Fórmula E, Berlim: E tudo a Mercedes levou, depois de uma corrida de loucos
O que vimos em Berlim foi perto de inacreditável. A última corrida do ano na Fórmula E deu-nos drama de forma como nunca esperaríamos, com candidatos a irem ficando de fora e com Nyck de Vries a conseguir assegurar o título, assim como a Mercedes.
O arranque da corrida foi dramático, com Mitch Evans a ficar parado na grelha e Edoardo Mortara a embater de forma violenta no Jaguar de Evans, levando à interrupção da prova. Evans explicou que foi uma falha no carro que fez a primeira fase da largada mas que depois parou completamente, sendo uma falha técnica e não um erro do piloto.
We're under a red flag in Berlin after a collision on the start line between two of our championship contenders – @mitchevans_ and @edomortara.
Great to see both drivers get out of the car ok. They will be going to the medical centre for checks!
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— ABB FIA Formula E World Championship (@FIAFormulaE) August 15, 2021
Stoffel Vandoorne liderava, seguido de Oliver Rowland, Alex Sims, Norman Nato e Tom Blomqvist. António Félix da Costa era 14º nesta fase e escapou por pouco ao incidente. Jake Dennis era agora o piloto em melhor posição para conquistar o título.
O recomeço da corrida, feito sob Safety Car, também dramático pois Jake Dennis também ficou fora de prova com o que pareceu um erro quando tentava passar Sebastien Buemi, perdendo o controlo do carro, que levou ao abandono. Nesta fase, Nyck de Vries era o candidato mais forte ao título. O Full Course Yellow demorou pouco tempo e a corrida recomeçou, com o top 5 inalterado e com De Vries já em nono e com o título na mão.
The DRAMATIC restart to Round 15…
It's all to play for in Berlin ⚡️
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Norman Nato foi o primeiro a ir ao Attack Mode (nesta corrida com duas ativações de quatro minutos), mas não havia grande mudanças na ordem e AFC mantinha a 13ª posição. Vandoorne que ainda não tinha ido ao Attack Mode, deixou passar Nato e Sims foi ao AM e ficou em quinto lugar, logo à frente de De Vries que já era sexto.
Na frente, Nato liderava e Rowland defendia-se de Sims, que passou o piloto da Nissan, subindo ao segundo lugar.
As idas ao AM foram-se sucedendo com as alterações inevitáveis, mas Nato estava com bom andamento e mantinha-se na frente, a alguma distância das lutas pelo pódio. Sims e Rowland mantinham-se no pódio e Vandoorne caia para quinto, atrás de Andre Lotterer. Pouco depois, Vandoorne deixou passar De Vries que tinha AM e se instalava no quinto.
A maldição dos candidatos ao título mantinha-se, pois Félix da Costa a aparecer contra o muro de proteção com o monolugar danificado, acabando o sonho da revalidação, depois de uma luta acesa com Lucas di Grassi (que foi penalizado pela manobra), obrigando a nova entrada em cena do Safety Car.
SAFETY CAR DEPLOYED!
Reigning champ @afelixdacosta is out of the race…
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No recomeço, Nato ficou à mercê de Rowland e Sims, mas conseguiu manter a posição. Os homens da Mercedes que deveriam ter mais cuidado envolveram-se em lutas acesas e nesta fase Vandoorne era sexto, atrás de Lotterer em quarto e Wehrlein em quinto, sendo De Vries sétimo.
Havia muitos toques, muita luta e Vandoorne que conseguiu recuperar um lugar no pódio enquanto o seu colega, quase campeão, não desistia de tentar ganhar posições, envolvido em toques aparentemente desnecessários.
"AND THERE'S CONTACT!"@nyckdevries, @Andre_Lotterer and @AlexanderSims go three wide 🤯
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Nas duas últimas voltas, a luta entre Sims e Lotterer aqueceu muito com o piloto da Porsche a levar a melhor, ganhando o quarto lugar. Sam Bird com uma última volta tremenda conseguiu subir ao sétimo lugar, mas o líder da corrida manteve-se e Nato conquistou a vitória na segunda corrida em Berlim. Nas contas do título a Mercedes foi campeã por equipas (por quatro pontos) e Nyck de Vries é o primeiro campeão mundial FIA de Fórmula E, sexto campeão deste campeonato.
Foi uma época de altos e baixos para todas as equipas mas em especial para a Mercedes que começou o ano da melhor maneira com vitórias e com o que parecia ser o início de uma época “à la F1”, mas depois de Valência a equipa passou por maus momentos e parecia estar aos poucos a ficar arredada da luta pelo título. Mas as rondas de Londres e Berlim permitiram um regresso aos primeiros lugares, quer para a Mercedes quer para Nyck de Vries. Para a Jaguar foi um fim de semana duro. Mitch Evans parecia ter tudo para conquistar o título mas a falha no arranque acabou com o sonho do neozelandês e da Jaguar. Também para a DS Techeetah foi um fim de semana muito duro. Ao contrário do ano passado, em que dominaram por completo em Berlim, neste fim de semana tiveram dificuldade em encontrar a afinação certa e com isso a competitividade baixou. Félix da Costa esteve na luta pelo título mas nunca teve argumentos neste fim de semana para sonhar de facto com a revalidação. Foi um fim de época ingrato com dois incidentes que o colocaram fora de prova, mas foi sem dúvida uma boa época do piloto português que apesar dos altos e baixos manteve sempre o foco e a motivação. Os campeões são assim, nem sempre vencem mas nunca desistem.
