GP Abu Dhabi F1: Notas AutoSport (Parte I)

Por a 27 Novembro 2018 12:00

Acabou a época 2018. Uma excelente época com grandes lutas, boas corridas, carros fantásticos e pilotos de grande nível. É fácil desvalorizarmos o que temos atualmente, mas 2018 foi uma época muito interessante de seguir. É tempo agora de avaliar os pilotos e as equipas do GP de Abu Dhabi, uma corrida onde tudo estava decidido e onde foram prestadas justas homenagens a quem sai e a quem troca de equipa.

 

Mercedes: A receita do costume

Apesar das ameaças do motor, que já dava sinais de cansaço antes da qualificação, Lewis Hamilton conseguiu somar mais uma pole e uma vitória ao seu impressionante currículo. São mais 11 poles e 11 vitórias em 2018 e uma época onde foi um mais que justo campeão, pela velocidade que demonstrou em pista, pela regularidade e inteligência em pista e pela força que teve para empurrar a equipa, quando esta procurava soluções para o carro.  Não foi um título fácil, mas foi certamente um dos mais saborosos para Hamilton, que esteve ao seu nível na última corrida do ano. Para Bottas o final da época é uma bênção. Completamente arrasado por mais uma corrida que segundo o finlandês é o retrato do ano… começou bem, mas acabou mal. Começou bem com Bottas a acompanhar o ritmo de Hamilton, mas dois erros (forçados ou não, mas o piloto queixou-se dos travões) obrigaram a uma segunda paragem indesejada. Acaba em quinto e a precisar com urgência de férias. Precisa de fazer muito melhor em 2019 pois Ocon está à espreita. A Mercedes acaba mais um ano em grande com números fantásticos e o carro mais rápido em pista… pelo quinto ano consecutivo.

 

Lewis Hamilton: Nota 9

Valtteri Bottas: Nota 6

Mercedes: Nota 9

 

Ferrari: Terá sido 2018 a derradeira lição?

Não foi o final de 2018 que a Scuderia terá imaginado. A história dos erros coletivos e individuais já foi amplamente discutida pelo que resta olhar para a última corrida do ano. Resta esperar que as lições tenham sido bem aprendidas e que 2019 traga um desafio ao título mais consistente. Vettel tentou chegar-se aos Mercedes, mas não teve o andamento necessário para isso. Aproveitou os problemas de Bottas para se fixar na segunda posição, que não foi mais que um prémio de consolação para o alemão que terá um 2019 trabalhoso pela frente. Já Kimi não teve a despedida que merecia. Não foi um fim de semana como outros que já vimos este ano por parte do Iceman, tendo ficado sempre atrás de Vettel, mas merecia ter visto a bandeira de xadrez e ter acabado com o último motor com uma nuvem de fumo, servindo uns donuts como fizeram vários pilotos. Acaba a sua segunda passagem pela Scuderia e sai de cabeça erguida, com uma excelente época onde finalmente pudemos ver o bom velho Kimi e não a versão apagada e cinzenta que teimou em aparecer até ao ano passado.

 

Sebastian Vettel: Nota 8

Kimi Raikkonen: Nota 7

Ferrari: Nota 8

 

Red Bull: O fim de uma era

Depois de muitas discussões, indiretas e piadas, o casamento Red Bull / Renault chega finalmente ao fim. Uma parceria que viveu uma época de sonho, mas que se tornou num pesadelo para ambas as partes. Os Bull´s passarão a receber unidades motrizes nipónicas e a Renault deixará de ouvir Helmut Marko, Christian Horner e Max Verstappen queixarem-se nos media. Foi um mau arranque para Verstappen ao que se seguiu uma boa recuperação com um “chega pra lá” a Ocon que ainda tentou responder ao holandês. Uma boa corrida (como tem sido hábito nesta segunda metade do ano), alicerçada na melhor estratégia que permitiu que ficasse à frente de Ricciardo apesar do bom andamento do australiano. Na despedida da Red Bull, Ricciardo fez uma corrida sólida e ainda tentou ameaçar o terceiro lugar de Verstappen, sem sucesso. Acabou com um sorriso como tantas vezes, apesar deste ano ter sido recheado de desistências e problemas. Vai deixar um vazio na equipa, mesmo que Verstappen tenha estado claramente acima do Sr. Sorrisos durante a segunda metade da época. Ricciardo sai com números interessantes, mas mostrou qualidade para muito mais, mas nem sempre teve motor para tal.

Max Verstappen: Nota 8

Daniel Ricciardo: Nota 8

Red Bull: Nota 8

 

Renault: Quarto lugar confirmado

Era o objetivo para este ano e foi conseguido. A Renault venceu o “campeonato B” e de forma algo justa. Apesar dos altos e baixos e da ameaça da Force India e da Haas, os franceses fizeram valer um início de época forte para compensar as oscilações na competitividade. A Renault precisa de trabalhar muito para se chegar ao top 3 e esta época não mostrou argumentos para o fazer já em 2019. Hulkenberg acabou de cabeça para baixo uma época onde voltou a ser o melhor da equipa, acumulando também o “título do campeonato B”. O alemão foi igual a si mesmo durante a época, mas o toque (onde foi o maior culpado) com Grosjean acabou prematuramente com a corrida que merecia também ter terminado pela boa época que fez. Sainz teve uma excelente despedida da equipa. O melhor resultado do ano, a seguir ao Azerbaijão numa corrida boa do espanhol que agora encara o maior desafio da carreira. Tal como a equipa, oscilou muito durante o ano, mas deixou a equipa com os pontos suficientes para festejar o quarto lugar, sem sustos.

 

Carlos Sainz: Nota 8

Nico Hulkenberg; 7

Renault: Nota 7

 

Sauber: Leclerc vai deixar muitas saudades

Ver Charles Leclerc em pista é um gosto tremendo. Na qualificação voltou a estar muito bem, na corrida andou pelo top 5, caiu para 17º depois da paragem nas boxes, mas conseguiu recuperar até ao sétimo lugar. Mais uma excelente exibição do jovem que para o ano irá continuar de vermelho, mas com um tom diferente. Leclerc tem-se mostrado de forma paulatina, mas com passos certos e é um dos talentos que mais entusiasma neste momento. A Sauber ficará com uma dupla muito interessante para 2019, mas certamente irá sentir falta do talento de Leclerc. Marcus Ericsson teve uma despedida da F1 amarga com um problema técnico que o obrigou a desistir da corrida. Sai da F1 sem deixar grande saudades com 18 pontos no bolso (Leclerc fez 39 só este ano). Fez o que pôde e a mais não era obrigado, mas a F1 não era nem nunca foi o palco onde mostrasse capacidade para singrar.

Charles Leclerc: Nota 9

Marcus Ericsson: Nota 7

Sauber: Nota 8

 

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