Fórmula E: México não favoreceu Félix da Costa

Por a 21 Junho 2021 14:00

O campeonato do mundo de Fórmula E chegou à meia distância em Puebla, no México, cidade que foi palco alternativo da prova. António Félix da Costa não teve muitas razões para sorrir.

O Autódromo Hermanos Rodriguez, na Cidade do México, recebe habitualmente a prova de Fórmula E, mas este ano, a pandemia obrigou a uma estreia, com a cidade de Puebla a receber pela primeira vez a competição 100% elétrica, num autódromo onde os efeitos do tempo já são claros. Robin Frijns chegou ao México líder e Félix da Costa era quarto.

Qualificação 1 – Porsche leva a melhor

Depois de nos treinos livres ter sido Oliver Rowland (Nissan) o destaque, sendo o mais rápido nas duas sessões. Pascal Wehrlein, da Porsche, foi o mais rápido na sessão de qualificação. 

A primeira fase da qualificação consistiu, como habitualmente, em quatro grupos de seis pilotos a tentarem fazer o melhor tempo para passarem à Superpole. O grupo 1 contava com os seis primeiros do campeonato que foram para a pista muito juntos, o que complicou logo a tarefa a todos. Os tempos neste grupo não foram muito competitivos, pelo facto de se estarem a atrapalhar uns aos outros, mas foi mesmo o Félix da Costa (Ds Techeetah) a ser o mais rápido. Nos restantes grupos, tudo decorreu de forma mais harmoniosa e nas contas finais, passavam à Super Pole Wehrlein (mais rápido, conquistando três pontos por isso), Rowland, Jake Dennis (BMW), Jean-Éric Vergne (DS techeetah), Max Gunther (BMW) e Edo Mortara (Venturi). Félix da Costa ficou com o 12º tempo.

Na Super Pole, Wehrlein, não facilitou e conquistou a sua segunda pole na Fórmula E (1:23.780), por uma margem mínima de apenas 0.058 seg para Rowland. Félix da Costa foi 12º, mas lagaria de 11º, pois os carros da Dragon Penske foram penalizados com 20 lugar na grelha de partida por terem quebrado os selos dos inversores dos carros, medida tomada pela equipa para verificar se estava tudo bem com os componentes.

Azar mexicano voltou a tramar Wehrlein

A história repetiu-se no México e depois de liderar a corrida toda, Wehrlein perdeu a vitória no final, por uma desclassificação devido a infração técnica. Lucas di Grassi foi o vencedor na dobradinha da Audi.

Wehrlein aproveitou o primeiro lugar e largou bem, instalando-se na frente do pelotão, sem problema. Rowland, arrancou mal e caiu para 14º enquanto Félix da Costa  conseguiu subir até ao nono posto.

Um erro de Nick Cassidy (Virgin), depois de falhar a entrada numa curva, que obrigou à entrada do Safety Car de Bruno Correia. Tínhamos na frente Wehrlein, Gunther, Dennis, Vergne e Mortara, posições que se mantiveram no recomeço.

Começou a dança do Attack Mode com os homens da frente a passarem pela zona de ativação, mas Wehrlein ficava em boa posição. Lucas Di Grassi tentava subir na tabela e passou Alexander Sims (Mahindra), subindo à sexta posição, com Sims a ficar à mercê de René Rast (Audi) e Félix da Costa. Félix da Costa caiu para 12º ao passar no AM, mas a ativação falhou e o português foi obrigado a ir de novo à zona de ativação, caindo para 15º. 

Pouco depois, Vergne bateu contra as proteções da pista, tocado por Sims, deitando por terra as hipóteses de um bom resultado. Félix da Costa tinha já regressado aos pontos, sendo décimo, quando faltavam 22 minutos para o fim da prova.

A corrida terminou mais cedo para Sam Bird (Jaguar), que na saída do AM sofreu um toque que danificou de forma terminal o seu monolugar, obrigando a nova entrada do Safety Car. 

A corrida recomeçou quando faltavam 12 minutos para o fim e nesta fase Wehrlein mantinha a liderança. O alemão da Porsche afastou-se da dupla da BMW, mas o Race Control anunciou que Wehrlein estava sob investigação por causa de uma infração técnica, com uma penalização a pairar sobre o carro #99, com o outro carro da Porsche e os dois carros da Nissan na mesma situação.

A BMW tentava garantir dois carros no pódio, mas esse cenário complicou-se pois Dennis caiu para sétimo e Gunther perdeu lugar para Mortara e Di Grassi, numa altura em que Félix da Costa era sexto. A corrida piorou para Félix da Costa que falhou uma travagem e caiu para oitavo, ficando sob pressão de Stoffel Vandoorne (Mercedes). 

Na frente, Mortara não tinha argumentos para segurar Di Grassi, com o brasileiro a subir para segundo e com Rast a passar também o piloto da Venturi na penúltima volta. 

