Filipe Albuquerque – À procura da segunda vitória em Le Mans

Por a 3 Agosto 2021 09:52

Filipe Albuquerque falou ao AutoSport na antevisão das 24h de Le Mans, onde quer voltar a ser feliz, além de fazer o ponto de situação no WEC e no IMSA.

Filipe Albuquerque vive um dos melhores momentos da sua carreira, algo que já vem desde 2020. Depois de uma época em que “limpou” tudo no ELMS e no WEC, o piloto português lidera agora o campeonato IMSA e venceu todas as duas corridas que fez no WEC, sendo obrigado a faltar a uma, por sobreposição com o IMSA. Esta conversa com o Filipe serviu para fazer um ponto de situação e uma antevisão para Le Mans. 

Começamos com o IMSA e o líder do campeonato tentou analisar os motivos desta primeira metade fantástica, com duas vitórias e mais três pódios em seis corridas:

“ Está a ser uma grande época até agora, mas em 2018 a primeira metade também foi ótima com o João [Barbosa]. A segunda metade é que não nos correu bem, com aquele acidente do João antes da prova começar (Laguna Seca). Neste momento temos mais de 2000 pontos e devo ter mais pontos agora do que em todos os outros campeonatos da minha carreira.

A boa forma é uma conjugação de fatores e analisando os factos de forma fria, apesar de  já termos feitos poles, não temos sido o carro mais rápido de forma regular e acho que o carro da Ganassi [Cadillac #01] tem sido o carro mais rápido em pista. Mas nas corridas de resistência, não ganha o carro mais rápido mas sim o que erra menos e que tiver menos problemas. Temos uma excelente equipa, que tem gizado boas estratégias, mas ainda estamos a aprender o carro, principalmente eu e a equipa, pois o Ricky já o conhece bem. Esse trabalho tem-nos permitido maximizar a performance. Também temos tido alguma sorte do nosso lado e os problemas não nos têm prejudicado em demasia em termos de resultados. Em Sebring, tivemos um problema por causa de um contacto, que até foi comigo, em Detroit tivemos também problemas e tive de aguentar o terceiro lugar que naquela altura soube a vitória.”

Ainda estamos a aprender muito sobre o carro”

O Acura ARX-05 tem se revelado uma máquina capaz mas a Wayne Taylor Racing, procura ainda conhecer melhor a máquina e melhorar a performance, que está sempre sob a influência do BoP:

“Ainda estamos a aprender muito sobre o carro mas não é certo que haja ainda muito mais para tirar dele por causa do BoP. Se fosse num campeonato como os LMP2 no WEC, e acho que vou ter muitas saudades dos LMP2 no futuro,  essa questão não se colocava. Mas como estamos num campeonato com BoP, a nossa performance é sempre relativa. Os outros carros podem até estar no máximo mas o nosso, não sei porque o BoP não permite isso. Uma coisa é certa, temos sido sempre muito mais rápidos que o outro Acura  e em Watkins Glen foi a primeira vez que ficamos atrás deles. É muito difícil comparar. Temos a noção que o Cadillac tem estado muito rápido em corrida, o carro da Ganassi tem estado uns furos acima e o Mazda recebeu um BoP em Watkins Glen a meu ver desnecessário, pois já tem mostrado andamento para vencer, mas não o têm feito por erros na estratégia como em Mid Ohio. Não entendo certas decisões. No fundo é um sistema que se torna justo pois vai afetar todos e nunca sabemos quando nos afeta a nós, mas por outro lado retira-nos o mérito das vitórias de forma injusta e quando chegarmos LMDh provavelmente veremos ainda mais isso.

O Acura é um carro muito bom com pneus novos e com pouca gasolina, algo que vem desde 2018. Mas o Cadillac tem de estar a meio segundo de distância para termos uma corrida equilibrada. Se não for assim, o Cadillac é demasiado rápido para conseguirmos acompanhar. Em Daytona quando eles foram mais rápidos nos cronometrados temi o pior pois o Cadillac fazer uma pole, sendo um carro mais virado para a corrida e não para a qualificação, fez-nos esperar uma corrida muito complicada para o nosso lado, o que se confirmou. No entanto, fizemos um excelente trabalho e tivemos também a sorte do nosso lado.”

