O que mudou no Rali de Portugal desde 2015
Desde que o ACP decidiu fazer regressar o Rali de Portugal ao Norte, a prova portuguesa do WRC teve mudanças significativas, que tornaram o evento mais apelativo. No primeiro ano após o derradeiro rali no Algarve, 2015, o ACP escolheu para a ‘nossa’ prova do Mundial três zonas, Ponte de Lima/Viana do Castelo, Amarante/Baião e Fafe.
No primeiro ano, a zona de semana limitou-se a uma dupla passagem por Fafe, e a uma por Vieira do Minho, porque a quilometragem das duas primeiras etapas era extensa. A super especial de Lousada abriu o rali nos primeiros anos, passando para o final da 1ª etapa em 2019, quando o Rali de Portugal foi para a zona centro.
Em 2016 a prova manteve essencialmente a mesma estrutura, sempre com alterações na quilometragem e mesmo algumas mudanças nos troços, por exemplo Amarante e Fridão (nesta altura) sendo a grande novidade do ano a introdução da Porto Street Stage, e logo em duas passagens.
No ano de 2017 nada mudou muito na espinha dorsal do Rali de Portugal, que continuou com as zonas de Ponte de Lima/Viana do Castelo, Amarante/Baião e Fafe, embora com alterações significativas em troços e regressos míticos.
A grande novidade foi a Braga Street Stage 1 (1,90 km), e o dia de sábado passou a contar com os troços de Vieira do Minho, Cabeceiras de Basto e Amarante, de modo a que no domingo pudessem ser recuperados os troços de Montim e Luílhas, sempre com duas passagens por Fafe.
Em 2018 as coisas não mudaram muito, havendo simplesmente uma troca entre Braga e Porto pela Street Stage.
O ano de 2019 ficou marcado pelo regresso do Rali de Portugal à zona centro, com a zona da Lousã, Góis e Arganil.
Dupla passagem pelos troços história do ‘antigo’ Rali de Portugal, numa medida que levou a Cerimónia de Partida para Coimbra, com a super especial de Lousada, como já referimos a passar para o fim do primeiro dia.
O facto da FIA pretender ralis centralizados numa zona impedia que o Rali de Portugal se pudesse expandir à zona centro, mas uma derrogação da FIA permitiu que isso fosse possível e o Rali de Portugal ganhou imenso com o regresso a Arganil.
Não sendo possível as provas em linha do passado, que permitiam ao ACP escolher o que de melhor havia de troços disponíveis esta solução veio colmatar muitos desses problemas e o Rali de Portugal está agora centrado em três zonas chave para o seu sucesso: Arganil, Fafe e Marão/Serra da Cabreira. É pena não haver Ponte de Lima/Viana do Castelo, mas com a atual regulamentação do WRC, tem de ser como está.
Como se sabe, o Rali de Portugal de 2020 foi cancelado devido à pandemia de covid-19 e o de 2021 foi, com pequenos acertos, o que já estava planeado em 2020.
À etapa da zona centro, Lousã, Góis e Arganil, acrescentou-se uma passagem por Mortágua o que valorizou ainda mais o evento.
Este ano, e segundo o que o ACP já revelou, tudo vai ser muito igual a 2021 com a exceção da super especial de Coimbra, uma novidade absoluta.
O grande destaque da prova vai para a existência de três super especiais, um tipo de troços pouco querido dos pilotos, mas necessário, pois há muita gente que não conseguir ir ver o rali na estrada. Recordando um pouco a história das super especiais, no Rali de Portugal, estas nasceram com o troço de 1987 no Autódromo do Estoril (1987 a 1989; (13.10 km/11.60/5.5 Km), que no primeiro ano eram basicamente duas voltas à pista partindo da via das boxes e fazendo somente um desvio pela entrada nas boxes, reentrando na reta junto à torre, com o percurso a mudar em 1988 e 1989, tendo sido aproveitadas estradas de terra e asfalto interiores do circuito. Nesse mesmo ano nasceu Braga (12.90 Km), como já foi referido, com um pista muito sinuosa, delimitada por fitas, e com muito pó à mistura, num local que é hoje o Circuito Vasco Sameiro, em Braga.
Em 1989 foi a vez do Jamor, que se manteve até 1992, com um traçado de terra rápido e espetacular, que é hoje um campo de golfe (2.50 Km). Em 1991 ‘nasceu’ Lousada, que teve várias versões, a primeira com 3.00 Km e dois carros ao mesmo tempo em pistas paralelas, chegando a ter três ao mesmo tempo em três traçados distintos.
Em 1999 ‘nasceu’ Baltar (3.20 Km), que se realizou até 2001, e depois da interrupção, em 2007, já no Algarve, realizou-se uma super-especial no Estádio Algarve (2.03 km), no ano seguinte a prova não contou para o WRC, e no IRC a super-especial foi em Faro.
Por fim, em 2011, nasceu a Super-especial de Lisboa, na Praça do Império, junto ao Mosteiro dos Jerónimos (3.27 km). Em 2015, a magnífica Porto Street Stage, que levou milhares de espetadores à baixa do Porto. Depois foi a vez de Braga e novamente o Porto, novamente nos aliados, mas este ano, a super especial do Porto realizou-se noutro local da cidade, nos arruamentos junto ao Forte de São João Batista, na Foz do Porto. Chegou a estar prevista uma super especial em Vila Nova de Gaia, mas foi cancelada pela autarquia algum tempo antes do evento.
Não falando nas ‘variantes’, mas somente só nas localizações, o Rali de Portugal já teve super-especiais no Autódromo do Estoril, Braga (2 locais distintos), Jamor (Lisboa), Lousada, Baltar, Estádio Algarve, baixa de Faro (IRC, 2008), Lisboa, Porto. Agora, é a vez de Coimbra.