Fórmula 1, Teste Bahrein: Poucas conclusões após 3 dias em pista

Por a 14 Março 2022 11:59

O Circuito Internacional do Bahrein acolheu os três últimos dias de teste de pré-temporada da Fórmula 1. Se no anterior teste em Barcelona foi difícil tirar alguma conclusão, no Bahrein não foi mais fácil, mas Ferrari e  Red Bull parecem estar em melhor situação que a Mercedes.  

As equipas analisaram todos os dados recolhidos em Barcelona e trabalharam muito nas fábricas durante as duas semanas que passaram entre esse teste e o do Bahrein. Algumas optaram por trazer atualizações para os seus monolugares, como foi o caso da Mercedes que surpreendeu quase toda a gente com a sua interpretação radical do novo e restrito regulamento técnico para esta época. Aquilo que foi apelidado de conceito “Sidepod 0”, deu muito que falar logo no primeiro dia do teste e levantam ainda algumas dúvidas aos adversários sobre a legalidade de algumas das alterações no Mercedes W13. 

Ainda antes do início dos trabalhos no Bahrein, a Haas teve de resolver questões que afetaram o normal funcionamento da equipa, numa altura crucial e exigente da época. A equipa terminou as relações contratuais com Nikita Mazepin, o piloto russo que iria para a segunda época na Fórmula 1, e com o patrocinador principal, de origem russa, que financiava fortemente a estrutura de Gene Haas. A questão do piloto foi resolvida no dia anterior ao início dos trabalhos em pista, com o anúncio de Kevin Magnussen para o lugar vago. O dinamarquês competia na resistência e regressou à Fórmula 1 depois de ter perdido o lugar na própria Haas, no final da época de 2020. Pietro Fittipaldi, piloto de reserva da equipa, foi mantido nessa função e esteve aos comandos do VF-22, o monolugar da equipa norte-americana, na sessão da tarde do primeiro dia de teste. 

A segunda questão que abalou a equipa, teve origem em complicações técnicas no avião que deveria levar todo o material da equipa para o circuito do Bahrein. O avião ficou no chão dois dias e atrasou o envio dos dois monolugares – que seguiram já para a primeira prova do ano que se realiza no mesmo circuito do teste – e do restante material e, em vez de ter chegado na segunda-feira aquele país do médio oriente, como aconteceu com as restantes equipas, chegou apenas na terça-feira à noite, obrigando a Haas a não estar presente na sessão da manhã do primeiro dia. A equipa foi autorizada a compensar as 4 horas perdidas de teste, com uma hora extra no final do segundo dia, três horas no último dia (uma antes da pista abrir para as restantes equipas e duas depois do final dos trabalhos). 

Conceito arrojado

Já referimos, a Mercedes apresentou no Bahrein a versão B do W13 e como se esperava, os flancos foram dramaticamente reduzidos. As entradas de ar laterais são diminutas, dando um ar estranho ao carro. É um desenho completamente diferente e que, a revelar-se performante como foi adiantado por algumas fontes, pode dar vantagem à Mercedes no primeiro terço de época. Os rumores dizem que esta versão do carro é, em teoria (olhando aos tempos por volta nos simuladores), um segundo mais rápido que a primeira versão do W13. Para as equipas usarem soluções semelhantes, terão de fazer um trabalho profundo, o que em termos orçamentais não é fácil. O conceito “Sidepod 0” está pensado para maximizar o fluxo de ar na carroçaria, potenciando ainda mais o efeito solo por baixo do carro.

