WRC, Thierry Neuville: “Passámos de 16s atrás para 12s à frente…”
Por José Luís Abreu
Thierry Neuville/Nicolas Gilsoul (Hyundai Shell Mobis WRT) venceram o Rali de Monte Carlo, uma estreia para a dupla belga, que finalmente acabou com o ‘reinado de Sébastien Ogier…e Sébastien Loeb, na prova monegasca.
Thierry, o que significa para ti esta vitória?
“É muito difícil de descrever. Foi um duro desafio estar sempre na luta durante os quatro dias. Tivemos algumas condições perfeitamente incríveis nos troços, e algumas surpresas, a começar logo na noite de 5ª feira, pois ninguém sabia realmente o que iríamos apanhar e como estavam os troços. 6ª Feira foi outro dia incrível. Por fim, o domingo correu-nos realmente bem e conseguimos garantir a vitória. Antes do último troço, sabíamos que a vitória era praticamente nossa já que tínhamos uma folga confortável. O ano passado sofremos uma grande deceção. Quando andam dois ou três pilotos na luta, todos querem ganhar, mas só um o pode conseguir e os outros ficam desapontados. No ano passado, fomos nós, mas este ano, o grande sorriso na face é nosso.”
Quão difícil foi esta batalha tão acirrada?
“Mais do que realmente as dificuldades dos pneus e as condições foram os dois ‘socos’ que recebemos. Também conseguimos dar alguns ‘socos’ aos outros porque na 5ª Feira fizemos um segundo troço muito bom e foi difícil para os outros entenderem. Na 6ª Feira de manhã, fui logo apanhado com mais de 10 segundos no primeiro troço. No sábado, também o Elfyn conseguiu abrir mais 13 segundos no segundo troço do dia. Foi surpreendente: às vezes és mais rápido e não entendes porque os outros são mais lentos e de repente, ‘bang’, eles dão-te 10 segundos e tu tens que lidar com isso. Eu estava 16 segundos atrás do líder e num rali de asfalto, é quase impossível recuperar se eles não cometerem um erro. Precisas de muita confiança no carro e isso pode-te dar a oportunidade de ripostar e fazer a diferença. Conseguimos fazê-lo bem no sábado e especialmente no domingo. Estou muito contente com o resultado final”.
Falas em confiança antes do troço final, mas só era preciso um pião para que essa vantagem se esfumasse, e para além disso, tinhas uma pequena parte duma jante a faltar…
“Isso aconteceu no segundo troço. Faltava-nos uma pequena parte da jante, mas não sabíamos porquê. Não foi um drama. Queríamos manter três pneus macios, então decidimos continuar com aquela jante pois ela estava a funcionar bem. É apenas uma questão de confiança, quando se pode guiar ao teu ritmo e sabes que o tempo foi bom. Estás no controlo. Fui capaz de rodar mais rápido que o Elfyn e o Seb e o carro funcionou muito bem, pois consegui encontrar a performance extra para passar de 16s atrás para 12s à frente…”