Neste momento o Mazda #55 ocupa o segundo lugar, mas Albuquerque vê uma ameaça maior do lado dos Cadillac:

“O Mazda está na luta pelo título e este ano tem uma grande dupla de pilotos. Pela primeira vez juntaram os melhores e estão a ter a melhor época de sempre. Mas têm cometido erros e se os continuarem a cometer, dificilmente ganham um campeonato. As equipas Cadillac são equipas já estabelecidas, cometem muito menos erros, o #31 não está longe pelo que vai ser uma luta renhida até ao final.”

A finalização do acordo entre o IMSA e o ACO que permite às equipas do WEC correrem na América foi recebida com entusiasmo e Albuquerque pensa que se pode criar uma dinâmica interessante:

“Quanto aos LMDh creio que está toda a gente entusiasmada. Falta a concretização do anúncio da Cadillac, que vai entrar, ainda não se sabe com que equipa. E a vontade da Peugeot e da Toyota de competirem em Daytona são boas notícias para toda a gente. E vais ser muito engraçado de ver esta competição. As equipas europeias terão de respeitar muito as americanas em Daytona e as americanas respeitar as europeias em Le Mans.”

A minha experiência  faz com que as coisas fluam muito melhor”

Olhando para o WEC, pode-se dizer que na United, a música com Albuquerque é uma, sem Albuquerque é outra. Com o piloto português em cena, a equipa venceu as duas corridas em que participou, mas sem o português, os resultados não foram tão positivos, algo que o piloto não sabe explicar: 

“Sim, é um facto que quando estive no carro as coisas correram bem. Em Spa tivemos um fim de semana dominador, em Monza também, embora a WRT estivesse com um excelente andamento, que foi prejudicado por um erro estratégico. Não sei qual é a diferença quando eu estou e quando não estou. Talvez a minha experiência com a United e com o meu engenheiro faz com que as coisas fluam muito melhor e muito mais naturalmente. Ele sabe o que eu gosto, o que não tolero no carro, o que eu acho que faz o carro mais lento e quando reunimos tudo, as coisas correm bem. Não sei o que se passou ao certo em Portimão, o que eu sei é que o carro é ótimo e estamos com um set up espetacular agora com os Goodyear, o que no início nos causou algum receio por trocarmos de pneus. Mas para já as coisas estão a correr muito bem.”

Estas variações exibicionais não preocupam minimamente para Le Mans e a confiança está em alta:

“Sei exatamente o que esperar da minha equipa, dos meus colegas de equipa e do meu engenheiro. Claro que sigo o que se passa quando não estou e pergunto o que se passa e  se precisam de ajuda, mas neste momento estou super confiante e quando estou no carro faço o que sei fazer, as coisas têm corrido bem e estatisticamente tem sido inacreditável. Nem me apercebi disso, mas disseram-me que nas últimas sete corridas, venci seis, o que é incrível, mas não penso muito nisso e foco-me sempre na próxima prova.”

O WEC reúne alguns dos melhores pilotos do mundo, um deles, Nyck de Vries, que tem sido associado a um lugar na F1. Albuquerque ja enfrentou o jovem neerlandês várias vezes e quase sempre com vantagem para o piloto luso:

“Achei engraçado nestes dias ver o Nyck de Vries estar a ser associado à F1. Temos grandes pilotos no WEC como o Stoffel Vandoorne e o António [Félix da Costa], mas vou falar do De Vries com quem tenho tido muitas lutas nos cronometrados no ELMS e no WEC, e tenho levado vantagem na maioria dos confrontos. E isso deixa-me muito contente ver um piloto de grande qualidade ser associado à F1, com quem tenho lutado muitas vezes e tenho levado a melhor. No meu caso já não faz sentido falar de F1, são águas passadas, mas fico contente por ver estas avaliações e ver que tenho conseguido ter sucesso com um piloto que é de grande qualidade e que merece claramente estar na F1, ele como muitos outros.”

