GP da Estíria de F1: Verstappen e Red Bull deixam Mercedes sem resposta

Por a 28 Junho 2021 19:04

Max Verstappen e a Red Bull venceram o Grande Prémio da Estíria mostrando-se imparáveis neste momento, ao cilindrar Lewis Hamilton e a Mercedes, que voltaram a não ter resposta para a sua rival na luta pelos títulos deste ano.

Os homens da formação de Milton Keynes chegavam ao “seu” circuito após três triunfos e, se em Monte Carlo, Baku e Paul Ricard a equipa de Brackley cometera erros que facilitaram a vida à sua rival, no Red Bull Ring, a superioridade foi evidente.

Já no circuito francês se notava um ligeiro ascendente da parte do RB16B Honda que, com a sua configuração aerodinâmica de baixo apoio, permitindo maior velocidade de ponta sem perder performance em curva, conseguia ser mais rápido que o W12, protegendo ainda assim os seus pneus.

Face a esta situação, os responsáveis da Mercedes procuraram no Red Bull Ring um novo caminho nas afinações, que nas palavras dos responsáveis, procurava melhores prestações durante a qualificação sem comprometer o ritmo de corrida.

Porém, chegados à qualificação Max Verstappen impôs a sua lei, batendo Valtteri Bottas, o segundo mais rápido, por uns expressivos quase dois décimos de segundo, uma diferença impressionante se levarmos em consideração que se completa uma volta ao circuito austríaco em pouco mais de um minuto.

No entanto, o finlandês não poderia ocupar o seu lugar na grelha de partida dado ter recebido uma penalização de três lugares por ter realizado um pião na via das boxes durante a segunda sessão de treinos-livres.

Hamilton acabaria no segundo posto, ao lado de Verstappen, ao passo que Sérgio Pérez voltava a não maximizar o potencial do seu monolugar e não ia além do quinto lugar da qualificação, quarto com a penalização de Bottas, vendo-se batido por Lando Norris.

Com os dois escudeiros dos candidatos ao título atrás do inglês da McLaren, Verstappen e Hamilton poderiam estar num duelo sem intervenção dos respectivos colegas de equipa.

A chuva que as previsões meteorológicas apontavam nunca se materializou, para desagrado dos homens da Mercedes, e a corrida era disputada sob calor intenso, o asfalto chegou a ultrapassar os 50ºC de temperatura.

O arranque decorreu sem alterações de posições entre os cinco primeiros e Verstappen rapidamente imprimiu um andamento impressionante com o intuito de ficar ao abrigo de um ataque de DRS, quando este fosse ativado pela direcção de corrida, e na segunda volta tinha quase um segundo e meio de vantagem para Hamilton.

Entretanto, Pérez e Bottas continuavam no encalço de Norris, que estava defendido pela superior velocidade de ponta do seu McLaren.

Só na décima volta o mexicano ganhava uma posição ao inglês, fazendo finlandês o mesmo na seguinte, mais por decisão da equipa de Woking em defender os pneus do seu piloto que por maior capacidade dos pilotos da Red Bull e da Mercedes.

Então, Verstappen tinha já uma vantagem de quase três segundos para Hamilton, ao passo que Pérez estava a treze segundos do seu colega de equipa, rodando Bottas a dois segundos deste.

Apesar do muito calor que se fazia sentir em Spielberg, a estratégia de uma paragem era clara, até porque os dois Mercedes e o holandês tinham passado à Q3 com pneus médios, ao contrário do mexicano que recorrera a macios.

Meio erro da Red Bull

Neste quadro, seria sempre Pérez o primeiro a parar, dado que as borrachas mais performantes da Pirelli não tinham o mesmo alcance dos pneus ‘amarelos’, o que acabou por se confirmar com o Red Bull número onze a parar nas boxes na vigésima sexta volta. Com uma vantagem de quase três segundos para Bottas, dificilmente poderia perder uma posição para este, mesmo que a Mercedes recorresse a um longo primeiro “stint” para lhe dar vantagem na segunda parte da corrida, tal era a vantagem do carro de Milton Keynes.

Porém, desta feita, a troca de pneus não correu bem à Red Bull, que manteve o seu piloto parado por 4,8s, e a Mercedes, sentindo a oportunidade, chamou Bottas na volta seguinte e, com uma paragem sólida, colocou o seu piloto no terceiro lugar.

Em circunstância normais, e se este duo não tivesse perdido mais de treze segundos para Verstappen atrás de Norris, o mexicano e o finlandês atrasariam as respectivas paragens até os homens da frente trocarem de pneus com intuito de se bloquearem estrategicamente, mas neste cenário já não tinham qualquer impacto nas corridas de Verstappen e de Hamilton.

Por seu lado, o inglês não tinha também como contrariar o ascendente do líder da corrida e, na vigésima oitava volta, quando parou para realizar a sua paragem nas boxes, montando pneus duros, estava a mais de cinco segundos do holandês, o que permitia que este tivesse uma caução muito confortável para um possível “undercut”.

A Red Bull respondeu de imediato, chamando o seu piloto, e sem problemas nas boxes, este manteve a liderança, lançando-se para um triunfo autoritário, como se poderia verificar na sexagésima nona volta, quando exibia uma vantagem de mais de dezassete segundos para Hamilton.

Verstappen caminhava assim decisivamente para o seu quarto triunfo da temporada, estendendo a sua vantagem no Campeonato de Pilotos para dezoito pontos, o valor de um segundo lugar.

O inglês parou na antepenúltima volta para montar pneus macios usados e, assim, conquistar o ponto correspondente à volta mais rápida, o que conseguiu.

Na luta pelo degrau mais baixo do pódio, a Red Bull ainda chamou Pérez para uma segunda paragem nas boxes, montando-lhe um jogo de pneus médios – recurso que os pilotos da Mercedes não tinham – tentando que o seu piloto pudesse recuperar e ultrapassar Bottas, mas com diversas dobragens pelo caminho, o mexicano acabou por chegar ao escape da Mercedes apenas na última volta, ficando sem tempo para o suplantar.

Foi uma pequena consolação para a Mercedes, num dia em que ficou claro que a Red Bull tem, agora, o carro mais performante em pista, e que o novo caminho das afinações adoptado pelos homens da estrutura de Brackley não deu o resultado esperado, tendo-se verificado no W12 um maior desgaste dos pneus que no RB16B.

Num momento em que a Red Bull e Verstappen continuam a distanciar-se nas contas dos campeonatos, a Mercedes parece não ter resposta, deixando a ideia de que dificilmente poderá contrariar a sua rival se não der um salto competitivo com o seu monolugar.

FIGURA: Max Verstappen

O holandês esteve intratável no Red Bull Ring… Conquistou uma pole-position por larga margem, sobretudo se levarmos em consideração o perímetro do circuito, e dominou completamente a corrida, desferindo um duro golpe psicológico em Lewis Hamilton e na Mercedes, o que deixa cada vez mais claro que, de momento, não têm resposta para os seus rivais.

Na sua forma habitual, Verstappen é muito difícil de ser batido e assume-se cada vez mais como o principal candidato ao título deste ano.

MOMENTO: Arranque

Depois do domínio evidenciado na qualificação por Verstappen, só a chuva, que não apareceu, ou um mau arranque da parte do holandês poderia dar a Hamilton uma possibilidade de ter uma palavra a dizer no desfecho da corrida. O piloto da Red Bull arrancou bem e não cometeu qualquer erro, o que não sucedera em Paul Ricard, e lançou-se para uma vitória perante a impotência da Mercedes e do Campeão do Mundo.

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