As atualizações do Mercedes são tão profundas que surpreenderam Ross Brawn,o responsável técnico da Fórmula 1 e um dos “cérebros” do novo regulamento técnico para este ano. “Não antecipamos o conceito da Mercedes”, afirmou Brawn ainda no primeiro dia do teste do Bahrein. “É um conceito extremo que teremos de analisar para ver se está de acordo com o espírito do regulamento. Tentamos fechar dezenas de hipóteses nos regulamentos, mas a inovação na F1 é mesmo assim. Temos de analisar o conceito da Mercedes e entender se está de acordo com o que queremos para este regulamento. As equipas sabem que o regulamento pode ser mudado durante a época com 80% dos votos a favor das equipas e todos sabem disso, como tal o regulamento pode ser mudado se virmos que é necessário para garantirmos que mantemos o rumo que definimos. Quando uma equipa apresenta inovação e novidade não deve ser imediatamente penalizada. Vai haver muita discussão pois a FIA pode analisar e considerar que a ideia é legal, mas uma equipa surgir com outro ponto de vista que faz o regulador entender que afinal está para lá da legalidade. Ainda assim, é bom ver que um conjunto de regulamentos que todos diziam que era demasiado restritivo estar a criar tantas soluções diferentes.”

Mattia Binotto, chefe de equipa da Ferrari, tem a opinião que o Mercedes W13 não seja ilegal, entanto apontou os espelhos como um aspeto que tem de ser analisado.

“Como Toto [Wolff, responsável da Mercedes] disse, tiveram de passar por um processo fixo com a FIA. Também ficaria surpreendido se fizeram algo ilegal. Estou surpreendido com os retrovisores. Acho isso bastante surpreendente. É algo que não estamos à espera. Penso que, no espírito [dos regulamentos] é algo que precisa de ser abordado para o futuro”, afirmou Binotto, acrescentando que: “devem estar lá apenas para olhar para trás. Penso que a forma como trataram e conceberam o seu carro, certamente que existe um propósito aerodinâmico significativo nos próprios retrovisores. É algo que precisamos de parar para o futuro, sem dúvida, porque o risco é que todas as equipas comecem a desenhar retrovisores, que parecem naves espaciais e não creio que seja isso que procuramos na Fórmula 1”.

Enquanto as atenções estavam voltadas para a Mercedes e os novos flancos, ou melhor, a falta deles, a Red Bull continuou a utilizar a mesma versão do RB18 que usou em Barcelona, mas as atualizações foram implementadas apenas no sábado, e para além de alterarem o aspeto visual do carro, melhoram o seu desempenho. Se isso significa que o Red Bull está mais forte que o Mercedes, temos de esperar pela competição a “sério”, porque existe uma forte probabilidade dos “flechas prateados” estarem a esconder parte do seu jogo. 

Ferrari manteve o bom desempenho

Pierre Gasly (AlphaTauri) foi o piloto mais rápido no final do primeiro dia de teste, mas a Ferrari liderou durante 7 horas e meia entre as oito de duração dos trabalhos em pista. Gasly tratou de fazer o melhor tempo, aproveitando as borrachas mais macias para se destacar e registar a sua marca de 1:33.902s.

Alguns pilotos tiveram problemas nas travagens, sobressaindo-se Sebastian Vettel (Aston Martin) e Lando Norris (McLaren) que esteve os três dias em pista, depois de Daniel Ricciardo ter testado positivo para a covid-19 e ter permanecido em isolamento.

A Ferrari esteve sempre no topo da tabela de tempos, enquanto a McLaren e a Alpine passaram muito tempo nas boxes e fizeram poucas voltas. A McLaren apresentou problemas nos travões do MCL36, que prejudicou o programa delineado para os três dias no Bahrein. A equipa espera por novas peças vindas da sua fábrica, que deverão solucionar esta questão, mas apenas na sessão da tarde do último dia, é que Lando Norris conseguiu permanecer em pista efetuando um bom número de voltas. Sobre os problemas no carro, Norris tem dificuldades em acreditar numa rápida solução. “Penso que hoje [quinta-feira] tivemos apenas problemas com os travões. Tão simples como isso. O problema exato, não tenho muita certeza, mas sim, com estas temperaturas, não nos permitiram fazer muitas voltas, pelo menos. Coisas que estamos a tentar resolver para os próximos dias. Não vai ser uma solução fácil, por isso vamos ver o que podemos fazer, mas toda a gente está a trabalhar arduamente para arranjar alguma coisa”, afirmou o piloto, acrescentando que “não é algo assim tão fácil de corrigir. Por isso, vamos chegar a compromissos e coisas aqui e ali para nos permitir fazer mais voltas, com certeza. Os rapazes já estão a trabalhar nisso, por isso não tenho muita certeza – estava apenas a pilotar o carro, mas sim, muito trabalho para fazer.”

