GP Holanda F1/2º pelotão: Pierre Gasly brilhou em Zandvoort

Por a 6 Setembro 2021 17:50

Pierre Gasly esteve irrepreensível ao longo de todo o fim-de-semana do Grande Prémio da Holanda, impondo-se na luta pelo segundo pelotão após uma batalha intensa com Charles Leclerc, ainda que à distância.

No reino do desconhecido, a contenda pelas melhores posições atrás das três grandes era aguardada com grande expectativa, uma vez que o traçado de Zandvoort poderia pender tanto para a Ferrari como para a McLaren.

No primeiro dia do evento dos Países Baixos, foi a formação de Maranello que levou a melhor, tendo inclusivamente os seus dois pilotos sido os mais rápidos na segunda sessão de treinos-livres.

Por seu lado, a McLaren tinha dificuldades em ingressar nos dez primeiros, sendo o AlphaTauri de Gasly e os Alpine os principais opositores dos homens de Maranello, até porque cedo ficou evidente que os monolugares da “Scuderia” em circunstâncias normais não conseguiriam acompanhar os Red Bull e os Mercedes, como acontecera em Monte Carlo.

No entanto, com diversas situações de bandeiras vermelhas e com os curtos 4,259 quilómetros a criar muito tráfego em pista, o quadro competitivo do plantel poderia estar ainda pouco claro.

A qualificação seria um indicador claro do equilíbrio relativo entre todas as equipas e confirmaram-se as dificuldades da McLaren, que via Lando Norris ser eliminado na Q2 e Daniel Ricciardo a não ir além do décimo posto, e o ascendente da Ferrari.

Porém, Pierre Gasly com uma prestação notável colocava o seu AlphaTauri no quarto posto da grelha de partida, a “pole-position do Segundo Pelotão”, batendo Charles Leclerc por quarenta e nove milésimos de segundo.

O monegasco, que se impunha a Carlos Sainz, lamentava uma alteração na afinação do seu Ferrari realizada para a Q3 que, com o aumento do apoio aerodinâmico dianteiro para acompanhar a evolução da pista, deixava a traseira do seu monolugar muito nervosa, tendo tido alguns momentos no segundo sector, o que foi decisivo para perder o quarto posto para Gasly.

A Alpine, surpreendentemente, via-se batida por António Giovinazzi, que colocou o seu Alfa Romeo no sétimo posto, batendo Esteban Ocon e Fernando Alonso.

A qualificação revestia-se de grande importância, dada as previstas dificuldades em ultrapassar no circuito holandês, mas também a primeira volta seria um dos momentos em que se poderiam ganhar posições, o que levava a que os pilotos corressem riscos na exígua pista situada nas dunas da praia de Zandvoort.

Gasly e Leclerc arrancaram bem e ficaram ao abrigo de qualquer ataque, mantendo as suas posições, mas atrás de si, Carlos Sainz, Fernando Alonso, Esteban Ocon e António Giovinazzi lutavam por cada centímetro do acanhado traçado dos Países Baixos, sendo o vitorioso o espanhol da Alpine apesar de toques com o seu colega de equipa, com o italiano da Alfa Romeo e George Russell, ficando no encalço do seu conterrâneo da Ferrari.

Confirmavam-se as dificuldades em realizar ultrapassagens e cedo ficou claro que a vitória do Segundo Plantel seria decidida tacticamente por Gasly e Leclerc, uma vez que Sainz não conseguia acompanhar o seu colega de equipa, perdendo quase oito segundos para o monegasco quando estavam cumpridas vinte e três voltas.

Por seu lado, Leclerc estava a apenas 1,1s do homem da AlphaTauri, estando em distância de “undercut”, o que ameaçava o comando do francês.

A estratégia de corrida privilegiada era a de uma paragem, havendo alguma elasticidade para realizar a passagem pelas boxes, uma vez que a Pirelli tinha levado para Zandvoort a sua gama mais dura.

No entanto, a Ferrari, ainda com algumas dúvidas quanto à forma como o SF21 usa os pneus, depois da debacle de Paul Ricard, adotava uma estratégia mais defensiva, prevendo parar a meio da prova.

Por seu lado, a AlphaTauri, adotou uma abordagem agressiva, mandando parar Gasly na vigésima quarta volta para montar pneus médios novos, defendendo o seu piloto de qualquer tentativa de ‘undercut’ de Leclerc.

Dificilmente a Scuderia poderia fazer o “overcut” ao francês, o que lhe deixava como única estratégia alongar o máximo possível o “stint” do seu piloto para que pneus substancialmente mais frescos permitissem a Leclerc recuperar e tentar ultrapassar Gasly.

O piloto da Ferrari parou apenas na trigésima quarta volta, montando borrachas duras, para que pudesse atacar ao máximo nas trinta e oito voltas seguintes sem que o asfalto abrasivo de Zandvoort fosse um problema.

Leclerc saiu das boxes a 11,3s de Gasly e começou imediatamente uma perseguição ao piloto da AlphaTauri, começando a ganhar terreno consistentemente. No entanto, a natureza de Zandvoort promovia as dobragens devido ao seu curto perímetro e estas foram custando tempo ao monegasco.

Quando este perdeu quase cinco segundos ao ser dobrado pelos primeiros, na sexagésima terceira voltas, depois de ter estado a pouco mais de quatro de Gasly, as esperanças do piloto da Ferrari em desfeitear o seu adversário e esfumaram-se definitivamente.

O jovem da AlphaTauri com uma prestação brilhante, triunfava na guerra do “Segundo Pelotão”, afirmando-se como o segundo melhor piloto da esfera Red Bull, ao cruzar a linha de meta com 4,9s de vantagem sobre o seu perseguidor.

Fernando Alonso, numa corrida de ataque, conseguiu suplantar Carlos Sainz na última volta, quase embatendo nas barreiras da Curva 3 no processo, para conquistar um bom sexto lugar, ao passo que o seu conterrâneo da Ferrari cruzou a linha de meta a defender-se de Sérgio Pérez que, depois de arrancar da via das boxes, fez uma boa recuperação, ultrapassando nas voltas finais Ocon e Lando Norris, que foram, por esta ordem, os últimos classificados nos pontos.

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