CRÓNICA: Estagnar é ‘morrer’ no WRC
Entre as muitas conversas já existentes uma das razões que foram aduzidas que justificassem uma possível saída do Rali da Alemanha do calendário do WRC tem a ver com a falta de interesse da imprensa local pelo WRC e uma organização pouco pro activa e ‘acomodada’. Isto tem redundado em ralis basicamente todos iguais uns aos outros, não se notando uma ideia nova que possa abanar as águas, e essa atitude pode ter consequências. Mesmo sendo a Alemanha o país que é em termos de indústria automóvel.
Por aqui se percebe parte dos motivos pelo qual a FIA insistiu tanto que o Rali de Portugal se mudasse para o Norte. E o ACP acedeu. Tínhamos um Rali de Portugal que pilotos e equipas adoravam, no Algarve. Para as equipas era pouco menos que perfeito. Hotelaria a perder de vista, um aeroporto internacional a meia dúzia de quilómetros do centro nevrálgico da prova, bons troços, e muito diversificados, de terra. Mas faltava mais público, e com isso mais emoção e espetáculo. Que o Centro/Norte têm mais.
Outra das razões da mudança teve a ver com aspetos financeiros, pois o Centro/Norte pode candidatar-se a fundos europeus, e o Algarve já não tem essa possibilidade, pois é uma área muito rica no Turismo. Mas não é essa a questão basilar.
O importante é que as provas do WRC, hoje, mais do que nunca, não podem estagnar, e o ACP, para além de uma organização à ‘prova de bala’, tem sabido reinventar o seu rali, e com isso ganhar a simpatia de quem tem de dizer de sua justiça sobre a prova.
Senão vejamos. Em 2015, ir para o Norte, foi, só por uma enorme reinvenção. E antes, no Algarve, o ACP também soube inovar. Recordam-se dos troços à noite ou da super-especial em Lisboa? Voltando a 2015, um rali que devolveu Fafe, Marão e Ponte de Lima ao Rali de Portugal.
Em 2016, a grande novidade foi a Porto Street Stage, em 2017, Braga Street Stage, e o regresso a troços míticos do passado do Rali de Portugal, como Montim e Luílhas. Em 2018, o regresso ao Porto, com a Street Stage e em 2019, depois de gorada a possibilidade da realização da Gaia Street Stage, o ACP tinha um trunfo, bem maior: Arganil, Lousã e Góis.
E o mais curioso, é que sendo Portugal um país tão pequeno, é quase um paraíso para os ralis. O Eurosport Events adora os Açores, e apesar de todos os problemas, tudo tem feito para lá continuar. A Madeira é o que se sabe, um rali fantástico que esteve muitos anos no Europeu.
No continente, temos margem para fazer mais e melhor. A zona de Ponte de Lima/Viana do Castelo e Caminha são um possibilidade sempre em aberto, Boticas tem troços extraordinários, mais a sul, ninguém se esqueceu da zona entre Lamego e Viseu, só nas Serras do Açor e Lousã dava para fazer uma prova inteira do WRC, tal é o número e variedade de estradas, Mortágua tem grandes estradas de terra, e podendo fazer ralis mistos, Marinha Grande, novamente Arganil, Góis e Lousã, enfim, boas zonas para ralis, não faltam, a maior dificuldade é sempre conseguir apoios para poder inovar sempre.
O impacto económico total do Rali de Portugal tem crescido todos os anos, o ano passado (2018) cifrou-se em 138,2 milhões de euros, tanto o impacto direto como indireto tem crescido sempre, o estado tem uma receita fiscal anual sobre o consumo à volta de 20 milhões de euros, 10 milhões em IVA e outros 10 em Imposto sobre Produtos Petrolíferos e Energéticos, e por isso acreditamos que é neste contexto é possível manter a prova, pois se tudo remar para o mesmo lado é difícil haver argumentos contra…
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