O Williams FW44 também permaneceu algum tempo dentro da box na primeira tarde. 

Na última hora do dia, o ritmo aumentou e foi quando Gasly registou o seu melhor tempo, com Carlos Sainz (Ferrari) a fazer o segundo melhor tempo pouco depois.

Muitas paragens no segundo dia

O segundo dia de trabalhos no Bahrein ficou marcado pelas muitas paragens da sessão, principalmente durante a manhã. O caso mais grave foi o incêndio do Williams FW44. Nicholas Latifi teve de saltar prontamente do carro após um princípio de incêndio na traseira, por sobreaquecimento dos travões traseiros. O piloto canadiano esteve apenas 9 voltas em pista e esta situação obrigou a equipa a dar por terminado o dia em pista, com muito trabalho para os mecânicos dentro da box.

Ainda durante a manhã, Sebastian Vettel teve de parar por precaução o Aston Martin AMR22 logo após uma saída do pitlane, depois de ter sentido uma estranha vibração no monolugar. A equipa recuperou o carro e o piloto alemão ainda pôde regressar à pista. A Haas também teve de terminar mais cedo nas primeiras 4 horas do dia, para  analisar um problema no sistema de escape do VF-22.

A terminar a sessão da manhã do segundo dia, o Alfa Romeo C42 teve problemas hidráulicos e Valtteri Bottas teve de parar o monolugar fora de pista, que segundo o piloto finlandês mostra “bons progressos desde o primeiro teste [em Barcelona]. Penso que estamos a ir na direção certa”. 

Na sessão da tarde, Lando Norris no McLaren e Esteban Ocon no Alpine, tiveram de parar em pista e obrigaram à suspensão dos trabalhos por duas vezes. Enquanto algumas equipas tiveram problemas durante o dia, a Ferrari não. Terminaram o dia com sucesso: Carlos Sainz foi o piloto mais rápido até às 16 horas, com o registo de 1:33.532s.

Lance Stroll, aos comandos do AMR22 da Aston Martin na sessão da tarde, também foi um dos pilotos mais rápidos do dia, aguentando-se no segundo posto da tabela de tempos até à última meia hora dos carros em pista, tendo sido ultrapassado por Max Verstappen (Red Bull). O campeão em título esteve todo o dia em pista e quase não se deu por ele, que é como quem diz, não teve problemas e rodou bastante em Sakhir. 

No entanto, Kevin Magnussen (Haas) acabou por assinar o melhor tempo do segundo dia de teste de pré-temporada no Bahrein. O dinamarquês, sozinho em pista depois de todos os carros terem dado por terminado o dia, bateu o tempo que pertencia a Carlos Sainz com o crono de 1:33.207s com pneus C4. Um regresso em cheio. 

RB18 com novos flancos

No último dia do teste do Bahrein, a Red Bull abriu as portas da sua garagem e mostrou a versão melhorada do RB18, com novas peças, onde se destacam os novos flancos. Sergio Pérez fez logo a volta mais rápida na sua primeira tentativa, o que deixou a equipa muito satisfeita e permaneceu no topo da tabela de tempos até à paragem para almoço, depois de uma manhã produtiva e sem incidentes.

