Voo dos Mercedes em Le Mans foi há 25 anos
O ano de 1999 tinha tudo para que Pedro Lamy pudesse entrar na história das 24 Horas de Le Mans. Piloto oficial da Mercedes-Benz, fazendo equipa com Bernd Schneider e Franck Lagorce num Mercedes CLR, Lamy tinha pela primeira vez hipótese de lutar pelo triunfo na prova.
Começou bem: nos treinos, foi 4º – e o melhor dos Mercedes. Porém, na corrida nem tudo aconteceu como previsto. E Pedro Lamy de facto entrou na história da prova, mas não pelos melhores motivos: a edição de 1999 ficou célebre pelos voos dos CLR. Logo nos treinos, Mark Webber protagonizou dois momentos de frisson, no final das Hunaudières.
Felizmente, o australiano saiu ileso. O Estado-maior da Mercedes reuniu de emergência, procurando remediar o problema da instabilidade da frente do carro, que provocara o descolar do mesmo, a alta velocidade, na pequena lomba no final da reta maior do circuito. Depois, na corrida, onde os «carros ficaram mais difíceis de guiar», de acordo com palavras de Lamy, calhou a Peter Dumbreck levantar voo, no mesmo local.O acidente, em direto na televisão para todo o Mundo, foi impressionante: o CLR levantou voo, fez três “loopings” e aterrou fora da pista, entre as árvores, de rodas para baixo. Dumbreck saiu ileso, apenas ligeiramente chocado, «como se tivesse levado um murro.» A Mercedes retirou ou dois CLR restantes, «para alívio de Lamy», que tinha já feito dois turnos, conforme o AutoSport reportou na ocasião.
O Lamy tem uma carreira de fazer inveja, desde campeão alemão em diversas categorias, passando por campeão mundial FIA em vários campeonatos, para não falar das 5 vitórias nas 24 horas em Nurbugring e, sei que ele vive uma vida sem arrependimentos, no entanto, é com tristeza que vejo que um dos melhores pilotos nacionais (se não o melhor) que teve uma carreira brilhante nas fórmulas de ascensão, por inúmeros azares, não conseguiu ter uma verdadeira dourada de ainda mais troféus e títulos.
Uma correcção, a Mercedes começa os treinos com 3 carros e para a corria só participam 2. O carro que capotou 2 vezes nos treinos já não participa na prova.
Este Mercedes de 1999 foi pelo menos um dos mais belos prototipos que já correram no WSC.
A estabilidade aerodinâmica do carro, particularmente numa pista longa como La Sarthe, é que deixava a desejar.