As equipas do WRC 2022: M-Sport Ford WRT
Um passo atrás para dar dois à frente? As épocas da M-Sport/Ford em 2020 e 2021 foram más demais para ser verdade, saldando-se por um pódio em 2020 e uma única vitória em especiais em 2021, mas ironicamente pode estar aí ‘escondida’ a razão do eventual sucesso da equipa em 2022. O facto de terem colocado a ‘marinar’ a sua operação, especialmente em 2021, trocaram-no por uma dedicação quase exclusiva ao desenvolvimento do novo Ford Puma Rally1, com grande avanço face à Toyota e Hyundai e esse período em que as outras duas equipas estiveram focadas na sua luta pelos título de 2021 enquanto a M-Sport trabalhava no seu novo carro pode agora dar frutos em 2022.
Para isso contrataram o que não tinham, um piloto de topo, Craig Breen, e apesar do irlandês ter de provar que consegue lutar taco a taco com os melhores pilotos da Toyota e da Ford isso já ficou de algum modo claro em 2021.
Convém também deixar claro que os outros dois pilotos da equipa, Adrian Fourmaux e (especialmente) Gus Greensmith não estão ainda prontos para as lutas consistentes na frente. Longe disso. Portanto, é em Craig Breen e na qualidade do carro que recai toda a esperança da M-Sport em 2022, sendo que Sébastien Loeb marca presença no Monte Carlo, desconhecendo-se para já se vai disputar mais provas. Se o Ford Puma Rally1 for bom, com ose pensa poder ser, vamos ter uma M-Sport bem diferente dos últimos três anos. Craig Breen tem a palavra.
Craig Breen
Craig Breen tem em 2022 um ano absolutamente decisivo na sua carreira, já que depois de 2018 (Citroën) terá a sua primeira época a tempo inteiro, depois da temporada falhada de 2018, mais por culpa da Citroën do que sua. As oportunidades mais recentes que teve com a Hyundai não as desperdiçou, mas só a M-Sport lhe oferecia um contrato a tempo inteiro e agora vai ter a oportunidade de confirmar a sua velocidade e consistência. Recai nos seus ombros a responsabilidade de recolocar a M-Sport no caminho das vitórias e se o carro for o que se pensa, pode lutar pelo título. É a sua grande oportunidade de se afirmar como um dos grandes pilotos do WRC, mas vamos ver como lida com a pressão que irá recair nos seus ombros. Ano crucial para si.
Gus Greensmith
Gus Greensmith corre no WRC desde 2015, em 2017 já corria de R5, 2019 foi o ano de estreia no WRC, o seu melhor resultado é um quarto lugar no Safari 2021, mas apesar de ainda ser jovem, não tem mostrado nada de muito bom para que esteja na elite do WRC. E este ano as suas responsabilidades sobem, porque os carros são novos para todos, e segundo se sabe, mais difíceis de guiar, portanto será um ano decisivo para Greensmith. Há vários pilotos do WRC2 e WRC3 que provavelmente fariam melhor, mas continua a ter a confiança de Malcolm Wilson, que lhe dá mais uma oportunidade.
Adrien Fourmaux
Este vai ser o ano em que se vai perceber se Adrien Fourmaux será um piloto que depressa vai chegar ao topo do WRC e lutar por vitórias ou simplesmente vai ficar como um bom pilotos do meio do pelotão. Esta será a sua primeira época em ‘full time’ com um carro de topo, mas o francês ainda não está preparado para grandes feitos, ainda que tenha como obrigação melhorar muito o que já fez até aqui. O seu melhor resultado até aqui é um 5º lugar na Croácia e no Safari. Prometeu, mas daí para a frente não esteve melhor. Se Loeb se juntar à equipa, pode ‘beber’ muito do compatriota, e a exigência vai subir se o Puma for o melhor carro.
Sébastien Loeb
Acredita-se que Sébastien Loeb vai disputar várias provas com a Ford em 2022, mas para já tem apenas garantido o Rali de Monte Carlo, prova em que é favorito ao triunfo, até porque se acredita que o Puma pode ser o Rally1 a bater. Seja como for, o ‘Monte’ é um rali muito específico e as diferenças entre os carros não serão claras porque as escolhas de pneus têm grande importância. O francês tem uma nova navegadora, também pode fazer diferença depois de tantos anos com Elena, mas vamos ter que esperar para ver se Loeb chega às 80 vitórias no WRC.