Q&A com João Ramos: “Andei com o Teodósio e fiquei muito bem impressionado com o carro”

Por a 18 Dezembro 2021 17:15

João Ramos é Co-organizador da Toyota Gazoo Racing Iberian Cup. O piloto do CPTT, andou ao lado de Ricardo Teodósio no Toyota Yaris GR de Iberian Cup e gostou do que viu e sentiu…

João, há muito que nasceu a ideia, agora é vez de a colocar no terreno…

“A ideia surgiu em tempos pandémicos, quando saiu este Toyota GR Yaris, e se andou no carro, isso foi logo convidativo fazer alguma coisa com ele. Há muito que se falava, porquê a Toyota não fazia um troféu, no passado sempre fizemos troféus, a Toyota tem uma boa reputação nisso, e claro que este carro veio dizer, sim é agora. É o carro certo”.

O vosso parceiro técnico é a empresa do Teo Martin…

“Sim, a Motor & Sport Institute (MSI) do Teo Martin. Tudo o que tem a ver com a parte técnica do carro, logística, verificações, tudo o que fica à volta dos ralis, é com eles”.

Como se chegou a este ponto?

“Reunimos com a Toyota Espanha, no início, pessoalmente, até tinha um sonho mais ambicioso, que passava por criar um troféu a nível europeu, mas entretanto a Toyota Itália também fez uma copa, cheguei a falar com eles, Toyota Europa, porque não um troféu europeu? O mesmo carro, com que estamos com Espanha a fazer um troféu, mas alastrando a outros países da Europa. Talvez no futuro…”

E quanto à homologação do carro, já há decisões tomadas?

“Estamos ainda à espera de decisões! O Ni Amorim e a FPAK têm-nos ajudado muito. Vendo as coisas como elas são, não era possível porque este carro não tem homologação FIA, não há ficha de homologação, a marca não chegou a desenvolver, há muito tempo que se fala nisto, a Toyota até aqui não avançou com o Rally3, Rally2, portanto não há ficha de homologação.

Espanha, por seu lado, tinha outra facilidade porque eles têm a categoria N4 de homologação nacional. De início, quer nós Toyota, quer a FPAK, não queríamos abraçar a questão de uma homologação nacional. E o nosso desejo, desde início é ser FIA. O Ni Amorim estabeleceu contacto com a FIA, e eles deram-nos um possível caminho. Apontaram-nos os artigos em que nos devemos posicionar com esta candidatura, isto sabendo que não há ficha de homologação e apontando para um regulamento de International Series.

Mas como o GR Yaris é um carro com grande volume de produção, a FIA pode considerar. Não é um dado adquirido, mas é uma porta aberta. Estamos na expetativa, na pior das hipóteses, se não houver consentimento da FIA, há um plano B, que pode passar por uma homologação nacional, passa a haver uma homologação espanhola e uma nacional.”

Não tem sido um processo fácil…

“Na verdade, não percebo porquê tanta confusão, porque no passado já fizemos troféus e este carro não tem que se integrar em classe nenhuma, pois há um regulamento próprio do troféu. Sendo um troféu, que não rouba pontos a nenhuma das classes, mesmo ficando bem posicionado à geral, mas não rouba pontos, não percebo porquê está a ser tão complicado. Solução vamos ter, a mais desejada é que seja FIA.”

E quanto ao calendário?

“Serão quatro provas em Portugal, outras quatro em Espanha, da parte portuguesa nós já temos datas desenhadas para o próximo ano, não conseguimos fechar o calendário nem apresentá-lo porque Espanha ainda não tem datas.

E logicamente vamos precisar de conciliar. Da parte portuguesa a nossa ambição é ir aos Açores, Rali de Portugal, como provas de terra, de asfalto, o Rali da Água/Alto Tâmega e o Rali Vidreiro. Esta é a nossa vontade, mas há que esperar por Espanha e tentarmos ajustar-nos. A expetativa do arranque, a ser, é no Rali dos Açores.”

O que achaste do carro, guiaste-o?

“Não, mas já andei no carro ao lado do Ricardo Teodósio, e fiquei muito bem impressionado com o carro. Claro que longe de um Rally2, mas bem conduzido, não sei… O chassis foi pensado para um carro de competição, pelo que o carro é excelente.”

Estão aqui no evento muitos potenciais interessados, como está quanto a expectativas de pilotos?

“Sei que há muito interessados, que já tinham falado com o Teo Martin, do lado português também já falou muita gente comigo, eu acho que depois das pessoas verem e sentirem, mesmo só andando ao lado, os que sabem pilotar, mesmo indo ao lado, sabem tirar as ilações que precisam, do que carro é. O Ricardo Teodósio sabe o que vai a fazer e com isso percebemos o que o carro é capaz.”

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