Uralkali Haas F1 Team: Haas mostra VF-21 e equipa
A Haas apresentou a sua equipa de Fórmula 1, a Uralkali Haas F1 Team, bem como o seu novo VF-21.
Depois duma época muito difícil, que culminou apenas com o registo de três pontos, e o consequente nono lugar no Mundial de Construtores, apenas na frente da Williams, a equipa de Gene Haas mostrou imagens do seu novo VF-21 e anunciou novo patrocinador nominal. Devido ao novo patrocinador, a equipa chama-se agora Uralkali Haas F1 Team.
A equipa norte-americana recebe agora muito dinheiro russo, mas vai continuar sem estar talhada para fazer muito melhor em 2021, não só porque passa a ter no seu plantel dois pilotos rookies, Mick Schumacher e Nikita Mazepin, bem como terá um carro que não irá desenvolver ao longo do ano, poupando meios para se concentrar no monolugar de 2022 (ver caixa), o que pode tornar a temporada ainda mais complicada do que seria de esperar. Seja como for, isso não vai fazer muita diferença, pois atrás só têm a Williams.
Portanto, depois do primeiro teste no Bahrein com este no VF-21, a equipa norte-americana vai utilizar os seus recursos limitados apenas no monolugar de 2022, apostando no médio prazo, tentando colher benefícios posteriormente: um passo atrás para tentar depois dar dois à frente…
Depois da saída de dois pilotos experientes como Romain Grosjean e Kevin Magnussen, o line up para 2021 será composto pelo campeão de Fórmula 2, Mick Schumacher, que se estreia na F1 com a Haas, precisamente 30 anos depois do seu pai, Michael Schumacher, ter iniciado a sua carreira com a Jordan.
Ao lado do piloto alemão da Academia da Ferrari estará o russo Nikita Mazepin, que terminou em quinto lugar na classificação da Fórmula 2 em 2020, tendo pelo meio obtido duas vitórias em corridas.
“Vamos ter uma época bastante desafiante, já sabemos disso. Estamos preparados para isso. Vamos comprometer o curto prazo para obter ganhos a médio e longo prazo. É esse o nosso plano neste momento”, disse Guenther Steiner, Chefe de uma equipa que espera melhorias consideráveis do lado da unidade motriz da Ferrari, que em 2020, esteve ‘espartilhada’ resultante do ‘castigo’ da FIA.
Equipa americana, patrocinador russo
Outro dado interessante passa pelo novo patrocinador principal, e nominal, da equipa, Uralkali, uma empresa cujo dono é o bilionário pai de Nikita Mazepin, Dmitry Mazepin: “Tenho o prazer de dar as boas-vindas da Uralkali à Fórmula 1, como parceiro principal da equipa Haas F1”, disse o fundador e presidente da equipa, Gene Haas: “Estamos ansiosos por representar a sua marca ao longo de toda a temporada”. É um momento emocionante para a equipa com a Uralkali a bordo, tendo Nikita Mazepin e Mick Schumacher como nossos pilotos. Espero que consigamos marcar alguns pontos este ano, temos tido épocas difíceis, mas agora estamos de olho em 2022 e na implementação dos novos regulamentos”.
Tendo em conta o novo patrocínio, o esquema de cores da Haas mudou para o branco, vermelho e azul, cores da bandeira russa, isto numa altura em que a bandeira russa não pode ser usada, como resultado das restrições impostas ao país como pena do enorme escândalo de doping dos seus desportistas.
Os testes têm lugar de 12 a 14 de março no Circuito Internacional do Bahrein antes do início da temporada 2021, com o Grande Prémio do Bahrein, a 28 de março.
Haas não irá desenvolver o carro de 2021
Uma jogada arriscada mas com os olhos postos no futuro. A Haas não vai desenvolver o seu monolugar de 2021, focando todos os seus recursos no carro de 2022.
Com a chegada de novas regras chegam novas oportunidades e a Haas quer tentar recuperar o máximo de terreno com a nova regulamentação. Para isso irá abdicar do desenvolvimento do carro de 2021, como explicou Gunther Steiner, que admite que é uma jogada arriscada, olhando também à performance que a equipa teve em 2020: “Sim, existe esse risco, mas precisamos de viver com esse risco”, disse Steiner. “Precisamos de ver o panorama geral a médio e longo prazo, não é a curto prazo. Se apenas vemos a curto prazo, então em 2022 arriscamo-nos a dizer , ‘Porque não fizemos o carro de 2022? Porque agora não conseguimos recuperar”.
“É muito difícil recuperar o atraso em relação às restrições aerodinâmicas e ao limite orçamental. Por isso, põe-se o máximo que se pode na parte da frente”.
Steiner diz que a sua equipa está preparada para um ano difícil: “Vai ser uma época bastante desafiante, sabemos disso. Preparámos-nos para isso”. Vamos fazer o máximo que pudermos para este ano a médio prazo, comprometer o curto prazo, para termos ganhos a médio e longo prazo. É esse o nosso plano neste momento”.
Questionado sobre os objectivos para esta temporada, Steiner salientou que o principal objectivo é proporcionar uma boa época de estreia para os rookies Mick Schumacher e Nikita Mazepin.
“Controlo de danos, tentando fazer o melhor”, disse ele. “Para mim o sucesso seria preparar dois pilotos para o futuro até ao final do ano”.
“Eles aprenderão durante um ano, e eu penso que é uma boa oportunidade, porque a pressão não será tão grande como quando se tem um bom carro. Por isso, penso que as nossas ambições são realistas. Só queremos fazer o melhor que pudermos. Esperamos poder obter alguns pontos de vez em quando. Mas vai ser difícil – e estamos preparados para isso”.