipas têm tentado esconder o “jogo” até ao máximo e na frente ainda é difícil afirmar quem está mais forte, se Ferrari, Red Bull ou Mercedes.
Ainda há muito para descobrir
Normalmente depois do final do teste de pré-temporada, conseguimos ter uma ideia geral de como se posicionam as equipas. Este ano, a imagem ainda está “desfocada”, há muito ainda por descobrir sobre a real performance de alguns monolugares, como por exemplo a Alpine e Alfa Romeo.
A Alpine não foi muito feliz em Barcelona, já no Bahrein o seu carro portou-se melhor, não apresentou tantos problemas e provaram que podem ser rápidos. O monolugar da Alfa Romeo foi rápido, no entanto apresentou alguns problemas de fiabilidade que o podem tornar frágil nas primeiras rondas do ano. São duas incógnitas no meio de muitas mais.
Na frente do pelotão é mais evidente que se posicionam Red Bull, Ferrari e Mercedes. As atualizações da Red Bull tornaram o RB18 um carro mais forte e parecem estar um pouco mais rápidos que a Ferrari, mas os italianos voltaram a ter 3 dias de teste sem qualquer problema. Pode ser mesmo este ano que a Scuderia volta às lutas pelas vitórias em corridas. Da Mercedes podemos esperar uma surpresa no primeiro GP do ano. Não será credível que a versão B do W13, que em simulador seria mais rápida, não o seja em pista, no entanto durante os 3 dias de teste não se assistiu a isso. O carro parece sofrer mais com o efeito oscilatório (porpoising) do que o RB18 e o F1-75, mas não estará tão longe dos restantes como a Mercedes quis fazer parecer. Podemos ter uma boa corrida inaugural com as 3 equipas a lutarem pela vitória.
No meio do pelotão as dúvidas são ainda maiores. Para além da Alpine e Alfa Romeo que já referimos antes, a McLaren tem um carro rápido e assim que ultrapassarem os problemas de travões, estarão possivelmente na frente do segundo pelotão, mas é preciso que o façam. Estavam mais otimistas depois de Barcelona do que no Bahrein. A Aston Martin não denota ter um carro tão rápido quanto a Alpine e McLaren, mas deram um passo em frente entre um teste e outro. A AlphaTauri tem um carro rápido e fiável, estará de certeza entre as equipas do meio do pelotão.
A Haas e a Williams tiveram algumas questões mecânicas e podem apresentar problemas de fiabilidade nos primeiros eventos do ano. A equipa fundada por Gene Haas apresenta um nível muito superior aos últimos dois anos, com um carro rápido, mais rápido que o FW44 da Williams. Falta saber se os problemas dos testes não se verificam em corrida, para ambas as equipas.
Nº de voltas por equipa
Equipa | Nº de voltas | Distância |
Mercedes | 385 | 2083 km |
AlphaTauri | 371 | 2007 km |
Ferrari | 349 | 1888 km |
Alfa Romeo | 343 | 1856 km |
Aston Martin | 339 | 1834 km |
Red Bull | 320 | 1731 km |
Alpine | 299 | 1618 km |
Williams | 258 | 1396 km |
Haas | 253 | 1369 km |
McLaren | 200 | 1082 km |
Nº de volta por piloto
Piloto | Equipa | Nº de Voltas | Distância |
Lando Norris | McLaren | 200 | 1082 km |
George Russell | Mercedes | 198 | 1071 km |
Pierre Gasly | AlphaTauri | 194 | 1049 km |
Lewis Hamilton | Mercedes | 187 | 1012 km |
Guanyu Zhou | Alfa Romeo | 184 | 995 km |
Sergio Pérez | Red Bull | 181 | 979 km |
Carlos Sainz Jr. | Ferrari | 180 | 974 km |
Yuki Tsunoda | AlphaTauri | 177 | 957 km |
Lance Stroll | Aston Martin | 173 | 936 km |
Charles Leclerc | Ferrari | 169 | 914 km |
Sebastian Vettel | Aston Martin | 166 | 898 km |
Valtteri Bottas | Alfa Romeo | 159 | 860 km |
Esteban Ocon | Alpine | 153 | 828 km |
Fernando Alonso | Alpine | 146 | 790 km |
Max Verstappen | Red Bull | 139 | 752 km |
Nicholas Latifi | Williams | 136 | 736 km |
Alexander Albon | Williams | 122 | 660 km |
Mick Schumacher | Haas | 108 | 584 km |
Kevin Magnussen | Haas | 98 | 530 km |
Pietro Fittipaldi | Haas | 47 | 254 km |
Km percorridos por fabricante de unidades motrizes
Unidade Motriz | Nº de voltas | Distância |
Mercedes | 1182 | 6396 km |
Ferrari | 945 | 5114 km |
Red Bull | 691 | 3739 km |
Renault | 299 | 1618 km |
Km percorridos por equipa nos dois testes (Barcelona e Bahrein)
Equipa | Distância |
Mercedes | 3902 km |
Ferrari | 3914 km |
AlphaTauri | 3452 km |
Red Bull | 3395 km |
Aston Martin | 3213 km |
Williams | 3145 km |
Alpine | 3039 km |
McLaren | 2616 km |
Alfa Romeo | 2539 km |
Haas | 3117 km |