Indy 500: Segunda vitória de Takuma Sato

Por a 24 Agosto 2020 14:11

Takuma Sato assegurou a sua segunda vitória nas Indy 500, numa corrida maioritariamente dominada por Scott Dixon. Um acidente perto do fim impediu o ‘clímax’ final, já que Dixon e Graham Rahal rodavam muito perto. Fernando Alonso foi apenas 21º.

Aos 43 anos, Takuma Sato ganhou a 104ª edição das 500 Milhas de Indianapolis, assegurando o seu segundo triunfo na mítica prova. O japonês tornou-se no 20º piloto a triunfar na corrida pelo menos duas vezes. Ganhou em 2017, conduzindo para Andretti Autosport e agora chegou a nova vitória, pela Rahal Letterman Lanigan Racing, numa corrida que terminou com bandeiras amarelas na sequência de um grave acidente que levou à entrada das equipas médicas em pista, a quatro voltas do fim, depois de Spencer Pigot bater violentamente nos pneus de proteção à entrada do pitlane. Apesar de ‘abanado’, não teve ferimentos graves. O vencedor das Indy 500 de 2008, Scott Dixon foi segundo, com o companheiro de equipa de Takuma Sato, Graham Rahal, a fechar o pódio, num excelente dia para a Rahal Letterman Lanigan Racing.

Scott Dixon foi o grande dominador da prova, já que liderou 111 voltas, subindo dessa forma ao terceiro lugar da lista dos pilotos que mais voltas lideraram as Indy 500, mas terminou em segundo lugar pela terceira vez. O homem de pole, Marco Andretti conluiu a corrida apenas no 13º lugar, enquanto Fernando Alonso não foi além da 21ª posição, nunca tendo estado, sequer perto da frente. Ainda não foi desta que chegou à Tripla Coroa, e não vai ter nova tentativa nos próximos dois anos, já que vai correr com a Renault na F1.

Scott Dixon contruiu inicialmente uma boa margem, perdeu-a com os incidentes em pista, Alexander Rossi despistou-se, após uma saída das boxes. Dixon continuava na frente a meio da corrida, um acidente reagrupou o plantel, e na derradeira fase da corrida, qualquer um dos primeiros poderia vencer, Takuma Sato, Scott Dixon, Graham Rahal, Santino Ferrucci, Josef Newgarden, mas o acidente de Spencer Pigot impediu que existisse emoção nas últimas quatro voltas, tendo a corrida terminado com Pigot a recuperar do seu acidente, sentado no chão da pista. Foi um anti clímax, pois o que se esperava para as últimas voltas era interessante. Mas as corridas são mesmo assim.

Classificação

1        30      Takuma Sato Rahal Letterman Lanigan Racing 3h10m05.088s

2        9        Scott Dixon  Chip Ganassi Racing         0.057

3        15      Graham Rahal        Rahal Letterman Lanigan Racing 0.095

4        18      Santino Ferrucci      Dale Coyne Racing with Vasser Sullivan 0.392

5        1        Josef Newgarden    Team Penske 1.661

6        5        Patricio O’Ward      Arrow McLaren SP  3.249

7        29      James Hinchcliffe    Andretti Autosport  4.269

8        88      Colton Herta Andretti Harding Steinbrenner Autosport        5.191

9        60      Jack Harvey  Meyer Shank Racing         6.813

10      28      Ryan Hunter-Reay   Andretti Autosport  7.961

11      3        Helio Castroneves   Team Penske 10.314

12      10      Felix Rosenqvist     Chip Ganassi Racing         13.966

13      98      Marco Andretti       Andretti Autosport 16.065

14      12      Will Power    Team Penske 17.643

15      26      Zach Veach   Andretti Autosport  19.396

16      67      J.R. Hildebrand      Dreyer & Reinbold Racing 20.234

17      59      Max Chilton  Carlin 21.491

18      4        Charlie Kimball       A.J. Foyt Enterprises        24.701

19      14      Tony Kanaan A.J. Foyt Enterprises        1 volta

20      21      Rinus van Kalmthout         Ed Carpenter Racing         1 volta

21      66      Fernando Alonso    Arrow McLaren SP  1 volta

Takuma Sato: “A viver um sonho”

