Rali de Santo Tirso: duelo ‘à antiga’, regressos, mulheres, azares, e coisas ‘estranhas’…
No rescaldo do Rali de Santo Tirso, ficam algumas ‘soltas’ sobre a sexta prova do Campeonato Norte de Ralis.
Duelo com 25 anos reeditado
A presença de Adruzilo Lopes e Fernando Peres no Rali de Santo Tirso permitiu reviver duelos com 25 anos nos mesmos troços. Estávamos em 1996 e o campeonato nacional de ralis terminava com o Rali MaiaShopping que usava troços como Assunção, Serra e S. Tomé de Negrelos (parte do atual Mourinha/Hortal). Fernando Peres já tinha garantido o título nacional desse ano, Adruzilo Lopes estava no seu primeiro ano como piloto oficial da Peugeot. Adruzilo com o Peugeot 306 Maxi bateu Fernando Peres num Ford Escort Cosworth por 24 segundos. Em 1997 Adruzilo Lopes voltou a bater Fernando Peres, desta feita por 29 segundos nos mesmos troços. E este ano o duelo voltou a pender para Adruzilo Lopes, mas por 19,3s.
Um rali de regressos
Santo Tirso assistiu ao regresso de dois nomes que estão afastados dos ralis há alguns anos. Nuno Coelho esteve ao volante do Renault Clio Rally5 e Jorge Santos ao volante do Citroen DS3 R3T. Para o homem do Renault foi um regresso esporádico, mas para Jorge Santos este regresso foi a pensar em disputar o campeonato do próximo ano.
Mulheres em força nos ralis
Foram ao todo cinco as equipas femininas presentes na prova, um número pouco comum mas que mostra o interesse dos elementos do sexo feminino pelos ralis. Cristina Silva fez valer a sua experiência e com Eliana Monteiro ao seu lado posicionaram o Ford Fiesta no melhor lugar das equipas femininas. Para além das cinco equipas totalmente femininas, havia mais sete navegadoras na prova, o que na prática significa que 10% dos elementos das equipas eram o sexo feminino.
Um esquema de troços invulgar
O esquema das classificativas do Rali de Santo Tirso foi diferente do habitual, com a aposta em rondas por troços mas sem classificativas intercaladas da parte da tarde. Isso permitiu que os espectadores pudessem assistir à passagem de todas as viaturas em seis das sete classificativas que compunham a prova, mas poderiam até assistir à passagem apenas dos primeiros 30 ou 40 carros em todas as classificativas. Para o público foi excelente, senão mesmo inédito, mas tinha o “reverso da medalha” de obrigar as equipas a tempos mais longo de intervalos entre as classificativas. Bebidas e doces tirsenses foram oferecidos nas ligações para atenuar estes tempos de intervalo esticados.
José Janela lesionou-se mas…
José Janela, um dos mais conceituados e experientes navegadores nacionais, protagonizou um episódio que de certa forma foi caricato. O piloto navegava Nelson Silva no Mitsubishi Lancer Evo VI, e tiveram uma saída de estrada na ultima passagem pelo troço da Serra que obrigou mesmo à interrupção do mesmo. Tanto piloto como navegador não se magoaram no acidente, e saíram do Mitsubishi pelos próprios meios, mas depois José Janela escorregou, caiu e lesionou o nariz. Teve de ser transportado ao hospital para exames de otorrinolaringologia e para ser suturado com 11 pontos.
Cabeça de cartaz fora do primeiro troço
Armindo Araújo era mais uma vez mais o “cabeça de cartaz” do Rali de Santo Tirso, ainda para mais a utilizar o Skoda Fabia Rally2 Evo com que disputa o Campeonato de Portugal de Ralis. O piloto tirsense não efetuou o primeiro troço, mas não foi por opção sua. O regulamento do Campeonato Norte de Ralis dita que as viaturas recentes que não são elegíveis para o campeonato alinhem numa prova extra, e essa prova extra não pode incluir o primeiro troço. Num rali como muitos adeptos na estrada, e muitos deles desconhecedores destes regulamentos complexos, foi uma desilusão não assistir à passagem do campeão nacional no troço de abertura do rali. Aliás chegou-se a comentar que Armindo Araújo tinha desistido.
André Cabeças e o campeonato
No comunicado final da prova foi referido que André Cabeças não estava inscrito no campeonato, mas na verdade o piloto do Mitsubishi Mirage Evo está mesmo inscrito, ainda que não tenha pontos por não ter alinhado em nenhuma prova. Assim, ao contrário do que foi mencionado, o 3º lugar de Fernando Peres deu-lhe mesmo os pontos relativos ao lugar, permitindo que Adruzilo Lopes fique agora com 122 pontos contra 107 de Fernando Peres. A luta pelo campeonato resume-se a estes dois pilotos, pois o 3º posto tem 55 pontos e é ocupado por João Andrade.
De engenheiro mundialista a piloto, mas azarado
Rui Soares é um dos mais importantes engenheiros de ralis do mundo, sendo o engenheiro de Elfyn Evans – piloto da Toyota no Campeonato Mundial de Ralis – e também de Armindo Araújo no Campeonato Nacional. O gosto por ralis leva este jovem de Aguiar da Beira a por vezes “fazer o gosto ao pé”, e Santo Tirso foi um dos ralis que escolheu para correr com o seu Subaru Impreza que é um projeto em construção. Não foi feliz, porque partiu uma transmissão antes do arranque para o primeiro troço, e apesar de ter iniciado Mourinha / Hortal na expectativa de conseguir chegar ao parque da assistência, bastaram 500 metros para perceber que não dava mesmo e tinha de desistir.
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