Grande Prémio da Austrália F1 1995: Ponto dourado de Pedro Lamy
Já não falta muito para fazer 30 anos! O Grande Prémio da Austrália de 1995 ficou na História da F1 por dois motivos: o primeiro, porque nos treinos Mika Hakkinen se despistou, embatendo nas proteções e ficando seriamente ferido; o segundo, de índole puramente nacional – porque foi aí que Pedro Lamy conquistou o seu único ponto, tornando-se o primeiro piloto português a protagonizar tal façanha em 45 anos (então) de F1.
A corrida foi ganha por Damon Hill, com um Williams/Renault, que bateu Olivier Panis (Ligier/Mugen) por duas voltas.O pódio ficou completo por Gianni Morbidelli, num Arrows/Hart, também a duas voltas. Em quarto, terminou Mark Blundell (McLaren/Mercedes) e, a três voltas, ficaram Mika Salo (Tyrrell/Yamaha) e Lamy (Minardi/Ford). Terminaram a corrida oito pilotos – traduzindo o autêntico festival de abandonos que a prova australiana foi, oito deles devido a acidentes.
Vinte cinco anos depois, Lamy continuava a recordar «com muito carinho» aqueles que «não foram momentos muito felizes da minha vida como piloto. É certo que a F1 foi uma experiência muito enriquecedora, mas nunca estive numa equipa competitiva, onde pudesse vibrar com os resultados.»
Por isso, assumia que quando terminou aquela prova em 6º, «foi interessante, mas nada do outro mundo.» O resultado, de facto, não lhe abriu nenhuma porta e, pouco mais de um ano depois, Lamy deixou a F1, com um “score” de 32 Grandes Prémios disputados e mazelas físicas que durante muito tempo o atormentaram.
Contudo, concedeu que «para a Minardi aquele ponto foi muito importante. Era uma equipa muito limitada e, se fiquei feliz, foi mais pela equipa que por mim.» Sobre a corrida, o piloto recorda-a como «muito confusa, com muitos acidentes e abandonos.» Ele próprio ainda teve tempo para «fazer um pião», que afinal acabou por não comprometer a sua prova.
Seja como for, Lamy consolidou então o seu lugar na história do desporto automóvel nacional – lugar que sempre enriqueceu com vitórias e títulos como, por exemplo, o pódio na estreia nas 24 Horas de Le Mans 1997 no Porsche 911 GT1 da Schübel Engineering ao lado de Armin Hahne e Patrice Goueslard, quando foi terceiro da GT1 e quinto da geral, em 2001, com a Team PlayStation, oa laod de Olivier Beretta e Karl Wendlinger (Chrysler LMP) foi terceiro da classe e quarto da geral, em 2007, na equipa oficial da Peugeot, ao lado de Stéphane Sarrazin e Sébastien Bourdais (Peugeot 908 HDi FAP) foi segundo da geral, o que repetiu em 2011, ao lado de Sébastien Bourdais e Simon Pagenaud (Peugeot 908), venceu a classe GTE Am em 2012, com a Larbre Competition ao lado de Patrick Bornhauser e Julien Canal (Chevrolet Corvette C6.R), venceu o FIA GT em 1998 no Viper Team Oreca (Chrysler Viper GTS-R) venceu as Le Mans Series em 2004 (GTS/Larbre Compétition/Ferrari 550-GTS Maranello), 2006 (GT1/Aston Martin Racing Larbre/Aston Martin DBR9) e 2007 duas vezes com a Larbre e a última com o Team Peugeot Total (Peugeot 908 HDI FAP). Ou ainda quando em 2017 venceu a classe LMGTE Am do WEC com a Aston Martin Racing (Aston Martin Vantage GTE). Exemplos, não lhe faltam.