Eu preferia que não houvesse o Pré-Teste”

O trabalho para Le Mans exige sempre atenção ao detalhe, mas a afinação de base do Oreca #22 da United dá confiança à tripulação que chega a La Sarthe com um carro competitivo:

“Vão ser sempre necessárias algumas mudanças e adaptar. Mas o maior trabalho para Le Mans é simplesmente perceber como o pneu funciona no seu melhor e isso faz com que o estilo de condução nos stints todos seja um pouco diferente. Eu preferia que não houvesse o Pré-Teste, pois nós estamos muito contentes com o nosso set up e quanto menos os outros andarem, melhor. Creio que estamos muito mais próximos do limite do que os outros. O Pré-Teste vai ser bom para o Fábio Scherer conhecer a pista e chegar ao seu limite. Mas vão ser pequenos ajustes que já estamos mais que habituados a fazer, portanto não estou preocupado e tenho a convicção que estamos no caminho certo. Monza foi uma pista muito boa de fazer antes de Le Mans, com o mesmo pacote aerodinâmico, as mesmas relações de caixa e entender como o carro sai das curvas em termos de tração. Foi um excelente teste de preparação para a grande prova.”

Com os carros mais pesados, com menos potência e com pneus diferentes, os tempos por volta vão ser necessariamente diferentes em relação ao ano passado, mas não é algo que interesse ao Filipe, que quando entra no carro, tem sempre o objetivo de tirar o máximo do material que tem em mãos:

“Não olho muito para as previsões do tempo, limito-me a sentar no carro e tirar o máximo dele. Ainda agora em Monza aconteceu algo que reflete isso. A equipa fez o ELMS com o kit de máximo apoio aerodinâmico. Eles tinham-se qualificado em segundo, a quatro décimos da pole, mas contentes com o andamento mostrado na altura. Eu entrei para a pista e as primeiras voltas foram muito boas. E o meu engenheiro ficou surpreendido porque já não andava no carro desde Spa e comecei logo a liderar a tabela. Mas eu disse-lhe que honestamente estava apenas a adaptar-me ao carro e que ainda havia muito para tirar e ele achou piada à situação. Isto para mostrar que independentemente das previsões, vou para a pista para dar o meu melhor, digo o que me falta e quanto temos ainda no bolso. Ainda em Monza pedi desculpa à equipa pelo erro que cometi na segunda Lesmo que nos custou a pole, mas vimos também o copo meio cheio, pois mesmo com um erro, falhei a pole por três centésimos, o que é inacreditável. Oiço as previsões, mas depois vou no meu feeling.”

Não poder revalidar o título não me desmotiva”

A revalidação do título no WEC é praticamente impossível para o português, que foi obrigado a faltar à ronda de Portimão para estar presente no IMSA. Uma situação que não o agradou mas que tem de ser aceite:

“Não poder revalidar o título não me desmotiva. Já ganhei o título, gostava de ganhar o segundo, mas tenho de ser justo e realista. Não posso estar em todo o lado. Fiquei triste por não poder correr em Portimão, mas é o que é. Estou em primeiro no IMSA, que é o meu campeonato principal e não posso ser egoísta e querer fazer o mesmo com dois campeonatos, quando há pilotos que se dedicam exclusivamente ao WEC.  Claro que fiquei triste quando dois campeonato que podiam evitar sobreposições não o fazem. Temos um campeonato que tem seis corridas, uma delas Le Mans que obviamente não vai ter sobreposições. Por isso estamos a falar de cinco corridas, duas delas coincidem… não acho normal. Claro que a pandemia não ajuda, mas ainda assim tem de haver mais diálogo e não podem acontecer tantas sobreposições.  Admito que fiquei chateado e se calhar ter falado disso publicamente poderá permitir que no futuro a situação seja evitada. 