Destaques também para Edoardo Mortara, que fez uma boa época, tal como Jake Dennis que pagou caro pela sua inexperiência, mas mostrou potencial para muito mais. Robin Frijns foi um dos mais regulares do ano, Sam Bird voltou a não ter a sorte do seu lado e Lucas di Grassi fez uma grande recuperação nas últimas rondas do ano. Vandoorne também foi um dos mais azarados do ano e Jean-Éric Vergne, esteve sempre um furo abaixo do seu colega de equipa e do que já fez.
A Mercedes, que deverá anunciar a saída do campeonato, vence na Fórmula E, com a marca germânica a acumular sucessos em várias categorias. A Jaguar deu um salto qualitativo grande este ano e apesar de não ter vencido, mostrou finalmente o nível que sempre desejou mostrar. O domínio da DS Techeetah terminou e pela primeira vez desde 2018 a equipa não venceu um título, apesar de ter estado sempre na luta. A Audi despede-se do campeonato com um terceiro lutar conquistado graças a uma ponta final muito forte e a Virgin apostou na regularidade mas não conseguiu ser feliz, apesar de ter liderado o campeonato.
Termina assim uma época louca, com muito drama, muita emoção, 11 vencedores diferentes e com muita polémica à mistura.
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Justo. Merece um lugar na F1.
O nosso António tem que fazer alguma coisa para que os “colegas” não o ponham constantemente no muro. Mais uma cena estúpida hoje.
Parabéns ao de Vries, justo campeão. “Obrigada” di Grassi, por teres sido “lucas”. Este piloto vai de bestial a besta, e vice-versa, com uma facilidade espantosa. Eu tinha escrito que só uma carambola poderia ajudar o AFC, mas esqueci-me de acrescentar “desde que não o envolva”. Não tivemos carambola, mas três candidatos ficaram fora demasiado cedo e, depois, mais dois entre os sete primeiros. Quanto ao AFC, não foi hoje que perdeu o título, mas pode tê-lo perdido quando o Lotterer fez o favor de o atirar para fora, contudo, a DS não esteve tão forte este ano, o que… Ler mais »
Mercedes rebenta tudo. Dinheiro e acima de tudo sorte muita sorte sempre.
Mais um campeonato que a Mercedes chega e ganha e logo com dobradinha de títulos. E ainda vêm cantar que é só sorte. Sim, realmente, isso de fazerem o trabalho bem feito e com isso colherem os frutos é mérito dos outros. hahahaha
Que azia.
Parabéns à Mercedes por demosntrarem que o domínio na F1 não é sorte ou puro acaso. A Mercedes sabe o que faz, daí que onde se metem, ganham.
Sem tirar o mérito à Mercedes, que o teve, a verdade, é que a sorte teve um papel importante na vitória da Mercedes, como teria com qualquer outra equipa que tivesse vencido, tudo porque a sorte é parte integrante deste campeonato, mais do que em qualquer outro. Num campeonato “normal”, seria impossível chegar-se à última prova com 14 pilotos e seis equipas com hipóteses matemáticas de vencerem os campeonatos. Metade desses números já seria um espanto. O sistema de qualificação, a retirada de energia aquando dos safety car, premiaram o espectáculo, tornando as corridas um verdadeiro iô-iõ. Não vou entrar… Ler mais »
Vai fazer is trabalhos de casa
E que tal seguir a fórmula E em vez de dar bitaites de malucos?
Já aqui falei várias vezes da dedicação e empenho que a Mercedes tem. Na F1 nos últimos anos quando teve problemas com a Ferrari redobraram o trabalho e acabaram a época superiores.
Na fórmula E também vieram com empenho e dedicação mas não deixaram de ter uma tremenda sorte.
Acabou por provavelmente ser o vencedor mais justo, mas foi essencialmente uma obra do acaso. Depois deste ano completamente idiota, a Formula E tem de mudar muito para me continuar a ter como seguidor.
Quanto ao AFC, fez basicamente uma boa temporada e o título até podia ser dele, não fosse a palhaçada de Valência. Mas a verdade é que assim foi, não vale a pena estar a lamentar, só esperar que tenha muitas oportunidades de continuar a mostrar o seu valor e as saiba aproveitar.
Campeonato de carrinhos de choque ridículo,com pseudo pistas ridículas.Independentemente de lá andar um piloto nacional ou não.
É pena ver pilotos de talento “estragarem-se” nesta coisa.
Concordo, a Mercedes ja vai embora e outras iram, sei porque
… e tal como diz o velho ditado: “… blá blá blá… e no final ganha a Alemanha! “, neste caso a Mercedes!!!
Dizem os sábios que a “sorte” procura-se e dá muito, muito trabalho, portanto, contra factos os demais argumentos caem por terra.
No entanto, a Mercedes pode trocar todo o mundo, mas o Toto… é ruim, hein!
O camarada é a estrela da Mercedes em forma de humanóide!
Qual toque de midas! 😉