O RB18 da Red Bull esteve muito forte no último dia de teste de pré-temporada no Bahrein e depois de Sergio Perez foi a vez de Max Verstappen, que melhorou o registo do companheiro de equipa nas primeiras voltas à pista durante o período da tarde. Charles Leclerc (Ferrari) ainda esteve na liderança da tabela de tempos durante algum tempo, mas com pneus macios e já próximo do final da sessão, Verstappen impôs-se neste particular, registando o tempo de 1:31.720s. 

A McLaren conseguiu na sessão da tarde, efetuar bastantes voltas, não tendo um tempo muito rápido, mas o objetivo era conseguir rodar bastante em pista, depois do MCL36 ter apresentado problemas ao nível dos travões. Um pequeno passo em frente para a equipa de Woking.

Valtteri Bottas (Alfa Romeo) voltou a ficar parado em pista, como tinha acontecido no dia anterior, obrigando à única suspensão da sessão da tarde. Pelas imagens pareceu ser um problema na caixa de velocidades do C42. Como aconteceu muito perto do final da sessão, o finlandês não voltou a sair para a pista.

Fernando Alonso (Alpine), que terminou a sessão no terceiro lugar da tabela de tempos, foi um dos pilotos com mais voltas efetuadas ao traçado de Sakhir (122), apenas batido por Nicholas Latifi (Williams) com 124 voltas.

A Mercedes esconde o jogo?

Vários elementos da Mercedes deram a Ferrari como a equipa em melhor plano na preparação para a nova época, como foi o caso de Lewis Hamilton que admitiu que Ferrari e Red Bull estão um pouco melhores que a Mercedes, com vantagem para o carro italiano, tendo chegado a dizer que se o primeiro Grande Prémio da época fosse no fim de semana do teste do Bahrein, os dois F1-75 terminariam nos dois primeiros lugares. “Pelo que pude ver, a Ferrari terminava provavelmente com 1-2, e depois talvez o Red Bull”.

O britânico salientou o efeito oscilatório (porpoising) que ainda se sente no W13. “Está ventoso e o vento mudou bastante, mas no geral foi duro. O efeito oscilatório foi um pouco pior, então estamos apenas a trabalhar em muitos cenários diferentes, tentando descobrir como aguentar a força descendente e não as oscilações como vimos no último teste e como vimos aqui. Todos estão num barco semelhante. Alguns conseguiram contornar de uma forma melhor, mas é difícil lá fora. [A pista] Tem ondulações, é escorregadia, há areia, de manhã é demasiado quente, e à tarde, é rajadas de vento”. 

Também o companheiro de Lewis Hamilton, George Russell afirmou que a Ferrari seria a mais forte em pistas com pouca carga de combustível. Carlos Sainz, piloto da Ferrar, respondeu ao comentário de Russell, dizendo que “é típico da Mercedes, é típico de George, exageram no desempenho dos outros e depois vêm para a primeira corrida e rebentam com os adversários”. O piloto espanhol acrescentou que “se fosse o primeiro ano que o fizessem, talvez acreditasse neles, mas já o fazem há cinco ou seis anos e continuam a surpreender-nos na primeira corrida. Como podem imaginar não acredito muito”. 

As equipas têm tentado esconder o “jogo” até ao máximo e na frente ainda é difícil afirmar quem está mais forte, se Ferrari, Red Bull ou Mercedes.

Ainda há muito para descobrir

Normalmente depois do final do teste de pré-temporada, conseguimos ter uma ideia geral de como se posicionam as equipas. Este ano, a imagem ainda está “desfocada”, há muito ainda por descobrir sobre a real performance de alguns monolugares, como por exemplo a Alpine e Alfa Romeo.

A Alpine não foi muito feliz em Barcelona, já no Bahrein o seu carro portou-se melhor, não apresentou tantos problemas e provaram que podem ser rápidos. O monolugar da Alfa Romeo foi rápido, no entanto apresentou alguns problemas de fiabilidade que o podem tornar frágil nas primeiras rondas do ano. São duas incógnitas no meio de muitas mais. 