Além de ser o líder da equipa, Albuquerque é também um professor, ajudando à formação de jovens talentos como o Phil Hanson, com quem tem uma excelente relação e agora com o Fábio Scherer, algo que o agrada por dois motivos:

“Estou a adorar estar com o Ricky Taylor pois é um grande colega de equipa, super humilde. Mas o que gosto mesmo com os miúdos é que eles são humildes e fazem o que lhes digo para melhorarem. Isso é ótimo porque consigo ter as coisas à minha maneira e isso tem dado resultados. Às vezes há pilotos com quem isso não é possível, pois têm muito a sua maneira de ser e querem as coisas também um pouco à sua maneira. Por exemplo, não consigo fazer isso com um Paul di Resta e com ele tem de haver um meio termo entre os dois, se bem que tenho de admitir que tudo correu super bem entre os dois e temos uma boa relação. Mas por vezes quando estamos perante um piloto profissional tão bom quanto ele, tenho de também ouvir a parte dele. Mas com o Phil e o Fábio a tarefa é facilitada pois as minhas opiniões têm muito mais peso. Por um lado fico mais à vontade, porque está tudo à minha maneira, mas também tenho a responsabilidade acrescida de se a afinação não for a ideal, a culpa é minha, mas vivo bem com isso. Mas também fico contente por ver o Phil, com quem já estou há mais tempo, a fazer as coisas como lhe disse. É muito bom ver a evolução que ele tem tido e tornou-se num piloto espetacular. Ainda em Monza largou de segundo e agarrou logo a liderança, com o Robin Frijns atrás dele, mas ele conseguiu manter-se na frente e a poupar gasolina e isso deixa-me orgulhoso e contente.”

O Peugeot 9X8 esteve em Monza para se mostrar ao mundo, mas Albuquerque nem viu o carro ao vivo e não perde muito tempo com isso:

“Não tenho grande interesse quanto ao aspeto dos carros. Fico entusiasmado sim por ver muitas marcas interessadas, o que irá melhorar os nossos campeonatos. Acho o Peugeot bonito, com uma filosofia diferente. Mas como não vou guiar o carro, não tenho muito interesse, apenas desejo-lhes o melhor, mas desde que eu vença quando estiver contra eles e que tenhamos boas corridas, isso é o que me interessa. Agora se tem asa ou não, não perco tempo nenhum com isso.”

A jogada da Audi foi genial”

Um pouco fora do âmbito do WEC, Albuquerque viu a jogada estratégica da Audi na Fórmula E e se algumas vozes consideram a jogada antidesportiva, para o piloto de Coimbra foi uma jogada genial:

“A jogada da Audi foi genial. Foram muito inteligentes e analisaram bem. Vai um pouco de encontro ao que o Colin Chapman dizia, que as regras são para a obediência dos tolos e interpretações dos homens inteligentes. Foi exatamente isso que eles fizeram. Detetaram essa possibilidade nos regulamentos e usaram-na no momento certo. Tiveram azar ou erraram porque não pararam o suficiente, mas ainda assim seria uma grande jogada. E nas corridas, só está ilegal o carro que é apanhado. Todos os pilotos e engenheiros estão sempre a pensar como podem ganhar vantagem dentro do regulamento que lhes é dado. Muitos já tiveram sucesso ao contornar as leis e foram considerados génios e acho que o mesmo se aplica aqui, independentemente de se gostar ou não do piloto de da marca. E isto é um erro de quem faz os regulamentos e não da equipa. Agora o erro vai ser corrigido e a mesma situação não vai voltar a acontecer e não foi corrigido antes porque ninguém ainda tinha mostrado que havia essa possibilidade.”

