WRC, Oliver Ciesla: “Em 2019, os construtores foram mencionados online 40% mais vezes do que em 2018”
Antes do início do Mundial de Ralis 2020 no sempre emblemático Rali de Monte-Carlo, Oliver Ciesla, Diretor Geral do Promotor do WRC, aguarda com expetativa uma temporada competitiva, repleta de novidades emocionantes.
O regresso dos ralis clássicos como o Quénia (Safari) e Nova Zelândia, bem como um novo evento no Japão, são destaques do calendário de 2020. Por que escolheu três provas fora da Europa?
“Queríamos globalizar ainda mais o WRC, apresentando mais eventos fora da Europa. É a primeira vez que o WRC incluiu cinco continentes, Europa, América (Norte e Sul), Ásia, África e Australásia, nos seus 48 anos de história. O regresso do Japão, a primeira participação da Ásia em 10 anos, e o regresso do Rali Safari no Quénia, uma das lendárias provas do desporto automóvel, proporcionam uma presença nos dois maiores continentes do mundo, pela primeira vez em mais de duas décadas”.
Tem tido muitos comentários positivos sobre o Rally da Nova Zelândia?
“Sim. Claro, a Nova Zelândia não precisa de apresentações. O Rally da Nova Zelândia tem uma longa e bem-sucedida herança no WRC, e o fluir e a suavidade das estradas dos troços perto de Auckland serão um dos pontos altos do ano”.
Tem havido muitos pilotos a trocar de equipa em 2020. O que isso significa para o campeonato?
“Foi uma das épocas de transferências mais movimentadas dos últimos anos. As grandes surpresas, é claro, foram a mudança de Ott Tänak para Hyundai e Sébastien Ogier para o substituir, na Toyota. Juntamente com outras mudanças, como Elfyn Evans que se juntou à Toyota e Esapekka Lappi que o substituiu na M-Sport/Ford, estas trocas trazem boa imprevisibilidade e emoção para a nova temporada, à medida que os pilotos se instalam nas suas novas equipas e carros”.
Porque é que os fabricantes podem agora entrar com uma segunda equipa?
“Os fabricantes podem entrar no campeonato com uma equipa adicional de um único carro, que ‘carrega’ uma identidade separada.
É uma oportunidade para que coloquem em campo um quarto carro, com um nome diferente, para marcar pontos no campeonato dos fabricantes. Taticamente, os construtores podem utilizar esta equipa extra para privar os seus rivais de pontos vitais.
Isto, claro, também traz o potencial para mais World Rally Cars nas provas”.
Que mudanças foram feitas nos campeonatos de suporte, WRC 2 e WRC 3?
“O WRC 2 é a principal categoria de suporte e o principal fornecedor para as equipas oficiais, visando o degrau final, um World Rally Car.
É para equipas apoiadas pelo fabricante e equipas aprovadas pela FIA, e concentra-se nos R5. O recém-introduzido WRC 3 é idêntico, com a exceção de que foi concebido apenas para pilotos privados. E, claro, o Junior WRC, que acolhe as estrelas do futuro, permanece como a série de entrada neste mundo que é o WRC. Forneceremos mais cobertura da imprensa para todos os campeonatos de apoio este ano, para promover ainda mais o caráter único pró-amador dos eventos do WRC”.
Numa época de grandes mudanças no cenário da imprensa, ainda há um forte interesse no WRC por parte das emissoras de TV?
“Sim. A audiência global do WRC na TV continua forte e totalizou mais de 800 milhões, mais uma vez, em 2019.
Temos bons parceiros de transmissão gratuita em 2020. Na Grã-Bretanha, concluímos um novo acordo plurianual com a ITV4, a rede finlandesa YLE prolongou o seu contrato a médio prazo até 2022, e também prolongámos com a TVE na Espanha. Também continuamos com as redes de televisão por assinatura Canal+ em França e DAZN na Alemanha, Áustria, Suíça, Espanha e Itália.
Há grandes mudanças na presença digital do WRC? Pode dizer-nos mais?
“O WRC tem um novo site (renovado), o wrc.com. Isso faz parte de um grande ‘rebrand’ do campeonato que vê a introdução do laranja como o novo esquema de cores do WRC. O site, que foi lançado para o Rali de Monte-Carlo, tem uma funcionalidade melhorada para os adeptos e contém todos os elementos essenciais como o live-timing ao vivo, vídeos, notícias, atualizações de texto ‘live’ dos ralis e da loja do WRC. No ano passado registámos 2,3 bilhões de impressões nos canais oficiais de media social do WRC, das equipas e dos pilotos, com mais de 300 milhões de visualizações em vídeo, e estou confiante que esse número continuará a crescer.
Em 2019, os construtores do WRC foram mencionados online 40% mais vezes do que no ano anterior.
O WRC+ continua a ser uma parte fundamental da oferta digital do WRC?
“Sim, o WRC+ All Live continua a ir de vento em popa. A plataforma All Live também foi atualizada com um novo layout e design para garantir que tenha a mesma aparência e identidade do site. All Live continuará a transmitir todos os troços de cada prova, bem como entrevistas-chave, recursos e análises de especialistas do parque de assistência. Os adeptos podem mais uma vez desfrutar de mais de 25 horas de cobertura ao vivo de cada prova, ou desfrutar dela mais tarde, quando e onde quiserem”.
Olhando mais para o futuro, que mudanças estão planeadas?
“A Pirelli voltará ao campeonato como fornecedora exclusiva de pneus para as equipas de fábrica de 2021 a 2024. A Pirelli não fornece ‘top cars’ do WRC desde 2010, pelo que isso é um grande motivador para eles. O trabalho continua com a FIA, os fabricantes e nós mesmos à frente da introdução de carros híbridos ecologicamente mais corretos, em 2022. Haverá mais para anunciar à medida que a temporada avança”.