Na frente do pelotão é mais evidente que se posicionam Red Bull, Ferrari e Mercedes. As atualizações da Red Bull tornaram o RB18 um carro mais forte e parecem estar um pouco mais rápidos que a Ferrari, mas os italianos voltaram a ter 3 dias de teste sem qualquer problema. Pode ser mesmo este ano que a Scuderia volta às lutas pelas vitórias em corridas. Da Mercedes podemos esperar uma surpresa no primeiro GP do ano. Não será credível que a versão B do W13, que em simulador seria mais rápida, não o seja em pista, no entanto durante os 3 dias de teste não se assistiu a isso. O carro parece sofrer mais com o efeito oscilatório (porpoising) do que o RB18 e o F1-75, mas não estará tão longe dos restantes como a Mercedes quis fazer parecer. Podemos ter uma boa corrida inaugural com as 3 equipas a lutarem pela vitória. 

No meio do pelotão as dúvidas são ainda maiores. Para além da Alpine e Alfa Romeo que já referimos antes, a McLaren tem um carro rápido e assim que ultrapassarem os problemas de travões, estarão possivelmente na frente do segundo pelotão, mas é preciso que o façam. Estavam mais otimistas depois de Barcelona do que no Bahrein. A Aston Martin não denota ter um carro tão rápido quanto a Alpine e McLaren, mas deram um passo em frente entre um teste e outro. A AlphaTauri tem um carro rápido e fiável, estará de certeza entre as equipas do meio do pelotão. 

A Haas e a Williams tiveram algumas questões mecânicas e podem apresentar problemas de fiabilidade nos primeiros eventos do ano. A equipa fundada por Gene Haas apresenta um nível muito superior aos últimos dois anos, com um carro rápido, mais rápido que o FW44 da Williams. Falta saber se os problemas dos testes não se verificam em corrida, para ambas as equipas.

Nº de voltas por equipa

Equipa Nº de voltas Distância
Mercedes 385 2083 km
AlphaTauri 371 2007 km
Ferrari 349 1888 km
Alfa Romeo 343 1856 km
Aston Martin 339 1834 km
Red Bull 320 1731 km
Alpine 299 1618 km
Williams 258 1396 km
Haas 253 1369 km
McLaren 200 1082 km

Nº de volta por piloto 

Piloto Equipa Nº de Voltas Distância
Lando Norris McLaren 200 1082 km
George Russell Mercedes 198 1071 km
Pierre Gasly AlphaTauri 194 1049 km
Lewis Hamilton Mercedes 187 1012 km
Guanyu Zhou Alfa Romeo 184 995 km
Sergio Pérez Red Bull 181 979 km
Carlos Sainz Jr. Ferrari 180 974 km
Yuki Tsunoda AlphaTauri 177 957 km
Lance Stroll Aston Martin 173 936 km
Charles Leclerc Ferrari 169 914 km
Sebastian Vettel Aston Martin 166 898 km
Valtteri Bottas Alfa Romeo 159 860 km
Esteban Ocon Alpine 153 828 km
Fernando Alonso Alpine 146 790 km
Max Verstappen Red Bull 139 752 km
Nicholas Latifi Williams 136 736 km
Alexander Albon Williams 122 660 km
Mick Schumacher Haas 108 584 km
Kevin Magnussen Haas 98 530 km
Pietro Fittipaldi Haas 47 254 km

Km percorridos por fabricante de unidades motrizes

Unidade Motriz Nº de voltas Distância
Mercedes 1182 6396 km
Ferrari 945 5114 km
Red Bull 691 3739 km
Renault 299 1618 km

Km percorridos por equipa nos dois testes (Barcelona e Bahrein)

Equipa Distância
Mercedes 3902 km
Ferrari 3914 km
AlphaTauri 3452 km
Red Bull 3395 km
Aston Martin 3213 km
Williams 3145 km
Alpine 3039 km
McLaren 2616 km
Alfa Romeo 2539 km
Haas 3117 km
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