No final, golpe de teatro, a Porsche foi desclassificada, o que entregou a vitória a Lucas di Grassi e à Audi, com René Rast em segundo e Mortara em terceiro. Félix da Costa foi sexto e subiu assim ao segundo lugar do campeonato. 

Qualificação 2 – Papéis invertidos 

Rowland foi o homem mais rápido da segunda qualificação, com Wehrlein em segundo, numa troca de papéis em relação à Qualificação 1. 

Tal como no dia anterior, os pilotos do grupo 1 (onde estava Félix da Costa) foram para a pista muito tarde e muito juntos, o que levou a lutas pela melhor posição o que inevitavelmente prejudicou a performance dos pilotos. Vandoorne foi o mais rápido, Félix da Costa foi apenas quinto, mas ficava a clara sensação que nenhum destes pilotos conseguiria um lugar na primeira metade da tabela. No entanto Rast foi penalizado por ter saído de pista e ter regressado de forma insegura, com o último lugar garantido.

Passaram à Superpole Dennis (o mais rápido da fase de grupos), Rowland, Vergne, Alex Lynn (Mahindra), Wehrlein e Mortara.

Na Superpole, Wehrlein voltou a colocar-se entre os favoritos. Lynn não fez uma volta má, mas estava sob investigação por infração técnica (algo que levaria a posterior penalização), mas no final foi Rowland que garantiu a pole (1:23.579). Félix da Costa foi apenas 22º e tinha tarefa dificultada para corrida.

Mortara em grande vence a segunda

Edoardo Mortara foi o oitavo piloto a conseguir vencer na Fórmula E este ano. O piloto da Venturi fez uma excelente prova, gerindo bem o ritmo e com uma boa estratégia. Para António Félix da Costa foi um dia para esquecer.

Rowland largou bem, mas o mesmo não aconteceu a Wehrlein que caiu para terceiro, atrás de Mortara. Dennis e Vergne completavam o top  e. Félix da Costa ganhou uma posição no arranque.

Rowland foi o primeiro dos homens da frente a ir ao Attack Mode (AM) caindo para quarto, ficando Mortara na frente da corrida. Duas voltas depois o piloto da Venturi foi à zona de ativação, perdendo apenas duas posições, ficando perto de Rowland, com Wehrlein agora na frente da corrida.

Wehrlein fez a primeira ativação ao mesmo tempo que Rowland fez a segunda, despachando logo a questão do Attack Mode. A corrida acabou mais cedo para Nyck de Vries (Mercedes), com muitos danos no seu carro, depois de um toque de Di Grassi, na saída do AM que muito deu que falar durante o fim de semana. Nesta fase Félix da Costa era 17º, já com a segunda ativação do Attack Mode feita.

Mortara foi ao segundo AM, mas conseguiu manter-se na frente da corrida, numa excelente operação do piloto da Venturi, ficando à frente Rowland e Wehrlein.

A tarde de António Félix da Costa ia piorando com um pedaço de publicidade a atrapalhar a aerodinâmica do carro, numa altura que caiu para 17º. 

Di Grassi foi penalizado com um Drive Through na mesma altura em que Oliver Turvey desistia com problemas no seu NIO, depois de um toque violento com Sebastien Buemi (Nissan), com Di Grassi ao barulho. Os homens da Jaguar estavam a fazer uma excelente corrida com Mitch Evans já nos pontos e Bird logo atrás, quando faltavam ainda 20 minutos para o fim. 

Rowland cometeu um erro na saída da última curva e abriu a porta a Wehrlein, que subiu para segundo lugar, iniciando o ataque a Mortara.

A DS Techeetah continuava com uma tarde para esquecer com Vergne a fazer um pião e Félix da Costa a aparecer com  o carro muito danificado depois de perder o controlo do carro na curva 7, terminando aí a sua corrida.

A cinco minutos do fim, Mortara mantinha Wehrlein à distância com Rowland a ser pressionado por Cassidy e nas últimas voltas, o piloto da Virgin passou finalmente Rowland e subiu ao top 3. Na última volta, Tom Blomqvist foi em frente na curva sete, mas tal não impediu Mortara de cruzar a linha de meta em primeiro festejando a sua segunda vitória no campeonato, seguido de Wehrlein e Cassidy a completar o pódio. No entanto Wehrlein voltaria a ser penalizado por uma infração técnica por uso indevido do fanboost, caindo assim para quarto, com Rowland a ser promovido a terceiro.

Corrida 1:

1º 11 Lucas di Grassi, Audi Sport ABT Schaeffler Formula E Team, 28 voltas

2º 33 René Rast, Audi Sport ABT Schaeffler Formula E Team, +0.497 seg.

3º 48 Edoardo Mortara, ROKiT Venturi Racing, +2.774 seg.

6º 13 António Félix da Costa, DS Techeetah, +11.624 seg

Corrida 2:

1º 48 Edoardo Mortara, ROKiT Venturi Racing, 32 voltas

2º 37 Nick Cassidy, Envision Virgin Racing, +4.169 seg.

3º 22 Oliver Rowland, Nissan e.dams, +6.912 seg.

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