Mecânicos da Red Bull: Os heróis do Hungaroring
Depois da melhor classificação conjunta de sempre da Haas na F1, em Melbourne 2018, quando Kevin Magnussen e Romain Grosjean arrancaram de quinto e sexto, dois erros da equipa tornaram a corrida num absoluto desastre, devido a rodas mal apertadas.
Desta feita, na Hungria, os mecânicos da Red Bull resolveram em cerca de 20 minutos uma saída de pista de Max Verstappen, que arrancou a asa dianteira do seu RB16 e podia ter danificado muito mais a suspensão.
Caso isto tivesse sucedido, seria ‘Game Over’.
Os mecânicos muitas vezes são os vilões – ainda assim muito menos que os pilotos – desta feita foram os heróis.
O que normalmente se faz em 90 minutos, os mecânicos da Red Bull fizeram-no em 20. Reparar uma suspensão de um Fórmula 1.
Pouco antes, Max Verstappen bloqueou os travões quando seguia para a pré-grelha e acabou nas barreiras, danificando a asa dianteira e a suspensão dianteira esquerda. O que se seguiu foi um dos trabalhos de equipa mais notáveis que verá numa pista de corridas, uma vez que os mecânicos da Red Bull mudaram a suspensão dianteira esquerda do carro em apenas 20 minutos. E apenas lhes sobrou 25 segundos.
“Penso que Max saiu três vezes naquela volta para a grelha”, disse o chefe da equipa Red Bull, Christian Horner, depois da corrida. “O terceiro parecia ‘terminal’, mas não. Se tem atingido o braço de suspensão, teria ficado logo ali. Decidimos levar o carro até à grelha e fazer o nosso melhor para o reparar e os mecânicos fizeram um trabalho inacreditável. “O mérito é todo deles porque sem eles este resultado não teria sido possível”.
Já Verstappen, pensava que a sua corrida tinha terminado antes mesmo de começar: “Pensei que a corrida tinha acabado, mas consegui fazer marcha-atrás e depois nunca desisti, levei o carro para a grelha para ver o que podia acontecer. Pude ver que os mecânicos fizeram um trabalho espantoso, por isso já estava feliz por começar a corrida. Penso que o ‘track rod’ e ‘pull rod’ (ndr, elementos da suspensão) e a barra anti rolamento estavam partidas, e eles fizeram um trabalho espantoso. Depois, já sentado no carro pude vê-los, a gritar uns com os outros ’10 segundos! ‘Cinco segundos!’ Colocaram a roda e o último pedaço de fita adesiva na suspensão, pus os polegares para cima e eles disseram ‘Sim, sim, vamos embora’. Verifiquei a roda, senti-me bem e depois, durante a corrida, nada de estranho aconteceu, por isso ficou perfeitamente arranjada”.
Costuma dizer-se que todos os diabos têm sorte. Foi o que aconteceu ao “diabinho” Max. Fantástico trabalho dos mecânicos, que ele recompensou com um segundo lugar final