Takuma Sato revelou estar a “viver num sonho” depois de ganhar as 500 milhas de Indianápolis pela segunda vez. Sato tornou-se apenas o 20º piloto na história a ganhar mais do que uma Indy 500. O antigo piloto Jordan, BAR e Super Aguri na Fórmula 1, onde esteve entre 2002 e 2008 nem imaginava que seria depois disso que a sua carreira de piloto profissional chegaria ao topo: “Aos 43 anos, ainda a pilotar, isto é apenas viver num sonho. Nunca imaginei sequer uma situação como esta. As pessoas dizem que 2012 foi o meu auge e a melhor hipótese, mas continuei. Tive uma segunda oportunidade na vida. Mantive a mente aberta, continuei a desafiar-me. Mas nunca pensei que a minha vida nas corridas continuasse para lá da Fórmula 1. Agora estou a competir na IndyCar há mais de 10 anos”, disse Sato, naturalmente, muito feliz. A corrida terminou sob uma ‘cautela’ o que foi uma bênção para Sato: “Todos sabíamos e observámos que Scott foi o melhor durante as duas semanas inteiras. Dixie e Ganassi fizeram um trabalho fenomenal para ter sempre o carro na situação mais competitiva. Ele liderou após a partida, e depois ‘desapareceu’. Nessa altura, eu ‘brincava’ com misturas, vendo a quilometragem de combustível que conseguíamos obter mas depois da última paragem percebi que estava a usar demasiado combustível, por isso tive de recuar na mistura, e imediatamente o Scott apanhou-me. Voltei à potência máxima, quando o deixava para trás voltava à mistura mais ‘magra’. Basicamente, as últimas bandeiras amarelas salvaram-nos. Podia correr bem, mas penso que teria sido ameaçado pelo Dixie durante as últimas voltas, quando ele teria, a mistura mais rica”, explicou Sato.

Alonso muito longe: Espanhol terminou no 21º lugar

Logo nos treinos se percebeu que Fernando Alonso dificilmente teria uma palavra a dizer nas Indy 500 deste ano. Percebe-se a vontade do espanhol, os pilotos de F1 são na sua grande generalidade bem melhores que os da IndyCar, mas não se pense que lá chegam e com alguma facilidade conseguem fazer jogo igual com os melhores, que lá andam há muitos anos. Ainda assim, depois de ter sido 24º em 2017 com a McLaren-Honda-Andretti, nem sequer se qualificou em 2019 com o Dallara Chevrolet da McLaren Racing. Este ano, não havia esse ‘problema’, de se qualificar para a corrida, mas o Dallara Chevrolet da Arrow McLaren SP só lhe permitiu ser 26º na grelha e 21º na corrida. E o ‘problema’ não foi do carro, já que o seu colega de equipa, Pato O’Ward, que também não se qualificou para a corrida o ano passado, foi sexto depois de ter arrancado de 15º. Alonso terminou numa discreta 21ª posição, a uma volta do vencedor. O asturiano ainda chegou a estar na 16ª posição, a meio da corrida, mas as suas, já poucas possibilidades terminaram a 75 voltas do final, quando problemas de embraiagem o atrasaram numa paragem e o forçaram a fazer uma paragem adicional, regressando ao fundo da tabela.

Em momento algum Alonso esteve sequer, perto do top 10: “Tivemos desde início problemas de equilíbrio no carro. Nas paragens, continuámos a mexer na asa dianteira, fizemos ajustes aos pneus e estávamos satisfeitos, chegando à 15º posição na volta 110. Mas, houve um problema na embraiagem e não soubemos como resolver. Acabamos sem ela, ou seja, em todas as paragens os mecânicos tinham de empurrar o carro. Estou feliz por terminar a corrida, cruzar a linha e ter 500 milhas feitas, isso é o positivo. O negativo é que estivemos fora da luta por causa da embraiagem. Estou muito orgulhoso do trabalho que fizemos ao longo das últimas semanas. Tentámos correr, mas a sorte não esteve connosco hoje”, finalizou Alonso.

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