Alfa GTV é uma homenagem ao meu pai”

Albuquerque é um apreciador de carros e a prova está na restauração de um Alfa Romeo GTV. A ideia inicial era ser só uma pintura, mas acabou por se tornar numa restauração completa, com um resultado final espetacular:

“Gosto de carros antigos, clássicos e gostava de ter mais, mas é um hobbie onde se gasta algum dinheiro. Este carro é especial porque foi o meu pai que me deu, já há uns valentes anos e agora quis arranjá-lo todo para ficar em condições. Mas a minha maneira de ser levou-me a mudar o plano inicial e o que era apenas para ser uma pintura nova, acabou por ser uma restauração completa do carro. Pensar que o carro tinha ferrugem e me perguntaram se queria colocar massa para tapar… não, teve de ser chapa nova, longarinas novas, borrachas novas e assim acabei por ficar com uma peça de arte na garagem, pois o carro está todo ao pormenor e gosto de o ver assim. Mantive as peças originais que tinha para manter e coloquei novas onde era necessário. E no fundo  é uma pequena homenagem ao meu pai. Gostava de ter mais carros mas tem de ser o modelo certo e a oportunidade certa e tem a ver também com as prioridades porque tenho duas filhas e elas sim são a minha prioridade.”

Quanto a novos investimentos, Albuquerque irá apostar sempre em Clássicos e usou a sua habitual boa disposição para explicar o porquê:

“Um novo investimento, a ser feito, será sempre em clássicos. Claro que gosto de andar em carros bons, mas é difícil para mim gastar dinheiro num Ferrari ou num Porsche porque para mim vão continuar a ser “charutos”. Eu estou constantemente a passar por carros desses ao fim de semana, por dentro, por fora e por isso nunca vou sentir aquela necessidade de ter um carro daqueles. Os carros são peças lindíssimas, mas daí a comprar um, vai uma grande distância, pois é um investimento avultado e a investir prefiro fazê-lo nos clássicos.”

Quando a natureza chama a meio de uma prova

A carreira de um piloto vai ser sempre recheada de momentos caricatos e engraçados e Albuquerque recordou um que costuma arrancar algumas gargalhadas a quem ouve e a quem viveu o momento:

“Tenho muitas histórias engraçadas e uma delas foi a de ter feito chichi no carro em Daytona e acabou por ser engraçado, assim como aconteceu em Le Mans. Em Daytona, em 2013,  entrei no carro às sete da manhã, num Safety Car (SC) e estive duas horas a andar em SC e a beber água para me tentar manter acordado e ao fim de duas horas tinha a bexiga muito cheia e ainda tinha de fazer mais um turno. Por isso tive de fazer mesmo ali, em prol da nossa vitória e acho que foi positivo. Mas o engraçado é não dizer nada e deixar que os colegas cheguem lá e deixá-los na dúvida ́ será que ele transpirou assim tanto? Não pode ter sido assim tanto. Será que ele fez?́. Depois quando me perguntaram ficaram um pouco chateados mas no final  riram-se. Disseram-me ´eh pá isso não se faz´ ao que respondi ´que querias que fizesse? Que perdesse tempo com isso?´. Para mim o mais importante é ganhar. O resto é secundário, teve de ser ali, olha. Por acaso ainda ninguém se vingou de mim, mas a mim é difícil apanharem-me. Já me ameaçaram com isso mas eu digo sempre ́podes fazer à vontade. Eu tenho o meu banco para ficar mais alto, fico sempre uns 3 cm acima do teu, portanto o teu vai ficar todo molhado e o meu sequinho’. 

Necessidades fisiológicas à parte, Filipe Albuquerque “transpira” confiança. Está numa fase tremenda da sua carreira, é sem dúvida um dos melhores do mundo, rótulo que tem há muito tempo e que foi apenas reforçado com as recentes prestações e encara a competição com uma naturalidade impressionante. Este é um Albuquerque Vintage, uma colheita que poderá ainda dar muitos frutos. Vem lá a mais desejada de todas, e o Filipe está no topo da sua forma. A concorrência que se cuide.

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