Raio X: Os novos Rally de 2022

Por a 19 Janeiro 2022 13:17

O WRC vai sofrer grandes mudanças ambientais já este ano com os novos regulamentos técnicos a impulsionar a competição para um futuro mais sustentável.

O novos carros de Rally1 híbridos plug-in foram concebidos em torno de um chassis de célula de segurança melhorada, combustível 100 por cento isento de fósseis e fornecimento de energia sustentável, vetores fundamentais para um compromisso com um futuro mais verde por parte da FIA e o Promotor do WRC.

Os fabricantes construíram e desenvolveram os seus novos Rally1 híbridos, nos quais um motor eléctrico de 100kW (136 cv) acoplado a uma bateria de 3,9 kWh complementa o habitual motor a gasolina de 1,6 litros turboalimentado de 380 cv, com a potência dos motores a subir para níveis máximos de desempenho acima para mais de 500 cv.

Terminada que está a era dos World Rally Car, que durava desde 1997, com alterações pelo meio, os olhos estão agora postos nos novos Rally1, os primeiros carros de ralis híbridos da história.

Quando está prestes a ‘nascer’ uma nova era do WRC, recorde sucintamente o que foi a evolução técnica dos carros de ralis até aqui, desde a passagem dos Grupos 1 a 5 para os Grupos B. Em 1982, uma nova homologação de grupos através do Apêndice J das regras técnicas da FISA, substituiu os grupos de homologação 1 a 5 por novos grupos alfabéticos A, B e N. Pelo meio, os ‘monstruosos’ Grupos B de 1986.

Em 1987, os Grupos B e S são proibidos após as tragédias de 1986, a partir de 1 de janeiro de 1987. A partir daí só Grupos A, que foram evoluindo muito ao longo dos anos, ao ponto de, apesar do aparecimento dos WRC em 1997, ser um Grupo A (Mitsubishi) a assegurar os títulos. Como se percebe, em 1997 é introduzida uma forma alternativa de preparar e homologar o carro de Grupo A. O fabricante já não precisava de produzir um carro turbo 4WD para homologar o automóvel A8, turbo e sistema 4WD podia ser adicionado a qualquer modelo, produzido em quantidades suficientes. A Mitsubishi foi evoluindo o seu Lancer, outras marcas criaram WRC de raiz.

Em 2011, novos World Rally Cars. Baseado nos Super 2000 e Grupo N, equipados com um kit suplementar, que incluiu a adição de turbo, e asa traseira. Os novos regulamentos de motores 1600cc chegaram ao WRC, o diâmetro do restritor do turbo foi reduzido para 33mm (era 34mm).

Os WRC 1600 foram evoluindo, e seis anos depois, novo grande salto de performance, com o restritor do turbo aumentado para 36 mm (era 33mm), o peso mínimo reduzido (em 25 Kg) para 1175 kg (era de 1200 kg), houve alterações de dimensões da carroçaria e introduzida muita aerodinâmica. São estes os WRC que agora terminaram o seu ciclo de vida. Agora, os Rally 1, que analisamos ao Raio X.

Rally1 substituem os World Rally Car

1 O Rally1 introduz pela primeira vez os motores híbridos no WRC

2 Os regulamentos dos Rally1 colocaram maior ênfase em peças ‘standard’ do que em anos anteriores, para tornar o desporto menos caro e mais acessível.

3 Ao motor 1.6 turbo de 380 cv junta-se um e-motor que produz 100 kW (136 cv).

4 A potência combinada do motor de 380cv com os 136cv (100 kWh) deixa o carro com uma potência máxima de 516 cv.

5 A bateria de 3,9 kWh, tem um um inversor/sistema de gestão de baterias, e uma Unidade Geradora de Motor (MGU) adicionando 136 cv à potência do motor.

6 O inversor aciona o motor elétrico, bem como capta a energia obtida da travagem regenerativa e do motor de combustão interna, que recupera energia para a bateria. 

7 Chassis carroçaria de produção ou um protótipo de estrutura tubular

8 Foi introduzido um novo roll bar, mais seguro.

9 Os testes de colisão de homologação da FIA mostram claramente as melhorias de segurança feitas em comparação com os WRC 2017-2021.

10 Em caso de embate, há uma redução de 51% na intrusão do lado do passageiro, enquanto o tejadilho pode agora absorver até 115% mais energia durante um capotanço.

11 Foram também tomadas medidas para melhorar a segurança na frente do carro, particularmente os pés e pernas do piloto, com intrusão na área da antepara reduzida até 70%.

12 A unidade híbrida está diretamente ligada ao eixo de transmissão traseiro

13 Transmissão permanece 4X4, mas a caixa passa a ter apenas cinco velocidades, sem diferencial central. 

14 A caixa passa a manual, ao invés de hidráulica com patilhas no volante.

15 A suspensão terá um curso menor e amortecedores menos evoluídos, por uma questão de custos.

16 Os carros devem rodar em modo ‘full’ elétrico nas ligações e parques de assistência

17 Pilotos podem usar potência adicional nos troços/FIA define potência e tem de utilização

18 Roll bar/estrutura de segurança completamente nova com padrões de segurança melhorados.

Sistema híbrido

19 Durante a travagem e o sem o pé no acelerador, o sistema recupera a energia que seria perdida e armazena-a na bateria. 

20 A bateria pode também ser carregada com uma fonte de alimentação externa (híbrido plug-in) nas assistências. 

21 A MGU, que funciona até 12.000 rpm, a bateria, que funciona até 750 V, e a unidade de controlo do inversor são seladas numa caixa de fibra de carbono para resistir a possíveis forças e impactos em caso de acidente. 

22 A unidade é concebida para resistir a um impacto de 70G.

23 Serão definidas no roadbook zonas onde será obrigatório funcionar em modo totalmente eléctrico, para permitir às equipas prepararem antecipadamente a sua estratégia.

24 Elementos relacionados com a identificação de carros de alta tensão (HY em letras vermelhas junto ao painel da porta frontal) foram definidos para permitir aos Marshalls, oficiais e espectadores diferenciar os veículos de alta tensão, dos outros.

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