Pandemia COVID-19 afeta mundo inteiro: Motores parados
Por José Luís Abreu
Não foi só a Fórmula 1 que ficou em ‘stand by’ até maio. Em Portugal a FPAK suspendeu toda a atividade desportiva e todas as principais competições sofreram adiamentos, cancelamentos ou suspensões
Coronavírus ou COVID-19. Duas palavras que o ‘mundo motorizado’ tão cedo não irá esquecer. A temporada já se tinha iniciado em várias latitudes e competições, mas o surto que já passou a pandemia fez parar os motores em todas as competições motorizadas, pelo menos as supervisionadas pela FIA.
Em Portugal, não vai haver automobilismo durante as próximas três semanas, até ao início de abril. A FPAK emanou um comunicado em que anuncia a suspensão das competições, já que as prioridades são agora outras: “Na sequência do parecer da Comissão Médica da FPAK relativamente à situação clínica de pandemia provocada pelo coronavírus Covid 19, assim como das recomendações da Organização Mundial de Saúde e da Direção Geral de Saúde, entendeu a Direção da FPAK suspender toda a atividade desportiva da Federação pelo período de três semanas. Após este período será reavaliada toda a situação e as medidas ajustadas em conformidade com as autoridades de saúde. Trata-se de uma decisão que vai ao encontro da necessidade de tomar medidas efetivas de combate à situação de emergência de saúde pública que vivemos, que merecerá decerto a compreensão de todos”.
Deste modo, estão suspensas todas as provas até ao fim de semana de 3 a 5 de abril, sendo que as competições previstas para as datas seguintes, serão avaliadas de acordo com o momento que se viver nessa altura.
Neste momento, em todo o mundo já foram canceladas ou adiadas provas de todas as principais competições, e não só. O desporto motorizado internacional sofreu um forte abalado com o Coronavirus.
Com as consequências do vírus a serem cada vez mais evidentes um pouco por todo o lado, deixou de haver alternativa. Parar é imperativo.
Se a Fórmula 1 foi parada apenas algumas horas antes do seu início previsto, muitas outras anteciparam-se.
Começando pelo Moto GP, e já agora as SuperBike, os calendários foram ajustados. Na competição onde milita o português Miguel Oliveira, a corrida da Argentina passou para o fim‑de‑semana de 20 a 22 de novembro, com o GP de Valência entre 27 e 29 de novembro com a competição a ter previsto o seu arranque para o primeiro fim‑de‑semana de maio, de 1 a 3, em Jerez de La Frontera, isto se o COVID-19 o permitir.
Na Fórmula 1, já o escrevemos nas primeiras páginas deste jornal, a IndyCar anunciou que as corridas em São Petersburgo (Flórida), Barber Motorsports Park, Long Beach e o Circuito das Américas foram canceladas: “Após cuidadosa consideração, tomámos a decisão de cancelar todos os eventos da NTT IndyCar Series até abril.”
As 12h de Sebring, prova da IMSA, que se deveria correr de 18 a 21 de março foram adiadas. A mítica prova de resistência americana deveria acontecer com as 1000 milhas de Sebring do WEC, prova que foi mais cedo cancelada devido as restrições impostas pelos EUA à entrada de pessoal vindo da Europa.
Se mais corridas do WEC vão ser canceladas daqui para a frente, não se sabe, já que esta é uma situação em rápida mudança, que ninguém enfrentou antes pelo que não é possível saber neste momento. As 12h de Sebring foram entretanto adiadas para novembro, de 11 a 14.
A FIA adiou o início da Fórmula 2 e da Fórmula 3. Após o anúncio da Fórmula 1 sobre ‘stand by’ da F1 até maio, a FIA também comunicou que a primeira ronda dos campeonato de suporte, a Fórmula 2 e a Fórmula 3, também foram adiados, para data a definir.
Uns dias antes, a Fórmula E já tinha suspendido a temporada durante dois meses, depois de considerar que o desafio que a atual crise de saúde resultante do COVID-19 representa para a organização de eventos nos centros das cidades.
O promotor do WTCR, Taça do Mundo de Carros de Turismo FIA, o Eurosport Events, juntamente com o Hungaroring Sport Z rand MNASZ e a FIA anunciaram também o cancelamento da prova de abertura do campeonato, na Hungria, originalmente marcada para 24 e 26 de abril.
Para manter o calendário de 20 corridas previsto para o WTCR, a FIA concordou com o reagendamento da sessão de qualificação e as duas corridas previstas para o fim-de-semana de Hungaroring se realizem dentro do evento da corrida de Espanha, agendado para o MotorLand Aragón, de 3 a 5 de julho.
Quanto à European Le Mans Series, foi tomada a decisão de adiar o teste oficial e a ronda de abertura da competição, prevista para Barcelona nos dias 4 e 5 de Abril, bem como as 4 Horas de Monza, agendadas para os dias 9 e 10 de maio. As novas datas para as 4 Horas de Barcelona e as 4 Horas de Monza serão comunicadas posteriormente.
No World Rallycross Championship (World RX) a abertura da competição, prevista para Barcelona a 18 a 19 de abril, foi adiada, não tendo sido, para já
divulgada qualquer informação sobre a segunda prova do World RX, prevista para Montalegre, em Portugal, nos dias 2 e 3 de maio.
E o WRC também não sai incólume. Apesar do Rali do México ter sido o único grande evento motorizado que se realizou no passado fim de semana, já se sabe que a prova seguinte, o Rali da de Argentina, previsto para o fim de semana de 24 a 26 de abril, não se irá realizar, já que foi adiado.
A prova seguinte, entre 21 e 24 e maio, é o Rali de Portugal. Resta esperar que tudo isto se resolva até lá, sendo que essa será uma decisão que terá de ser tomada algum tempo antes. A Fórmula 1 pondera arrancar nesse mesmo fim de semana com o GP do Mónaco, mas nesta altura ninguém sabe como vai evoluir a pandemia, e isso é que irá decidir quando tudo recomeça…