EVOLUÇÃO DO RALI DE PORTUGAL: IMPRENSA


O jornalista do AutoSport Martin Holmes trabalhou durante muitos anos com César Torres, logo desde o início do Mundial de ralis, em 1973, em projetos relacionados não só com o seu rali, mas num contexto mais amplo do novo Campeonato do Mundo de Ralis. Eram tempos em que o desenvolvimento do Mundial se centrava em poucas pessoas, longe do centro da FIA, e uma delas era César Torres.

Curiosamente, juntamente com o Fernando Petronilho, antigo Diretor do AutoSport, foi criada a Rally Press Association, que tomava conta das necessidades dos meios de comunicação social, uma área que mudou muito mais que os eventos que cobria.

Nos anos 50 e 60 as revistas de desporto motorizado queriam histórias sobre ralis porque estes eram uma atividade em que os construtores envolvidos tinham dinheiro para gastar em publicidade, especialmente para celebrar os seus sucessos. E para o encorajar, os editores precisavam de uma base de leitores interessados no desporto, histórias regulares e informação.

Isto foram os primórdios. Há 53 edições do Rali de Portugal os editores precisavam do material cerca de 48 horas depois do final dos eventos, agora precisam da mesma informação o mais rapidamente possível para ser colocada na internet, e no prazo de algumas horas, caso seja para o ‘papel’.

Antes, tudo era escrito à máquina e entregue em mão, ou seguia pelo correio expresso. Depois surgiu o telex, o fax, e só muito depois a internet. Como se calcula tudo isto criou grandes mudanças na forma como se faz chegar a informação ao leitor. Hoje em dia é perfeitamente possível com um smartphone na mão estar no meio de um troço a ‘twittar’ o acidente e o incêndio do Hyundai i20 WRC de Hayden Paddon em Ponte de Lima. Segundos depois. Ou mesmo a fazer diretos do meio da Serra…

Hoje em dia o AutoSport faz semi-diretos do meio do Parque de Assistência dos Ralis ou no Todo-o-terreno, assim que os pilotos regressam ou estão prestes a partir para os troços. Informação mais “em cima” que esta, não há, só mesmo o WRC All Live no caso dos ralis, ou a, natural, TV.

Outra grande mudança nos media, que não tem a ver com a tecnologia, foi a introdução de assessores de imprensa e relações públicas. Eram bem mais interessantes os tempos em que o acesso aos pilotos do WRC era feito diretamente, onde calhasse, e não tivesse que ser numa ‘media zone’ ou com hora marcada no parque de assistência com os Press Offciers a abanar a cabeça como que a dizer, não respondas a essa…

Para dar o exemplo do Rali de Portugal, qualquer um de nós passava a semana do rali a ouvir a rádio, que esta praticamente todo o dia a transmitir rali. A RTP dava alguns diretos, resumos diários, e o AutoSport explicava tudo um ou dois dias depois. Tanto nos anos 90 quanto em 2007, o AutoSport fez jornais Diários do Rali. Nos anos 90 justificava-se perfeitamente o esforço. Em 2007, muito ainda achavam muto bom poderem ter o jornal, que foi distribuído em mão na zona do rali, mas hoje em dia qualquer um tem um smartphone na mão, pode ver os tempos, as declarações no final dos troços, e se tiver boa internet também pode estar a ver o troço ao vivo e pelo WRC All Live.

Claro que se quiser saber mais pormenores a seguir, pode sempre ir ver o nosso site. É, de longe, o ponto alto do ano em termos de tráfego. Era, mas não em 2020. Por isso mesmo é que estamos a publicar tudo o que temos sobre a história do Rali de Portugal.

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